Espaços urbanos

Espaços urbanos
Temporal no Centro Histórico - foto Francisco Nöller

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Lya Wilhelm - 14/7/1928 - 22/2/2013


     O dia 22 de fevereiro de 2013 foi marcado pela partida de uma das mais brilhantes, ativas e exemplares cidadãs cachoeirenses: Lya Wilhelm.


Lya Wilhelm quando Diretora do Museu Municipal

         Reconhecida como uma das personalidades mais influentes da educação e da cultura de Cachoeira do Sul, Lya Wilhelm inscreveu seu nome dentre os grandes benfeitores da cidade.
         Seja como professora, museóloga ou apoiadora inconteste da vida cultural, Lya granjeou o respeito e a simpatia da comunidade.



Lya Wilhelm com integrantes das equipes do Museu

         Em sua esteira de realizações, deixa a organização e definição da linha de trabalho do Museu Municipal de Cachoeira do Sul, de que foi a primeira diretora (1978-1996), a criação do Conselho Municipal do Patrimônio Histórico-Cultural – COMPAHC (1981), de que foi a primeira presidente, a ideia e organização da Associação Cachoeirense de Amigos da Cultura – AMICUS (1983), além da participação e influência na consolidação de ações comunitárias das mais diversas naturezas.
O reconhecimento e defesa do patrimônio histórico de Cachoeira do Sul e a difusão, divulgação e preservação da memória tiveram em Lya Wilhelm uma de suas maiores defensoras e ativistas.
Que seu exemplo não se esgote com sua morte e frutifique, como era o seu desejo.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Fundação do Grêmio Náutico Tamandaré


              Em 18 de fevereiro de 1936, foi fundada em Cachoeira mais uma sociedade recreativa, desta vez voltada para a prática do remo em uma das maiores riquezas da cidade: as águas do rio Jacuí.

Reprodução site Visite Cachoeira

         A reunião de fundação aconteceu na sede do Jockey Club Cachoeirense, na Rua 7 de Setembro, ocasião em que foi eleita a primeira diretoria e escolhidas as cores da agremiação: preto e branco. A diretoria ficou constituída por: Adail Machado de Oliveira (presidente), Mário Ghignatti (1º vice-presidente), Rodolfo Gonçalves (2º vice-presidente), Delcassê Bastos da Rosa (1º secretário), Mena Meirelles (2º secretário), Dante Machado de Oliveira (1º tesoureiro), Edgar Amaro (2º tesoureiro), Jayme Porto (guarda-esporte) e Sebastião Alario (auxiliar).

Ata de fundação - reprodução Péricles P. Thiele

            No dia 10 de setembro daquele ano de 1936, uma nova assembléia aprovou o estatuto e os 39 artigos que iriam reger a agremiação.
          A primeira sede do Grêmio Náutico Tamandaré foi uma garagem de barcos localizada no prolongamento da Rua Moron, no Passo da Praia. Neste local foi realizada a assembléia de primeiro ano de funcionamento em fevereiro de 1937. Em 21 de novembro desse ano houve a primeira temporada de remo e o batismo dos barcos.
            Dois anos depois, foi inaugurada a sede do clube na Rua Moron nº 72. A partir de 1940, as reuniões passaram a ser realizadas na sede da Sociedade Italiana Príncipe Umberto, na Rua Júlio de Castilhos. Em 15 de maio de 1941, o Grêmio Náutico Tamandaré incorporou o patrimônio e corpo de associados da Sociedade Italiana, estabelecendo a sede no endereço em que até hoje se encontra.
          Muitas glórias o Grêmio Náutico Tamandaré deu a Cachoeira do Sul no esporte do remo, desenvolvendo também programação social e cultural para seus associados, além da prática de outras modalidades esportivas.

Sede náutica - reprodução site Visite Cachoeira

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Carnaval de 1913


              
         O Clube Renascença, aquele que funcionava no prédio que sediou a União de Moços Católicos, cuja fachada ainda enobrece a Rua Sete de Setembro, realizou durante o carnaval de 1913 o seu baile de “masqué”, ou baile de máscaras em bom português. Naqueles tempos o uso de fantasias não era exigido, mas o de máscaras sim.

        A partir das 20 horas, damas e cavalheiros associados ao Clube Renascença rumaram para a casa da família Obino, sendo os cavalheiros recepcionados pelo proprietário José Obino e as damas por sua esposa. Da residência dos Obino, depois de momento de confraternização, todos se dirigiram à sede do Clube Renascença, onde foram recebidos pela Banda Musical Estrela Cachoeirense, Zé Pereira e Pindahybas. Na entrada, um esplendor de fogos de artifício iluminava o salão. Em meio a muita animação dos foliões de Momo, a predileção era a “polonaise masqué” e a brincadeira de jorrar lança-perfume e atirar serpentinas.


        Como se vê, há 100 anos já era bem animado o carnaval de clubes em Cachoeira.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Próceres do Federalismo em Cachoeira - 1920


No Recreio das Laranjeiras, de Júlio Baisch, realizou-se na manhã do dia 8 de fevereiro de 1920, domingo, uma reunião dos simpatizantes do federalismo em Cachoeira, tendo comparecido o Coronel Raphael Cabeda e Dr. Maciel Júnior, figuras salientes do movimento federalista no Estado.
Coronel Raphael Cabeda
O jornal O Commercio, datado de 11 de fevereiro de 1920, noticiou assim o acontecimento político:A esta reunião estiveram presentes muitos federalistas da cidade e do interior do município, notadamente do 3.º Distrito, onde o federalismo contava com fortes elementos. Foi eleito, na ocasião, o diretório local: Presidente honorário Capitão José Maria d’Almeida; Presidente efetivo Amaro de Lima Borges; Vice-presidente Cacílio Menezes; 1.º Secretário Fábio A. Leitão; 2.º Secretário José Cândido de Vargas; Tesoureiro Ismael José Pereira.
Fábio Leitão - 1.º Secretário
do Partido Federalista
Ismael Pereira - Tesoureiro
do Partido Federalista
À noite, amigos e correligionários fizeram uma manifestação de apreço aos senhores Raphael Cabeda e Maciel Júnior, que estavam hospedados no Hotel do Comércio, falando, em nome dos manifestantes, João de Barros Cassal. Respondeu o coronel Cabeda, agradecendo. Em seguida, os manifestantes, puxados pela Banda Musical Estrela Cachoeirense, fizeram uma passeata pelas ruas da cidade, visando entusiasticamente os próceres do Federalismo. Pelas 9 horas, pararam defronte à residência de Antonio Pereira Fortes. De uma das janelas do prédio falou, eloquentemente, o Dr. Maciel Júnior, que teve palavras de animação para com os seus correligionários. Seguiu-se-lhe, produzindo ligeira oração, Guerreiro Victória, sendo ambos muito aplaudidos."


sábado, 2 de fevereiro de 2013

Mais um notável escritor em visita a Cachoeira


       No mês de fevereiro de 1918, mais precisamente no dia 4, outro notável escritor, a exemplo de Coelho Neto, em 1907, e Olavo Bilac, em 1916, fez uma apresentação pública em Cachoeira, deleitando os apreciadores da literatura no primeiro quartel do século XX: o gabrielense Alcides Maya. O local da apresentação foi o Clube Renascença que se localizava na Rua Sete de Setembro, ocupando o prédio cuja fachada existe até hoje e ficou conhecido como sede da União de Moços Católicos.

Clube Renascença - Rua 7 de Setembro - fototeca do Museu Municipal

         Alcides Castilho Maya (1878-1944) deixou obra literária marcadamente regionalista, pois abordava temas ligados à campanha do Rio Grande do Sul, ressaltando usos e costumes e chamando a atenção para o êxodo rural e as suas consequências sociais, econômicas e culturais. Dentre as obras, destaque para Ruínas vivas, Tapera e Alma bárbara.

Alcides Maya

         Quando visitou Cachoeira, Alcides Maya já era membro da Academia Brasileira de Letras, onde ingressou em 1913, sendo o primeiro gaúcho a ocupar cadeira naquela instituição. 1918 também marcou sua entrada na Câmara dos Deputados como representante do Rio Grande do Sul. A atuação durante o mandato como deputado foi voltada para a educação e a cultura.
         Alcides Maya dirigiu o Arquivo Público do Estado e o Museu Júlio de Castilhos.