O Museu Municipal de Cachoeira do Sul - Patrono Edyr Lima foi criado com o objetivo de reunir e resguardar objetos, documentos e fotografias que contassem a nossa história. A coleção inicial foi doada pelo advogado Edyr Lima e a primeira diretora, professora Lya Wilhelm, deu início no já distante ano de 1978 a buscar junto a famílias acervos que pudessem ajudar a compor o panorama histórico do quinto município do Rio Grande do Sul.
Alguns objetos do acervo do Museu |
A premissa era partir do micro para o macrocosmo, ou seja, do objeto em si e da função que ele originalmente tinha para remetê-lo ao contexto histórico em que foi usado, abrindo espaço, logicamente, para ressaltar também o elemento humano que o produziu e dele fez uso. Era uma visão primeira do que hoje se constitui educação patrimonial. D. Lya, altamente qualificada para a proposta, empreendeu ações que até hoje surpreendem pela visão prospectiva!
Lya Wilhelm |
Ao longo dos 38 anos de existência do Museu, o que começou pequeno se tornou grande. A comunidade viu na instituição a oportunidade de perpetuar períodos, fatos e nomes que ajudaram a escrever a história e foi fazendo dela a depositária de suas memórias.
De uma sede provisória e improvisada - a do Coral Cachoeirense, na Rua Comendador Fontoura - o Museu passou para sua sede própria, ocupando uma interessante casa no coração da Vila Maria, transformada em Parque Municipal da Cultura. Restaurada e adaptada às necessidades do Museu, a antiga casa construída por Engelberth Gottwald, e depois vendida para Aracy Alves e sua família, passou a ser a casa da história de Cachoeira do Sul. Sucederam-se os anos e a ineficiência e insuficiência dos recursos públicos produziu uma situação de vulnerabilidade da casa e, com isto, de risco ao acervo amealhado e tão bem cuidado desde os tempos do garimpo empreendido por Lya Wilhelm e seu quadro de servidores. O patrono Edyr Lima sempre dizia que era guardião de outro grande acervo que já estava destinado ao Museu, mas que não o entregava por saber da falta de espaço...
Sede do Museu - Parque Municipal da Cultura |
Agora surge a grande oportunidade de dar ao Museu Municipal o espaço que ele merece e precisa: o restaurado prédio do Paço Municipal. Incapaz de acomodar os setores indispensáveis da máquina pública e atender às exigências das rotinas administrativas modernas, o prédio seria subutilizado e logo sofreria ações de adaptações contrárias ao seu caráter de bem tombado do patrimônio histórico-cultural.
Pois se o prédio do Museu Municipal não comporta/protege mais o acervo histórico, por que não transferi-lo para o Paço? A lógica e o bom senso estão a dar a resposta. E o futuro provará que a instalação do Museu no Paço finalmente renderá ao município dividendos sobre a sua rica história, além de dar-lhe o valor, a dimensão e o papel que lhe foi atribuído no passado por pessoas que não se satisfaziam com as contingências do presente, mas tinham uma grande visão de futuro.
D. Lya, em meados da década de 1980, quando o Museu foi transferido para o Parque Municipal da Cultura, dizia que ainda vivíamos tempos de acostumar os visitantes do Zoológico que ele não era a única atração, que havia um Museu a ser visitado também. Será que ultrapassamos esta fase? O processo cultural é muito lento... Mais uma razão para a transferência, pois no Paço o Museu será senhor de si mesmo e terá por companhia ícones poderosos da nossa história, distribuídos na linda Praça Dr. Balthazar de Bem.
Centro histórico na Praça Dr. Balthazar de Bem - foto Renato F. Thomsen |
“Um povo sem memória é um povo sem história. E um povo sem história está fadado a cometer, no presente e no futuro, os mesmos erros do passado”.
ResponderExcluirEmília Viotti da Costa (historiadora)
O patrimônio arquitetônico é a memória viva e concreta da história de um povo. E, Cachoeira, tenho certeza, preza por sua história! Orgulha-se dela, pois está enraizada na cultura e na alma de sua gente.
Um povo que não conhece o seu passado também não saberá como trilhar o seu futuro.
Daí a importância de se manter em pé as edificações que fazem parte do nosso acervo arquitetônico.
Daí, a necessidade de se restaurar as feições do nosso passado, de devolver aos nossos prédios e monumentos, a beleza corroída, esquecida e apagada pelo tempo.
Uma vez que Cachoeira está preste a ter de volta o Paço Municipal, completamente restaurado na sua originalidade, nada mais justo que a ele seja destinada a sagrada missão de abrigar o acervo que conta a história do Município e o da sua gente.
Museu no Paço Já!
Sábias considerações, caro amigo Ortiz. A tradição histórica de Cachoeira e os apreciadores da nossa cultura, como tu, já entenderam o quanto ocupar o Paço com o Museu poderá representar para a nossa redenção e grandeza. Que as autoridades comunguem desta ideia!
ExcluirEste é o único caminho a ser escolhido. Porque será que milhões de pessoas do mundo todo trilham os museus da Europa? Museu no Paço já!
ResponderExcluirObrigado, Mírian, por mais esta esclarecedora aula de História.
ResponderExcluirO Museu Municipal, abrigado na edificação com 150 anos do Paço Municipal após o seu restauro, é o caminho natural a ser trilhado para valorizar o Centro Histórico na Praça Balthazar de Bem - atraindo o turismo cultural, que só é conseguido através de políticas sérias.
O Museu, no 1º pavimento do Paço, complementaria o trabalho artístico da Primeira-Dama a ser desenvolvido no 2º piso. A casa-sede do Museu, junto ao zoológico, depois de reformada, abrigaria a Secretaria do Meio-Ambiente - liberando, assim, espaço na Prefeitura.
Contamos com a comunidade cachoeirense para não deixar morrer esta ideia:
MUSEU NO PAÇO!
Todos nós estamos pensando prospectivamente. A hora é agora: Museu no Paço já!
ExcluirCachoeira do Sul deve deixar de pensar pequeno e se espelhar no exemplo bem sucedido de Manaus, que restaurou o seu antigo Paço Municipal e depois o transformou no Museu da Memória da Cidade.
ResponderExcluirMUSEU NO PAÇO, JÁ!
Concordo plenamente contigo, Renato!
ExcluirApoiaremos tua inciativa com todo nosso empenho!
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