O rio Jacuí, grande patrimônio natural, constitui-se na maior
vertente leste do Estado e serpenteia suas águas por entre terras cachoeirenses, levando vida e determinando a história, tanto que no calendário oficial do município o dia 12 de outubro é dedicado a ele.
Rio Jacuí serpenteando pelo território cachoeirense - foto Robispierre Giuliani |
Foto Robispierre Giuliani |
A palavra Jacuí vem de yacu (jacu), galináceo, e y, água, rio: “o rio dos jacus”. O seu
nome primitivo é Ygaí, ou seja, ygáu, planta parasita conhecida
popularmente como “barba-de-velho” e y,
água: “rio da barba-de-velho”. Pode se tratar também de ygara, ygá, canoa, e y,
água, o que significa “rio das canoas”.
Canoas no Jacuí - foto Veridiana Dalpian |
Rio das canoas - foto Robispierre Giuliani |
Cachoeira do Sul deve sua existência ao
rio Jacuí. A partir de 1750, quando houve a assinatura do Tratado de Madri, para dar cumprimento ao acordo de fronteiras entre as coroas portuguesa e espanhola, o rio constituiu-se
a fronteira entre portugueses e espanhóis e a barreira natural que protegeu e
amparou os primeiros povoadores – os soldados portugueses. Suas águas
serviram para a sobrevivência e manutenção dos pioneiros e ofereceram também as bases de uma
economia calcada primeiramente na pecuária e depois consolidada com o cultivo e
exploração das lavouras de arroz.
A existência do Jacuí também foi determinante para que, em meados do século XIX, a rica economia de Pelotas,
baseada na exploração da indústria do charque, fosse abalada pela instalação, em
Cachoeira, da primeira charqueada do centro do Rio Grande do
Sul, dando início a um período de grande crescimento econômico para a região.
Complexo remanescente da Charqueada do Paredão às margens do Jacuí - fototeca Museu Municipal |
Mas Cachoeira não deve ao Jacuí somente a
existência e a sobrevivência. Deve também o seu nome. Os habitantes da
aldeia de índios assentada sobre a elevação do terreno localizado na margem
esquerda do rio, proximidades do atual Hospital de Caridade, avistavam
diariamente as cachoeiras que encrespavam o leito e acabaram
incorporando a palavra cachoeira aos nomes dados à povoação. O primeiro registro da denominação apareceu em 1779, quando o lugar passou de Capela de São
Nicolau para Freguesia de Nossa Senhora da Conceição da Cachoeira. Em 1820, com a emancipação político-administrativa de
Cachoeira da Vila de Rio Pardo, o município ganhou o nome de Vila Nova de São
João da Cachoeira. Em 1859, pela
elevação ao foro de cidade, surgiu a Cidade da
Cachoeira e, em 1944, por decreto do Presidente Getúlio Vargas, Cachoeira recebeu o designativo do Sul, para distinção de cidade homônima na Bahia.
E para endossar a ligação íntima da existência de Cachoeira com o rio até um apelido a cidade ganhou: “Princesa do Jacuí”.
Alguém ainda pode duvidar da força do Jacuí na história, na economia e na vida de Cachoeira do Sul?
Que amor Mirian! Me deu vontade de saber por exemplo onde nasce o rio Jacui, onde ele desagua, quais os arroios que o alimenta.Vou pesquisar. Obrigada abrisse mais uma curiosidade.
ResponderExcluirSuzana, o Jacuí nasce em Passo Fundo, no meio de um campo cheio de gado!
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ExcluirQue amor Mirian! Me deu vontade de saber por exemplo onde nasce o rio Jacui, onde ele desagua, quais os arroios que o alimenta.Vou pesquisar. Obrigada abrisse mais uma curiosidade.
ResponderExcluirComo é importante a exploração do manancial hídrico com a consciência do povo ! Manter a mata ciliar, é perpetuar a vida de um rio !
ResponderExcluir