No
dia 5 de agosto de 1820 ocorreu a instalação do município, com a abertura dos
livros de registros oficiais da Câmara, a eleição dos três primeiros
vereadores, do procurador, tesoureiro e escrivão, além dos juízes, e o
levantamento do pelourinho, símbolo da autonomia da Vila Nova de São João da
Cachoeira. Mas por que São João?
Imagem: www.novageraçao.org.br |
Esta pergunta até então não tinha uma
resposta definitiva e os pesquisadores atribuíam tal denominação ao fato de ser
D. João VI o príncipe regente do Reino, razão natural de dar seu nome ao novo
município.
Pois um dos preciosos volumes de
documentos encadernados do acervo do Arquivo Histórico (CM/S/SE/RE-001), do
período que compreende justamente o da instalação do município, acaba de
confirmar tal suposição.
A assessora técnica do Arquivo
Histórico, Neiva Ester Corrêa Köhler, em busca de informações relativas ao
período em que a Câmara Municipal alugava casas para seus trabalhos na Vila,
deparou-se com cópia da carta remetida a D. João VI, em 26 de agosto de 1820, dando-lhe ciência de que o nome
escolhido para o novo município era “o Grande Santo do Seu Imortal Nome”.
A carta, redigida pelo escrivão da
Câmara Joaquim dos Santos Xavier Marmello, esclarece que o povo, agradecido e
reconhecido pelo fato de D. João VI ter ouvido suas súplicas de separar a Freguesia
da Cachoeira da Vila de Rio Pardo, havia decidido dar a ela o nome de Vila Nova
de SÃO JOÃO da Cachoeira.
O
nome do santo padroeiro do Príncipe Regente não vingou entre nós e acabou
desaparecendo na poeira do tempo. A tradição portuguesa do culto à Nossa
Senhora da Conceição teve mais força e tornou-a padroeira da cidade. E São
João, que não virou padroeiro, foi apenas patrono por 39 anos.
Lamentável que não tenhamos sequer uma capela em homenagem a São João Batista.
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