Espaços urbanos

Espaços urbanos
Temporal no Centro Histórico - foto Francisco Nöller

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Fonte na Praça da Conceição


      Antes que o leitor se questione sobre o nome Praça da Conceição, é bom esclarecer que este era um dos nomes populares da atual Praça Dr. Balthazar de Bem, em alusão à padroeira Nossa Senhora da Conceição e à própria Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição, hoje Catedral, que sempre dominou aquele espaço urbano.
        Alvo de muitas melhorias pelo poder público no tempo em que ainda estava se consolidando como coração administrativo da cidade, em razão de abrigar desde 1865 o prédio da Câmara e Cadeia, aquele espaço evoluiu bastante até se tornar um dos principais cartões-postais da cidade.

Casa de Câmara e Cadeia, depois Intendência, hoje Prefeitura Municipal
- fototeca do Museu Municipal

      Em dezembro de 1922, o Intendente Aníbal Lopes Loureiro mandou construir em um dos jardins da Praça, naquela época chamada de Almirante Tamandaré, uma fonte pública. A fonte foi um melhoramento saudado pela comunidade e moradores das vizinhanças que diariamente se dirigiam ao local em busca do “precioso líquido”. Certamente a colocação da fonte foi proporcionada pela distribuição de água permitida pela instalação e funcionamento da Hidráulica Municipal, inaugurada em setembro do ano anterior.


sábado, 22 de dezembro de 2012

Coliseu para a posteridade

Letreiro do Coliseu - foto Renato Thomsen
   O mesmo juízo estético utilizado por alguns para condenar o Cine Teatro Coliseu serve para absolvê-lo! As provas estão espalhadas por nossas tristes ruas: prédios antigos, com valor arquitetônico, são substituídos por caixas de concreto sem criatividade, sem beleza, sem apuro nenhum! 
   Empobrecemos a cidade e a alma!

Cine Teatro Coliseu - acervo COMPAHC

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Movimento pela preservação da Casa de Câmara e Cadeia

   A comunidade cachoeirense, liderada por um grupo de bravos defensores do nosso patrimônio histórico, está fazendo circular um abaixo-assinado solicitando que o Executivo Municipal tome com urgência providências cabíveis para a preservação do prédio da Prefeitura Municipal, antiga Casa de Câmara e Cadeia, casarão que desde 1865 sedia as decisões político-administrativas da nossa cidade.
   O abaixo-assinado está disponível para assinatura em vários pontos da cidade, dentre eles a Casa de Cultura Paulo Salzano Vieira da Cunha, na Rua Sete de Setembro, 1121.
   Exija o respeito que nossa história merece e associe-se a esta campanha!

Layout de Elizabeth Thomsen sobre foto de Claiton Nazar

Tombamento da Fazenda São José

   A 43.ª Semana de Cachoeira do Sul reservou um espaço em sua programação para o importante ato de tombamento da Fazenda São José, conhecida como da Tafona, na Porteira Sete. Primeiro bem do patrimônio histórico rural a ser tombado pelo Conselho Municipal do Patrimônio Histórico-Cultural - COMPAHC, a Fazenda São José reúne em um só espaço valor histórico, arquitetônico e exemplar raro de atafona para fabrico de farinha de mandioca, equipamento que certamente remonta ao final do século XVIII.
   A solenidade de tombamento acontecerá no dia 14 de dezembro, às 11 horas da manhã, no local.

Fazenda São José (cerca de 1813) - foto Renato Thomsen

domingo, 2 de dezembro de 2012

Memorial Nacional do Arroz

   Cachoeira do Sul saúda a iniciativa de criação do Memorial Nacional do Arroz. Nossa história está tão associada à cultura do arroz que precisamos manter um espaço de memória que apresente para as novas gerações o passado, o presente e o futuro do cereal que enche o nosso prato de nutrientes e história.
   

Logomarca - criação de Ricardo Sanmartin Carlos


quinta-feira, 29 de novembro de 2012

43.ª Semana de Cachoeira do Sul

     Participe da programação da 43.ª Semana de Cachoeira do Sul e comemore conosco os 153 anos de Cachoeira Cidade.


quarta-feira, 28 de novembro de 2012

A Praça José Bonifácio em 1912


                  Voltemos no tempo. Para 100 atrás. Visitemos nossa principal praça – a José Bonifácio, já oficialmente assim denominada, mas conhecida pelas pessoas como Praça das Paineiras, pois eram estas as árvores que a guarneciam e davam sombra.

               No coração da praça, o imponente e movimentado Mercado Público. Bancas diversas e pequenos prestadores de serviço davam vida ao espaço que ainda era moço: tinha só trinta anos de funcionamento! Os moradores do interior do Município traziam para o Mercado os seus produtos e aproveitavam para se abastecer dos gêneros necessários na rica oferta de lojas e bazares que a Rua Sete de Setembro oferecia, além do próprio Mercado, é claro!

Mercado Público e coreto (à esquerda)
- fototeca do Museu Municipal

                    Os cavalos, tração do principal transporte da época, pois ainda raros eram os automóveis na cidade, pastavam na vastidão do terreno que circundava a praça, já arborizado e com algumas atrações, como o coreto, o posto meteorológico, o cata-vento e o lindo Chalé Avenida, ponto de venda de doces, salgados e bebidas. Um charme!

Chalé Avenida e seus frequentadores em mesas na calçada
- fototeca do Museu Municipal

sábado, 17 de novembro de 2012

Aconteceu há 100 anos


         Há 100 anos, no dia em que completava seu 25.º aniversário, João Neves da Fontoura casou com Iracema Barcellos de Araújo. O jornal O Commercio (1900-1966), edição de 20 de novembro de 1912, na página 2, noticiou o consórcio:
“Às 7 horas da manhã de sábado (16 de novembro de 1912) consorciaram-se, nesta cidade, o Dr. João Neves da Fontoura e a senhorita D. Iracema Barcellos de Araújo, filha do Sr. Antonio Antunes de Araújo, advogado deste foro. Foram testemunhas no ato civil: do noivo o Dr. Balthazar de Bem e sua exma. esposa e da noiva o Sr. Coronel Isidoro Neves da Fontoura e sua exma. consorte, sendo paraninfos do noivo, no ato religioso, o Sr. Odon Cavalcanti e a senhorita D. Ondina Godoy Gomes, e da noiva o  1.º Tenente Dr. Graciliano Porto da Fontoura e sua exma. esposa.”
            Iracema Barcellos de Araújo era neta do Cel. David Soares de Barcellos, com quem o pai de João Neves, Isidoro, havia tido diferenças políticas ao tempo em que David era intendente. Mas João Neves, em suas Memórias, 1.º volume: Borges de Medeiros e seu Tempo, p. 164, assim se refere ao avô da esposa: “David Barcellos era um homem de raras virtudes. Sua família compunha-se de vinte e quatro filhos do mesmo casal! Gente honrada e da velha formação provinciana.”

Iracema com a filha do casal, Clara Lísia
- fototeca  Museu Municipal


sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Viva a República!


                   Aconteceu, no salão principal da Intendência, às 19h30 do dia 15 de dezembro de 1912, uma sessão cívica em homenagem ao 23.º aniversário da República, ocasião em que foi inaugurado um retrato a óleo do Coronel Isidoro Neves da Fontoura, homenagem de seus amigos e correligionários.


            “À hora referida, o Cel. Isidoro, vindo de automóvel, passou entre alas de praças da Guarda Nacional, que lhe prestou continências. Ao entrar no edifício, foi recebido por uma salva de palmas. Em seguida, o Coronel Horácio Borges, chefe do Partido Republicano local, descerrou o retrato do homenageado, o qual se achava coberto com a bandeira da República.”, noticiou o jornal O Commercio, de 20 de novembro de 1912, em sua página primeira.

Praça Dr. Balthazar de Bem, defronte à Intendência em dia comemorativo
- fototeca do Museu Municipal

            Houve discurso do advogado José Mariano Porto e, em seguida, o Dr. João Neves da Fontoura, filho do homenageado, agradeceu em nome do coronel a “elevada homenagem tributada”, alongando-se em outras considerações sobre a data comemorativa. Depois dos discursos, houve passeata cívica que percorreu algumas ruas da cidade.
              Na Praça José Bonifácio, o povo entregou-se à diversão com confetes, serpentinas e lança-perfumes. Pelas 21 horas, começaram as pessoas a dirigirem-se ao Coliseu Cachoeirense para exibição de fitas que inauguraram as remodelações daquele cinema.

domingo, 11 de novembro de 2012

Aonde foram parar as grades da Praça?


              Em novembro de 1921, quando a Praça Dr. Balthazar de Bem ainda se chamava Praça Almirante Tamandaré, foram retirados pela Intendência os muros e as grades que fechavam o lado Sul de seu recinto. O mesmo já havia sido feito no lado Norte.

Muro do lado Norte da Praça - fototeca do Museu Municipal

            A justificativa para a retirada dos muros e grades era “porque não mais vagueiam animais pelas ruas da cidade”, segundo noticiou o jornal O Comércio, na sua edição do dia 8 de novembro de 1921.
          As grades do lado Norte, retiradas em primeiro lugar, foram reaproveitadas no muro que circundava a Hidráulica Municipal, inaugurada em 20 de setembro de 1921. Parte destas grades encontra-se lá até hoje.

Parte das grades que sobraram da antiga Hidráulica e que eram remanescentes
da Praça Almirante Tamandaré, hoje Balthazar de Bem - foto COMPAHC

             Depois da retirada, foram feitos trabalhos de limpeza, de canalização e de levantamento de novos canteiros nos jardins da praça. Segundo informações noticiadas na época, a população apreciou a medida, considerando que o aspecto geral da praça havia melhorado sensivelmente, ressaltando que os transeuntes podiam ver, mesmo de longe, as frentes das casas construídas nas ruas adjacentes. 

sábado, 10 de novembro de 2012

90 anos da morte de Cândida Fortes Brandão


      Há 90 anos Cachoeira despedia-se da professora Cândida Fortes Brandão.
     Professora pública diplomada em 1885, Cândida iniciou sua vida profissional em Porto Alegre. Em seu retorno a terra natal, lecionou em uma aula pública mista. Foi também a primeira diretora do Colégio Elementar Antônio Vicente da Fontoura.
    Cândida Brandão, casada com o promotor público Augusto César Brandão, sem filhos, faleceu no dia 4 de novembro de 1922. Contava 60 anos de idade. Deixou o marido e os irmãos Francisco, Antônio, Emiliana, Francisca e Francisca Francelina. Seu corpo foi sepultado no Cemitério das Irmandades. Atualmente o túmulo da professora é conservado pela Escola Estadual de Ensino Fundamental Cândida Fortes Brandão.


Cândida Fortes Brandão - fototeca do Museu Municipal
Agradecimentos a Lisara Pires Neves, sobrinha-bisneta de Cândida Fortes Brandão, que informou corretamente os nomes dos irmãos da professora.

domingo, 4 de novembro de 2012

João Moser - homem de caráter associativo


        O austríaco João Moser, nascido Johann, cujo falecimento se deu há exatos 100 anos, no dia 4 de novembro de 1912, desenvolveu em Cachoeira o espírito associativo que caracterizava os imigrantes em terras estranhas.
        Alfaiate de profissão, João Moser aproveitou-se de seu dom musical e a habilidade com instrumentos, notadamente o violino, para fundar em 1904 o Grupo Frohsinn. Esse grupo ficou conhecido por incluir dentre os seus componentes alguns músicos negros, integrando-os aos seus costumes e admitindo-os inclusive em suas atividades em sociedade. Um destes admitidos era o conhecido maestro Miguel Iponema, regente da famosa Banda Musical Estrela Cachoeirense. Também João Moser era o dirigente da Orquestra de Amedeu Masson, grupo responsável pela animação de muitos bailes da Cachoeira do início do século XX.

Grupo Frohsinn. João Moser, sentado, ao centro, com violino, ladeado por Miguel Iponema
- fototeca do Museu Municipal

        João Moser também se conta dentre os fundadores da Schützen-Verein Eintracht, hoje Sociedade Rio Branco.
        Natural da Boêmia, Áustria, João Moser faleceu com 58 anos, sendo que desde os 41 residia em Cachoeira. Era casado com Elizabeth Weide Moser e tinha os seguintes filhos: Guilhermina, casada com Adolfo Brendler, Adolfina, casada com Augusto Wilhelm, Amanda, casada com Valentim Beck, Bertoldo, Alcina, casada com Frederico Purper, e Itelvina Elvira. 

Societá Italiana Principe Umberto


         A comunidade de origem italiana de Cachoeira fundou uma sociedade no dia 4 de agosto de 1912. Foram fundadores: Biagio Alaggio, Gaetano Alario, Carlo Barone, Pietro Battisti, Giacomo Bidone, Biagio Calderaro, Giovannangelo Calderaro, Luigi Gaiani, Giovanni Gastaldi, Pasquale Gazzaneo, Amailde Lazzarini, Ferrucio Livi, Guido Livi, Vittorio Livi, Enrico Marzano, Giovani Panosso, Francesco Pedrazzani, Pietro Pedreschi, Cherubino Poli, Angelo Riccardi, Serafino Riccardi, Agostino Rossi, Nicola Salzano, Pietro Scotà, Pietro Stringhini.
         A festa inaugural da Sociedade aconteceu no dia 6 de julho do ano seguinte, quando as portas da sede própria, recém-construída, foram abertas aos sócios e comunidade, na Rua São João, atual Pinheiro Machado, esquina com a Dr. Milan Kras. O terreno, que media 35 palmos de frente por 300 de fundos, foi adquirido de Antonia Carolina Fialho em outubro de 1912.
         Antes da mudança para a sede própria, a Societá Italiana funcionou em sede provisória na Rua Moron n.º 18.
          A Societá Italiana Principe Umberto recebeu este nome para homenagear “o forte rebento da árvore gloriosa da Itália e da árvore terrível e santa do herói de Montenegro, minúsculo povo, mas pela virtude maior do que muitas outras grandes nações!”, conforme fragmento do discurso inaugural reproduzido pelo jornal O Commercio (1900- 1966) em sua edição de 9 de julho de 1913.

Principe Umberto 

         Em abril de 1928 a sociedade mudou sua sede social para a Rua Júlio de Castilhos, em prédio comprado de Henrique Richter. Nova inauguração se deu em janeiro de 1929. Com as dificuldades sofridas pelas sociedades fundadas por estrangeiros no Brasil durante a Segunda Guerra Mundial, a Sociedade Italiana Príncipe Umberto foi dissolvida em 15 de maio de 1941, sendo incorporada pelo Grêmio Náutico Tamandaré.
        


domingo, 28 de outubro de 2012

Centenário de nascimento de um herói de guerra


              O jornal O Commercio, edição de 16 de outubro de 1912, noticiava o nascimento de um menino que iria entrar para a história da II Guerra Mundial, honrando o exército nacional e sua terra natal: Floriano Möller.
                   O lar do nosso amigo João Antonio Möller, residente em São Leopoldo, encheu-se de alegria com o nascimento de um robusto menino, que veio à luz no dia 11 e recebeu o nome de Floriano.
            O “robusto menino” tornar-se-ia também robusto na sua trajetória militar. Coronel Engenheiro do Exército, Floriano Möller teve atuação destacada na II Guerra Mundial, quando comandou o primeiro grupo da Força Expedicionária Brasileira – FEB que entrou na Itália, juntamente com o IV Corpo do Exército Americano. A atuação de sua unidade, desobstruindo, recuperando e construindo pontes no front foi decisivo para a vitória dos Aliados.
     As missões e serviços prestados ao Exército renderam-lhe numerosas medalhas e condecorações. Em 1969, recebeu o título de Cidadão de Fortaleza, no Ceará, onde encerrou sua carreira militar.
    O Museu Municipal possui farto material e documentação do herói de guerra cachoeirense, falecido no Rio de Janeiro em 28 de maio de 1971, cujo centenário de nascimento transcorreu no último dia 16 de outubro.
      Em Cachoeira do Sul vivem seu filho Paulo e netos.

Floriano Möller - fototeca do Museu Municipal


quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Luz e força há 100 anos - Usina Municipal


      Começou a funcionar a Usina Municipal no dia 15 de outubro de 1912, tendo as máquinas necessárias sido instaladas em prédio mandado construir especialmente para este fim na extremidade norte da Rua Moron, defronte ao ângulo nordeste da Praça José Bonifácio.


Vista geral da cidade a partir do Bairro Rio Branco, vendo-se o prédio da Usina Municipal
com a chaminé, ao centro - fototeca do Museu Municipal

      A água para as caldeiras, que se localizavam no interior do prédio, era trazida por meio de bomba e longos canos de um poço construído à margem esquerda da sanga da Micaela, à pequena distância abaixo do paredão da Rua 15 de Novembro. No compartimento da frente, com piso ladrilhado, estavam colocadas duas máquinas.
 Os fios condutores da Rua Sete de Setembro foram reforçados, o que também ocorreu depois com as ruas adjacentes. A luz ficou mais forte pelo fato de a Usina estar localizada no centro da cidade. Antes, era fornecida pelo Engenho Central, localizado junto ao porto do Jacuí.


Engenho Central - primeiro fornecedor de energia elétrica
- fototeca do Museu Municipal

sábado, 13 de outubro de 2012

Balthazar de Bem e a importação de gado


       O Dr. Balthazar de Bem foi, de longe, um dos mais empreendedores cidadãos da Cachoeira. Além de uma bem sucedida carreira como médico, aventurou-se também na indústria, como proprietário da Charqueada do Paredão, onde fabricava o alimento Fabini, e foi fazendeiro, tendo introduzido em Cachoeira a raça Devon.

Dr. Balthazar de Bem

         Em outubro de 1912, conforme noticiava O Commercio, importou da Inglaterra, por intermédio da Sociedade Brasileira de Animação à Agricultura, com sede em Paris, dois terneiros das raças Hereford e Devon. Os animais, que se destinavam à sua Granja da Penha, localizada no 3.º Distrito, chamaram a atenção das pessoas ao subirem a Rua Sete de Setembro.
         Hoje Cachoeira do Sul é referência estadual e nacional na criação de gado da raça Devon. Dr. Balthazar de Bem já sabia das vantagens comerciais da raça há 100 anos!

Foto de Robispierre Giuliani

Albino Pohlmann e seu Humber


          Os irmãos Pohlmann, de quem já contamos algumas histórias, todas cheias de engenhosidade, também se aventuraram no negócio de transporte de passageiros. E no tempo em que automóvel era coisa muito rara por aqui!
            Albino Pohlmann adquiriu, em 1912, na Agência Bromberg & Cia., localizada na Rua Saldanha Marinho, um automóvel Humber destinado à condução de passageiros. O automóvel custou seis contos e quinhentos mil réis. A garage do “auto” ficava localizada junto ao Engenho Pohlmann, na Rua Sete de Setembro. A notícia do empreendimento foi dada pelo jornal O Commercio, de 2 de outubro de 1912.

Automóveis Humber - semelhante ao que Albino Pohlmann
adquiriu na Agência Bromberg em 1912
http://www.svvs.org/links5/1912%20Humber.jpg
Agência Bromberg - Rua Saldanha Marinho (esq. com a Milan Kras)
- fototeca do Museu Municipal

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

União de Moços Católicos - fundada há 88 anos


       A União de Moços Católicos foi fundada no dia 12 de outubro de 1924 e instalada na antiga sede do Clube Renascença, na Rua Sete de Setembro n.º 744, que ocupava a casa construída por José Custódio Coelho Leal por volta de 1850.

Clube Renascença, instalado na residência construída por José Custódio Coelho Leal
e depois sede da União de Moços Católicos - fototeca do Museu Municipal

        O jornal O Commércio (1900-1966) publicou, em sua edição do dia 10 de setembro de 1924, o seguinte convite:
       AOS MOÇOS DE CACHOEIRA

        Temos a honra de convidar-vos para uma reunião a realizar-se no domingo próximo, a 1 hora da tarde, no Conservatório de Música, a Rua 7 de Setembro, a fim de tratar-se da fundação da União de Moços Católicos nesta cidade, cujo fim consiste em reunir a mocidade para orientá-la nos sãos princípios cristãos e sociais e encaminhá-la na estrada do verdadeiro civismo, treinando as suas faculdades intelectuais por meio de reuniões frequentes, excursões, congressos, conferências, discursos, palestras sobre assuntos religiosos e patrióticos, mantendo cursos, bibliotecas, revistas, jornais para instrução dos sócios da mocidade em geral.
        Outros fins importantes serão esclarecidos na reunião preparatória. Tratando-se de preencher uma lacuna, proporcionando um ambiente social à altura das aspirações nobres da mocidade, esperamos o vosso comparecimento e valiosa colaboração em prol da fundação da União dos Moços, que será um acontecimento auspicioso e uma esperança de futuro.

Pe. Luiz Scortegagna
Floriano Neves
Manoel Fialho de Vargas
Octacilio Ribas
Jary C. de Abreu
Souto Menor
Manoel C. de Abreu
Miguel Fachin

Pe. Luiz Scortegagna com os Moços Católicos - acervo Ricardo Abreu

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Histórias do Parlamento Cachoeirense

      A 28.ª Feira do Livro de Cachoeira do Sul está terminando.
     A gama de obras oferecidas aos leitores é muito grande. Há livros de todos os gêneros, para todos os gostos e bolsos.
   Na última segunda-feira, houve o lançamento de um livreto intitulado Parlamento Cachoeirense. Algumas histórias que vivenciei, de Luiz Carlos Tompsen, servidor da Câmara durante 30 anos. A publicação, cuja renda das vendas será revertida à APAE, custa R$ 10,00.
     Dentre as várias histórias relatadas, registre-se esta, intitulada Funcionária nova:

   Dois funcionários da Casa foram pegar uma escada que estava no terraço. Não viram que a funcionária nova tinha ido atrás deles e pararam olhando para cima, para umas telhas mal-colocadas que estavam quase caindo.
   Foi quando a funcionária perguntou: "Para que aqueles espetos colocados lá em cima?"
   Indignado, um respondeu: "Não vês que aquilo são os para-raios da Câmara?"

   As bancas da 28.ª Feira do Livro aguardam você com muitas deliciosas histórias!


domingo, 7 de outubro de 2012

Série Lojas do Passado: A Avenida


          A Loja A Avenida, que pertencia a Ismael Pereira, foi adquirida por Cyro da Cunha Carlos em junho de 1915. O nome dado pelo novo proprietário era sugestivo da sua localização junto à Avenida das Paineiras, ao largo da Praça José Bonifácio, na esquina da Rua Sete de Setembro com a Andrade Neves. Em agosto de 1916 Carlos Wolff, proprietário do prédio em que a loja funcionava, vendeu-o a Cyro Carlos por Rs 14:000$000 (14 contos de réis).
Fazendas, miudezas, modas, chapéus, artigos para homens eram os produtos comercializados na loja que ficava "defronte ao Coliseu Cachoeirense", conforme informavam os reclames comerciais.
Em junho de 1919, a loja passou para a propriedade de Vicente O. Valli que continuou com o mesmo ramo de negócios e no mesmo prédio.

Vicente Valli (1913) - acervo familiar

Em 1924, A Avenida estava fechada.

sábado, 29 de setembro de 2012

28.ª Feira do Livro de Cachoeira do Sul


           Programe-se. Estará começando, no dia 5 de outubro, um dos mais importantes eventos culturais de nossa cidade e um ótimo motivo para levar toda a família até a Praça José Bonifácio: a 28.ª Feira do Livro de Cachoeira do Sul.
            Prestigie e siga as novidades acompanhando o blog http://28feiradolivro.blogspot.com.br


sexta-feira, 21 de setembro de 2012

E por falar em árvores... no seu dia!


        Em setembro, pouco antes da entrada da primavera, nosso calendário cultural dedica o dia 21 como o Dia da Árvore. Na nossa infância, invariavelmente, o 21 de setembro era dia de relembrar a importância destes vegetais para a nossa vida e retratá-los em desenhos, pinturas e outras técnicas que nossos professores desenvolviam em sala de aula.


         Em 1916, o jornal O Commercio publicou o Decálogo Florestal, uma incitação à conservação das árvores, adiantada postura ecológica em tempos que não cogitavam estes assuntos, texto reproduzido pelo blog em maio de 2011.
         Nas décadas de 1960 e 1970, Cachoeira do Sul era tida como uma das mais arborizadas cidades do Rio Grande do Sul. O que muito orgulhava os cachoeirenses. Ainda conservamos uma boa cobertura vegetal, embora espécies interessantes, especialmente de nossas praças e vias públicas, tenham se perdido. Neste final de inverno, muito têm chamado a atenção a florada dos ipês, especialmente os roxos, de uma exuberância acentuada em relação a anos anteriores.

Vista aérea e panorama da arborização - Facebook

         A importância que a cidade historicamente dá às árvores reflete-se, por exemplo, na antiga denominação popular da Praça José Bonifácio – a Praça das Paineiras – devido ao grande número de árvores desta espécie plantadas nos lugares onde hoje estão as tipuanas. Aliás, paineiras irmãs daquelas encontram-se até hoje no pátio da Escola Estadual Rio Jacuí, tendo merecido tratamento especial do muro, cuja base permite que suas raízes centenárias ocupem o espaço necessário.

         Há também um bairro na cidade, o Vale do Sol, em que as ruas são denominadas com nomes de espécies distintas de árvores: Rua das Manduiranas, Ruas das Spatódeas, Rua das Canafístulas, Rua dos Ipês e outras mais. Não podemos esquecer ainda do nosso encantador Jardim Botânico, que divide espaço com o Jardim Zoológico e o Museu no Parque Municipal da Cultura.

Jardim Botânico - foto Jorge Ritter

         Motivos para comemorar o Dia da Árvore, além dos relacionados à conservação do meio-ambiente, há de sobra em Cachoeira, embora a tristeza da queda de três tipuanas depois das últimas chuvas tenha atingido aqueles que amam as árvores. Que outras sejam plantadas e vinguem, como as octogenárias que lá ainda estão.

 E viva a sombra, porque o verão – há muito – tornou-se nossa preponderante estação!

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Ramiro Barcelos e seu discurso ecológico


            Há 110 anos, o Senado ouviu seu primeiro discurso ecológico. E ele foi proferido nada mais nada menos do que por nosso conterrâneo Dr. Ramiro Fortes de Barcelos (1851-1916).


           Preocupado com o desmatamento que se verificava no início do século XX, Ramiro Barcelos disse textualmente: “Tenho pena dos meus descendentes, pois sofrerão na pele o ato irresponsável deste crime contra a natureza que nos supre oxigênio.” (Conforme a obra Médicos gaúchos e a política, do Deputado Federal Germano Bonow, Brasília, 2010).

            Transpondo já a primeira década do século XXI, o desmatamento ainda nos assola e assusta. Na véspera do transcurso do Dia da Árvore, que as palavras do médico, político e escritor Ramiro Barcelos nos animem na sua defesa. Se não pudermos salvar as florestas, salvemos as árvores que estão próximas de nós: nos quintais, nas praças, nas ruas da cidade.


quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Tipuanas

   Hoje mais duas das quase centenárias tipuanas (Tipuana tipu) da Praça José Bonifácio caíram. O volume de chuvas intenso dos últimos dias e o vento que caracteriza esta época do ano selaram o destino destas árvores que não receberam de nós o devido respeito e atenção ao longo das décadas.

Tipuanas tombadas pelo mau tempo - 19/9/2012 - foto Mirian Ritzel

   Relembrando: as tipuanas foram plantadas em 1926, coroando a remodelação que a Praça José Bonifácio sofreu a partir de 1925, sob a administração de João Neves da Fontoura.
   Que em breve o local ocupado pelas tipuanas seja preparado para receber novas mudas, restituindo pelo menos a cobertura verde que sempre caracterizou a tão maltratada José Bonifácio.
   

domingo, 16 de setembro de 2012

Colégio Imaculada Conceição - final da história de 91 anos


               Foi com tristeza e apreensão que a comunidade cachoeirense recebeu a notícia do encerramento das atividades do Colégio Imaculada Conceição sob a direção da Congregação de Santa Catarina.

Alteroso conjunto do Colégio no Bairro Santo Antônio
- imagem do site do CIC

                As freiras da Congregação já estavam em Cachoeira desde 1919, atuando no Hospital. Em 1921 estenderam sua ação para a área educacional, quando fundaram o Colégio Imaculada Conceição, inicialmente instalado no prédio onde hoje está o Colégio Marista Roque. Em 1927 a Congregação deu início à construção do prédio principal no Bairro Santo Antônio. Em 1961 o prédio do Ginásio Imaculada Conceição completou o conjunto que embeleza e orgulha o bairro, formando com a Igreja Santo Antônio um indiscutível sítio de valor arquitetônico ímpar.

Colégio Imaculada Conceição - fototeca Museu Municipal

                Que os próximos administradores do tradicional educandário saibam dar continuidade aos propósitos educacionais firmados com a comunidade cachoeirense pelas discípulas da Madre Regina Protmann e que respeitem este patrimônio histórico-cultural que é tão caro para Cachoeira do Sul.

sábado, 8 de setembro de 2012

Semeadura em setembro

       A publicação Cachoeira Histórica e Informativa, de Vitorino e Manoel Carvalho Portela, lançada em 1941, traz diversas informações sobre a história, a economia, a vida social, cultural e religiosa da cidade. Traz também um capítulo de dados e informações de utilidade geral, como o que segue, referindo-se ao mês de setembro.
         Setembro – preparam-se as terras para vários plantios. Plantam-se milho, arroz, feijão, lentilhas, ervilhas, algodão, cana, cânhamo, tremoços, amendoim, mandioca, batatas doces e inglesas, abóboras, melancias, melões, pepinos, cacau.
Arroz

Semeia-se fumo para transplantar em outubro. Ainda se semeia alfafa, afrouxando-se a terra desta planta. Cuidam-se, nas árvores frutíferas, dos brotos que começam a aparecer.
Na horta, transplantam-se as mudas de tomateiros, alcachofras, acelgas, alface repolhuda, aipo, agrião, azedinha, beterraba, chicória, couves, manjerona, mostarda, melancias, melões, nabos, pepinos, pimentas, quiabos, rabanetes, repolho, salsa, etc.
Alface
Semeiam-se quase todas as flores anuais. Começa-se a enxertar (de borbulha) laranjeiras e outras árvores frutíferas.
Laranjeira
Ainda se podem plantar estacas de oliveiras. Põem-se em terras as batatas de dálias, dividindo-as ou separando-as de modo que cada uma delas fique com uma parte de lenho ou haste do ano antecedente, porque a batata que não tiver uma parte desta haste morrerá.
Dália
Mãos à obra, que setembro está só no começo! 

Imagens: Internet

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Olímpio Leal - primeiro intendente de Cachoeira


             Olímpio Coelho Leal, de tradicional família, nasceu em Cachoeira no dia 28 de maio de 1859. Quis o destino que o filho que nasceu no ano em que a terra natal ganhou o foro de cidade também fosse o seu primeiro mandatário depois da proclamação da República. Assim, em 8 de setembro de 1892, Olímpio foi empossado intendente de Cachoeira, o primeiro de uma sucessão de homens que foram os responsáveis pela administração do município em um período histórico que introduziu o regime republicano e se estendeu até 1930, quando os mandatários passaram a ser designados como prefeitos e as intendências passaram a ser as prefeituras.

Olímpio Coelho Leal - fototeca Museu Municipal

            Olímpio Leal, hoje lembrado por uma rua da cidade, era filho de José Custódio Coelho Leal e Heduviges Falcão Leal. Farmacêutico de profissão e proprietário da Farmácia Leal, na Rua Sete de Setembro, casou-se com Cândida Pessoa, com quem teve três filhos: João de Deus, Maria e Edith.
            Antes de ser nomeado intendente, Olímpio havia sido delegado de polícia. Sua passagem pela Intendência foi rápida, de setembro a dezembro de 1892. Nesse curto período, foi promulgada nossa primeira Lei Orgânica.
            Em outubro de 1917, vendeu a casa onde morava, herança do pai, na Rua Sete de Setembro, para o Clube Renascença. Oito anos depois, a casa foi vendida para a União de Moços Católicos, sendo até hoje identificada por este nome.

Clube Renascença - antiga residência da família Leal - Rua 7 de Setembro
- fototeca Museu Municipal

            A existência de Olímpio Coelho Leal cessou no dia 10 de dezembro de 1936, quando ele contava 77 anos.