Com
o título acima, apresentei em Porto Alegre, no Museu de Comunicação Hipólito
José da Costa, uma resenha biográfica do genial Benjamin Celestino Camozato. Empreendedorismo
e arte caracterizaram a vida deste porto-alegrense nascido em 19 de maio de
1885 e falecido no dia 4 de maio de 1964.
Benjamin Camozato - acervo da família |
Camozato poderia entrar para a história como dentista
altamente qualificado e atualizado para a sua época; poderia também ser
lembrado pelos inúmeros empreendimentos comerciais muito bem divulgados por um
cidadão que sabia servir-se da mídia de seu tempo, afeita quase que
exclusivamente à imprensa. Mas uma de suas tantas e ousadas facetas foi a de
ter produzido um filme que documenta uma das maiores contendas do Rio Grande do
Sul: a revolução de 1923.
Durante quase um ano percorreu o Estado, sendo recebido
igualmente pelos partidários de Borges de Medeiros, ou chimangos, e pelos
defensores de Assis Brasil, ou maragatos, registrando cenas das movimentações
dos envolvidos no conflito e das personalidades históricas que marcaram aquele
período importante da vida política e administrativa gaúcha. Dentre eles os
cachoeirenses João Neves da Fontoura, Felippe Nery Portinho e Honório Lemes, o “Leão
do Caverá”. O primeiro, portando um livro nas mãos, indicativo da intelectualidade
que o caracterizava; o segundo, altivo em sua experiência de outras revoluções,
e o terceiro, entre os filhos, revolucionários como ele, ou com a cuia na mão,
símbolo do autêntico caráter do tropeiro gaúcho que saiu do Barro Vermelho para
fazer história para os lados da serra do Caverá.
O filme de Camozato inaugurou o gênero documentário no
cinema gaúcho e legou para o futuro imagens do tempo em que as questões de
poder eram resolvidas pelas armas.
Do dentista, filatelista, esperantista, fotógrafo amador e
comerciante ficaram as propagandas no jornal O Comércio, de Cachoeira, cidade onde Benjamin Camozato viveu 15 anos, e
também no Grande Álbum de Cachoeira, recheado de belas imagens de uma cidade em
franco crescimento. Do ousado cinegrafista ficou o inédito e valioso registro visual
de uma época conturbada da nossa história.
Bravo, Camozato!
(Mirian Ritzel, participante da mesa redonda “Revolução de
1923: uma visão sobre a ótica de guerra”, juntamente com a Dra. Alice Dubina
Trusz e Dra. Elizabeth Rochadel Torresini).
Por favor cite outras fontes .....livros..etc para me aprofundar nesta e outras historias de Cachoeira e do RS
ResponderExcluirUm pioneiro em vários campos, um polímata, de quem vocês gaúchos podem se orgulhar.
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