Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac, ou simplesmente Olavo Bilac, o “Príncipe dos Poetas Brasileiros”, visitou Cachoeira em outubro de 1916.
Sua chegada, pela linha de trem, se deu no dia 14 de outubro, ocasião em que foi festivamente recebido pelo povo, autoridades e intelectuais ao som da Banda Musical Estrela Cachoeirense na gare da Estação. Nos dias seguintes, proferiu conferência cívica e literária no Coliseu Cachoeirense e foi recebido para jantar na casa de João Neves da Fontoura.
Cinema Coliseu Cachoeirense em meio às paineiras da Praça |
O autor da letra do Hino à Bandeira era um nacionalista e cunhou uma frase muito interessante e atemporal sobre o conceito de pátria: A Pátria não é a raça, não é o meio, não é o conjunto dos aparelhos econômicos e políticos: é o idioma criado ou herdado pelo povo. Certamente, em sua conferência no Coliseu Cachoeirense, deve ter exaltado este conceito.
Na época de sua visita, a Praça José Bonifácio era orlada de paineiras, tanto que popularmente a chamavam de Praça das Paineiras. Ao avistar aquelas árvores (que não eram velhas, pois foram plantadas em 1908), quem sabe o poeta não relembrou um de seus tantos poemas:
Velhas Árvores
Olha estas velhas árvores, mais belas
Do que as árvores moças, mais amigas,
Tanto mais belas quanto mais antigas,
Vencedoras da idade e das procelas...
O homem, a fera e o inseto, à sombra delas
Vivem, livres da fome e de fadigas:
E em seus galhos abrigam-se as cantigas
E os amores das aves tagarelas.
Não choremos, amigo, a mocidade!
Envelheçamos rindo. Envelheçamos
Como as árvores fortes envelhecem,
Na glória de alegria e da bondade,
Agasalhando os pássaros nos ramos,
Dando sombra e consolo aos que padecem!
Olha estas velhas árvores, mais belas
Do que as árvores moças, mais amigas,
Tanto mais belas quanto mais antigas,
Vencedoras da idade e das procelas...
O homem, a fera e o inseto, à sombra delas
Vivem, livres da fome e de fadigas:
E em seus galhos abrigam-se as cantigas
E os amores das aves tagarelas.
Não choremos, amigo, a mocidade!
Envelheçamos rindo. Envelheçamos
Como as árvores fortes envelhecem,
Na glória de alegria e da bondade,
Agasalhando os pássaros nos ramos,
Dando sombra e consolo aos que padecem!
Olavo Bilac
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