Espaços urbanos

Espaços urbanos
Temporal no Centro Histórico - foto Francisco Nöller

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Jornal do Povo - 83 anos

                O Jornal do Povo chega em 29 de junho aos seus 83 anos, fundado que foi no ano de 1929 por Virgílio de Abreu. O jornal, que pertencia à Cachoeira Graphica Ltda., sociedade de quotas integralizadas por vários cidadãos, teve como primeiro diretor Mário Godoy Ilha. As primeiras edições circulavam duas vezes por semana, às quintas-feiras e domingos, período que era determinado pelas limitações técnicas de impressão.
       No ano de 1944, o Jornal do Povo foi adquirido por Manoel Carvalho Portella & Cia. Ltda., integrada por Manoel Carvalho Portella e Liberato Salzano Vieira da Cunha. Edyr Lima era o secretário e Lauro Frantz o gerente. Naquele mesmo ano, Paulo Salzano Vieira da Cunha, irmão de Liberato, ingressou no jornal. Na década seguinte, a direção da empresa passou para os dois irmãos. Com a morte de Liberato, Paulo adquiriu a firma, dando continuidade a uma história que hoje congrega uma série de publicações englobadas sob o selo do Grupo Vieira da Cunha.
Liberato S. Vieira da Cunha
Paulo S. Vieira da Cunha

domingo, 24 de junho de 2012

Aurélio Porto - Intendente de Garibaldi

           O Commercio, de 19 de junho de 1912, em sua página 2, informava aos leitores que Aurélio Porto foi conduzido por uma comissão de sócios ao Clube Renascença a fim de “tributar-lhe as homenagens de despedida dos seus consócios, amigos e admiradores.” A orquestra regida por Amedeu Masson estava no local e assim que Aurélio Porto entrou, começou a tocar. A seguir todos ergueram uma taça de champanhe, sendo o homenageado saudado pelo Dr. Ariosto Pinto que exaltou suas qualidades morais, desejando-lhe sucesso na empreitada de assumir a Intendência do município de Garibaldi.



Clube Renascença

            Aurélio Porto, comovido, agradeceu a saudação e homenagem. O jornal O Commercio concluiu a notícia dizendo que “o inteligente conterrâneo, que trouxe-nos suas despedidas, seguiu anteontem para Garibaldi, vai ali ocupar o honroso e espinhoso encargo de Intendente.”

           Aurélio Porto, que havia sido chefe do serviço de Estatística da Intendência de Cachoeira conservou-se no cargo de Intendente de Garibaldi até o ano de 1917.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Clube Comercial - 88 anos de fundação

        O Clube Comercial Cachoeirense, hoje apenas conhecido por Clube Comercial, foi fundado em 15 de junho de 1924, no Salão do Clube Renascença (prédio da antiga União de Moços Católicos), tendo na presidência José Carlos Barbosa, que depois seria Intendente de Cachoeira de 1928 a 1930.


Prédio da antiga União de Moços Católicos - arquivo COMPAHC

        A história registra a existência de um Clube Comercial anterior ao Clube Comercial Cachoeirense, fundado em 1899. Em 1902, com a fusão de dois outros clubes, o Cachoeirense  e o Caixeiral, a nova agremiação passou a denominar-se Clube Comercial.

Em 6 de julho de 1924, o Clube Comercial Cachoeirense foi instalado na casa construída pelo Dr. Balthazar de Bem, na Rua 7 de Setembro, hoje Casa de Cultura Paulo Salzano Vieira da Cunha. Pelas características do prédio, sem espaço para prática de esportes ao ar livre, o clube promovia, além de bailes, atividades específicas como competições de xadrez e horas de arte.

Antiga sede do Clube Comercial
- foto Antônio Albino Maciel
Em setembro de 1957 foi inaugurada a sede própria do já então aristocrático Clube Comercial Cachoeirense, edifício próprio construído na esquina da Rua 7 de Setembro com General Portinho. Este prédio inaugurou em Cachoeira características de um estilo arquitetônico que começava a se impor no Brasil: o modernista.


Clube Comercial



quarta-feira, 13 de junho de 2012

Abertura do Bairro Santo Antônio

            Em junho de 1925 os herdeiros de Antoninha Fialho apresentaram à Intendência um plano de abertura de novas ruas no campo de sua propriedade, conhecido como potreiro da “Fonte do Mato”, sendo aprovado pelo Cap. Francisco Gama, Intendente.

Intendente Francisco Gama
 
João Gomes Fialho, um dos herdeiros, em combinação com o sobrinho Dr. Joaquim Borges de Medeiros, contratou com a firma Costa & Gama o alinhamento e demarcação das novas ruas do loteamento e as divisões dos quinhões de cada um no sítio. Com a abertura de novos logradouros no ponto, então um dos mais altos e pitorescos da cidade, seriam vendidos terrenos que viriam a formar um formoso arrabalde, como o Bairro Rio Branco. Os trabalhos de demarcação das ruas e colocação dos marcos de madeira de lei com tal fim tinham previsão de duração de três meses e as casas construídas no local só poderiam, conforme noticiava O Commercio, ser “de material”.
Em princípio o novo bairro passou a ser chamado de Bairro Fialho, em alusão aos proprietários originais dos terrenos e, mais tarde, pela construção da Igreja Santo Antônio, o local passou a ser chamado de Bairro Santo Antônio.
Construção da Igreja Santo Antônio - fototeca Museu Municipal

A Prefeitura mandou arruar o bairro em 1931, sendo as ruas macadamizadas.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Cinema Coliseu Cachoeirense

Em 1912 o Cinema Coliseu Cachoeirense, recém-adquirido pela empresa Figueiró & Cia. dos Irmãos Pohlmann, estava passando por grandes reformas, pois os novos proprietários pretendiam inaugurá-lo em 15 de novembro daquele ano. A plateia e os camarotes estavam fartamente iluminados, sendo que a pintura do forro, em fundo claro, favorecia a iluminação. A novidade também estava por conta de um ventilador elétrico, colocado no centro da plateia, e havia interesse de instalar outros pelo salão.


Plateia no Cinema Coliseu Cachoeirense


 Em 1913, Manoel Costa Júnior ingressou no negócio, promovendo mais uma série de melhorias até meados de 1921, quando o cinema foi vendido para Henrique Comassetto. Como despedida, Manoel Costa Júnior ofereceu uma última sessão de cinema gratuita aos favorecedores e ao público, com belíssimo programa, constante de uma fita natural e do drama A minha adoração, desempenhado por William Hart. Em uma caixa localizada na porta de entrada foram depositadas muitas moedas de donativos ao Hospital de Caridade.


Coliseu Cachoeirense - vista geral

Movimento de público defronte ao Cinema Coliseu Cachoeirense




Imagens: fototeca Museu Municipal e acervo Osvaldo Cabral de Castro

sábado, 9 de junho de 2012

Os jardins da Praça da Matriz em 1902

Em 1902, o jornal O Comércio (edição do dia 5 de março) noticiava que os jardins da Praça da Matriz estavam sendo destruídos por pessoas ignorantes. Os bancos, em sua maior parte, achavam-se estragados, de modo que o Intendente, na época o Cel. David Soares de Barcellos, estava mandando fixá-los ao solo sobre pedras de cantaria para que não pudessem ser removidos de um lugar para outro. As árvores também estavam desgalhadas, perdendo a beleza que a natureza lhes dava e os canteiros estavam completamente machucados.
Praça da Matriz - fototeca Museu Municipal
Praça murada - fototeca Museu Municipal
Jardim nas imediações do Teatro Municipal - fototeca Museu Municipal

O jardim, bem diferente do que é hoje a praça, localizava-se próximo ao quartel do destacamento policial, por isto ficava fácil que os policiais o cuidassem até a hora do silêncio, ocasião em que devia ser fechado por um empregado da Intendência. A matéria jornalística afirmava que caso assim fosse procedido, conservar-se-iam os belos jardins que com tanto dinheiro, trabalho e gosto o Intendente proporcionava para recreio de todos.
Como se vê, mudam os tempos, mas não mudam os homens...

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Ecos do naufrágio do Titanic na imprensa de Cachoeira

O naufrágio do transatlântico inglês Titanic, ocorrido em 15 de abril de 1912, ainda estava sendo noticiado na imprensa cachoeirense, através das páginas do jornal republicano Rio Grande, em sua edição de 23 de junho de 1912, na seção Chronica Mundial. Fornecendo dados “atualizados” do número de vítimas do naufrágio, a matéria tece difamantes comentários a respeito do proprietário da empresa fabricante do Titanic, a White Star Line, da qual reproduzimos abaixo algumas linhas:
         A primeira vítima propiciatória foi J. Brucé Ismay, presidente e administrador da White Star Line, que é a proprietária do Titanic. Este senhor deve estar magoado e pesaroso de não ter sido pasto dos tubarões antes que ficar submetido às burlas e às execrações do público que o julga pouco menos que causante do desastre. Segundo a gente, Ismay cometeu o maior dos crimes e a maior das vilezas consentindo em salvar a própria vida. Uns o acusam de se ter escapado no primeiro bote salva-vidas que saiu do vapor, entanto ele afirma ter-se salvado no último. A opinião acredita mais a acusação que a defesa. (...) Mr. Ismay, depois de declarar perante uma comissão de senadores em New York, teve que comparecer ante o Senado, em Washington, com 36 de seus tripulantes náufragos e ver-se lá submetido a um interrogatório nos termos mais ofensivos e ouvir-se chamar cobarde, vil, embusteiro, farsante e outros epítetos a qual mais desagradável.
1.ª página do jornal Rio Grande, 23/6/1912 - acervo do Arquivo Histórico

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Série Lojas do Passado: Casas Pernambucanas

O sueco Herman Theodor Lundgren fundou, no dia 25 de setembro de 1908, em Pernambuco, onde foi morar quando chegou ao Brasil, as Casas Pernambucanas, originadas na Companhia de Tecidos Paulista, adquirida por lundgren.

Por muitos anos foi uma das maiores redes de venda de tecidos do Brasil. Dois anos depois, as Casas Pernambucanas chegaram a São Paulo e, na década de 1930, a Cachoeira. Em 1970 era a maior rede de lojas do Brasil e, na década de 1980, grande parte de suas filiais foram fechadas, acontecendo o mesmo em Cachoeira, aonde chegou a ter duas lojas, sendo a matriz na Rua Júlio de Castilhos e uma filial na Rua Sete de Setembro, aberta em setembro de 1936.

Casas Pernambucanas - 1941 - acervo Renate S. Aguiar


Apesar de se chamar Casas Pernambucanas, a rede não mantém lojas no Estado de Pernambuco, possuindo cerca de 270 filiais em sete estados brasileiros.