Rua 7 de Setembro - foto Jorge Ritter |
Cachoeira vive hoje uma verdadeira “invasão” de automóveis em
suas ruas. Faltam vagas para estacionamento, sobram reclamações de motoristas e
pedestres com as questões de mobilidade urbana.
Rua David Barcelos - foto Dimi Machado |
Mesmo acostumados aos automóveis e reconhecendo neles a utilidade que têm para a vida moderna, não nos furtamos a reações de estranheza com os problemas que surgem de sua utilização indiscriminada. Os moradores da Cachoeira do século passado, desacostumados à novidade, além de estranhar, temiam os primeiros automóveis que por aqui apareceram.
No jornal O Commercio
(1900 – 1966), excelente fonte para vasculhar o passado da cidade, na edição do
dia 1.º de agosto de 1913, há uma notícia que mostra o quanto os primeiros “bólidos”
estavam causando preocupação:
“Nos últimos dias vários chauffeurs
vêm cometendo o abuso de andar a toda velocidade pela Rua 7 de Setembro e por
outros pontos movimentados da cidade. Aos domingos, em que muitas famílias
passeiam de auto, certos chauffeurs
dão-se ao luxo de efetuar corridas de velocidade no caminho do Amorim,
felizmente pouco transitado, e pela Rua Júlio de Castilhos, uma das mais frequentadas
da cidade. Ainda à tarde de domingo penúltimo tivemos ocasião de observar como
dois chauffeurs tocaram os seus autos
a sete pontos pela Rua Júlio de
Castilhos, cada um na ânsia de tomar a dianteira. Para este fato chamamos a
atenção do Sr. Capitão João Luiz Pinheiro, ativo subintendente da sede,
esperando que S. S. dê um paradeiro a tal abuso antes que tenhamos a registrar
alguma desgraça.”
Rua 7 de Setembro no primeiro quartel do século XX - Fototeca Museu Municipal - |
Rua Júlio de Castilhos em imagem posterior a 1913 - Fototeca Museu Municipal - |
Caso o jornalista que redigiu o texto acima entrasse na máquina
do tempo, o que diria dos bólidos que paulatinamente foram tomando a cidade?
Rua 7 de Setembro - década de 1930 - Acervo Dr. Fritz Strohschoen - |
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