No dia 12 de outubro de 1924, reuniram-se na sede do extinto Clube Renascença, na Rua 7 de Setembro nº 744, jovens da militância católica para o fim de fundar em Cachoeira a União de Moços Católicos. Naquele dia, coincidindo com a data do descobrimento da América, os salões do Renascença receberam senhores, senhoras, jovens e senhoritas para a fundação da primeira União de Moços Católicos do interior do Rio Grande do Sul.
Clube Renascença - antiga residência de José Custódio C. Leal |
Sob o lema “Deus e Pátria”, a União de Moços pretendia “realizar no Brasil a reunião de energias latentes nos arroubos juvenis. Porém a força da mocidade só serviria para reformar o Brasil, caso estivesse encaminhada pela prudência e graça da Igreja Católica”, segundo explanação do padre redentorista Geraldo Pires.
Depois de seu pronunciamento, o Pe. Pires convidou os membros da diretoria, escolhidos em reunião preparatória da fundação, a prestarem juramento. Através das páginas de O Comércio (1900-1966), edição de 15 de outubro de 1924, pode-se rememorar o que aconteceu naquela ocasião festiva:
"Em nome de todos, o Sr. Jary Carvalho de Abreu pronunciou o seguinte juramento, levantando-se toda a plateia: “Juro ser católico apostólico romano e não pertencer a nenhuma seita proibida pela Igreja Católica. Prometo trabalhar pela grandeza e desenvolvimento da União de Moços Católicos, prestando obediência a seus estatutos”. Os demais membros da diretoria repetiram as palavras de juramento e promessa.
No momento de receber o distintivo das mãos do padre vigário, foi o presidente da União vivamente aplaudido por todos os sócios presentes.
Em seguida, os restantes membros da diretoria receberam seus distintivos das mãos das pessoas gradas.
A diretoria empossada ficou assim constituída: presidente Jary C. de Abreu; vice-presidente Octacilio Ribas; tesoureiro Nicolau Salzano; 1º secretário Manoel C. de Abreu; 2º secretário Achylles Figueiredo; orador oficial Dr. Joaquim Borges de Medeiros; bibliotecário João Weinmann; sindicante Manoel Fialho de Vargas.
Exercendo seu cargo, o Sr. Presidente convidou os sócios presentes ao juramento de praxe, lendo-o, em nome e com aprovação dos demais, o Sr. Antônio Fialho. Declarados aceitos pelo presidente, os senhores sócios (40 era o seu número) receberam o emblema da União, que lhes foi colocado à lapela por gentis senhoritas e exmas. senhoras e cavalheiros."
Os sócios receberam também, das mãos de Josephina Fontoura Motta, em nome das Filhas de Maria, uma delicadíssima bandeira para servir de estandarte da instituição. Os moços da Congregação Mariana, representados por Aguinaldo Tatsch, também ofereceram um tinteiro com rica caneta dourada.
Sucederam estes atos, números artísticos, com destaque para a apresentação ao piano do Professor Souto Menor, que brilhou com o seu “Murmúrio de Floresta”.
O prédio onde se desenrolou a história da União de Moços, sede do antigo Clube Renascença, até hoje está altivo na Rua 7 de Setembro, constituindo-se em importante patrimônio histórico-cultural de nossa cidade.
Sede do Residencial União de Moços |
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