Espaços urbanos

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Centro Histórico - foto Catiele Fortes

terça-feira, 26 de dezembro de 2023

Temporal!

Costumo dizer que a história é uma "senhora" que gosta muito de se repetir.  E não é que até no clima ela se repete?

Cachoeira, 18 de dezembro de 1923. 

Em edição de 26 de dezembro de 1923, o jornal O Commercio, na página 3 de seu suplemento, publicou:

"Temporal violento. - Às 13 horas de 18 do corrente, quando já estava no prelo a edição anterior desta folha, desandou um temporal violento sobre esta cidade que derrubou cercas, quebrou galhos de árvores e arrancou telhas de algumas casas.

Uma faísca elétrica atingiu o depósito de aguardente da firma José Weber & Filhos, edificado à Travessa Major Ourique, ocasionando a queda do telhado de zinco e de duas paredes de material. Na ocasião havia grande quantidade de aguardente no referido depósito que, felizmente, não pegou fogo."

Cachoeira do Sul, 18 de dezembro de 2023. 

Ao entardecer, depois de um dia de calor intenso, despencou sobre a cidade um temporal com muito vento, faíscas elétricas e chuva em grande intensidade. Pela cidade, galhos e árvores inteiras caíram, causando transtornos em diversas residências, ruas e praças. O fenômeno "El Niño" deu mostras de sua força.

Queda de árvore na Praça Dr. Balthazar de Bem (18/12/2023)
- foto Assessoria de Comunicação da Prefeitura Municipal

Poucos dias depois, na mesma semana, 22 de dezembro, novamente ao entardecer, cenas nunca vividas na cidade foram registradas pelas câmeras e vídeos dos celulares. Nelas, ruas alagadas, carros boiando, muros destruídos e verdadeiras crateras abertas em ruas, calçadas e pátios de residências. Casas foram destelhadas, móveis e eletrodomésticos carregados pela força das águas, instaurando o caos. No dia seguinte, a Prefeitura Municipal decretou estado de emergência.

Rua alagada - 22/12/2023 - ASCOM - Prefeitura Municipal

A ocorrência de tais fenômenos naturais tem desafiado os meteorologistas e os padrões climatológicos. No caso do temporal de 18 de dezembro de 2023, verifica-se a repetição do  que ocorreu há 100 anos, porém com uma violência que parece ter sido superior à do dia 18 de dezembro de 1923.

Mesmo que a história esteja a se repetir, o fenômeno de 1923 se potencializou em 2023 pela forma desrespeitosa como o homem tem se relacionando com o meio ambiente. 

As previsões futuras já alcançaram o presente!

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