Espaços urbanos

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Ponte do Fandango - foto Robispierre Giuliani

domingo, 26 de maio de 2013

Benjamin Camozato - empreendedorismo e arte


           Com o título acima, apresentei em Porto Alegre, no Museu de Comunicação Hipólito José da Costa, uma resenha biográfica do genial Benjamin Celestino Camozato. Empreendedorismo e arte caracterizaram a vida deste porto-alegrense nascido em 19 de maio de 1885 e falecido no dia 4 de maio de 1964.

Benjamin Camozato - acervo da família

Camozato poderia entrar para a história como dentista altamente qualificado e atualizado para a sua época; poderia também ser lembrado pelos inúmeros empreendimentos comerciais muito bem divulgados por um cidadão que sabia servir-se da mídia de seu tempo, afeita quase que exclusivamente à imprensa. Mas uma de suas tantas e ousadas facetas foi a de ter produzido um filme que documenta uma das maiores contendas do Rio Grande do Sul: a revolução de 1923.
Durante quase um ano percorreu o Estado, sendo recebido igualmente pelos partidários de Borges de Medeiros, ou chimangos, e pelos defensores de Assis Brasil, ou maragatos, registrando cenas das movimentações dos envolvidos no conflito e das personalidades históricas que marcaram aquele período importante da vida política e administrativa gaúcha. Dentre eles os cachoeirenses João Neves da Fontoura, Felippe Nery Portinho e Honório Lemes, o “Leão do Caverá”. O primeiro, portando um livro nas mãos, indicativo da intelectualidade que o caracterizava; o segundo, altivo em sua experiência de outras revoluções, e o terceiro, entre os filhos, revolucionários como ele, ou com a cuia na mão, símbolo do autêntico caráter do tropeiro gaúcho que saiu do Barro Vermelho para fazer história para os lados da serra do Caverá.
O filme de Camozato inaugurou o gênero documentário no cinema gaúcho e legou para o futuro imagens do tempo em que as questões de poder eram resolvidas pelas armas.
Do dentista, filatelista, esperantista, fotógrafo amador e comerciante ficaram as propagandas no jornal O Comércio, de Cachoeira, cidade onde Benjamin Camozato viveu 15 anos, e também no Grande Álbum de Cachoeira, recheado de belas imagens de uma cidade em franco crescimento. Do ousado cinegrafista ficou o inédito e valioso registro visual de uma época conturbada da nossa história.
Bravo, Camozato!

(Mirian Ritzel, participante da mesa redonda “Revolução de 1923: uma visão sobre a ótica de guerra”, juntamente com a Dra. Alice Dubina Trusz e Dra. Elizabeth Rochadel Torresini).

2 comentários:

  1. Por favor cite outras fontes .....livros..etc para me aprofundar nesta e outras historias de Cachoeira e do RS

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  2. Um pioneiro em vários campos, um polímata, de quem vocês gaúchos podem se orgulhar.

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