Como sabemos, o Hospital de Caridade nasceu da união comunitária.
O advogado Ernesto Barros, utilizando-se das páginas do jornal O Commercio, fez um "Apelo aos
corações generosos", dando início a uma subscrição popular que arrecadou
recursos para a tão almejada e necessária obra.
Prédio do 1.º Hospital - acervo COMPAHC |
Em 8 de agosto de
1906, quatro anos antes da concretização do sonho dos cachoeirenses, o
Vice-Intendente e médico Dr. Cândido Alves Machado de Freitas, um dos grandes
entusiastas da causa, enviou uma carta ao citado jornal dando conta do montante
que até então havia sido levantado em prol do Hospital, 771$710 réis, e a longa
relação dos primeiros contribuintes. Chama atenção o engajamento das pessoas,
pois muitas delas ofereciam seus serviços ao invés de dinheiro, o que por si só
demonstra a importância da causa. As doações em dinheiro são dos mais variados
valores, o que confirma que a campanha atingiu as diferentes camadas sociais da
cidade.
Segue a relação dos
primeiros contribuintes que participaram com doação de materiais ou serviços:
- Epaminondas Barcellos - 10.000 tijolos
- Augusto Wilhelm - mão-de-obra para todo o vigamento
- Manoel Gomes Pereira, construtor, uma semana de serviço com todo
seu pessoal na colocação da pedra fundamental e na construção do edifício
- Higyno Livi, construtor, vinte dias de serviços de pedreiro
- Antonio Marques Ribeiro - 200 pipas d'água
- José Sebastião Vieira da Cunha - 2.000 telhas
- Francisco Teixeira Guimarães - obriga-se pela pintura do
edifício
- José Leopoldino Marques - 30 dias de serviço no assoalho ou
forro
- Frederico Wilhelm - em serviços de carpinteiro e esquadrias
- Ignacio Loureiro - toda a pedra que for necessária para os
alicerces
- Antonio Thomaz da Fontoura - 10 carradas de areia
- José Franco de Azevedo - 10 carradas de areia
- Miguel Thomaz da F. Sobrinho - 5 carradas de areia
- Manoel Marques da Silveira - 2.000 tijolos
- Alfredo Souto - 1.000 telhas
- Miguel Paiva - feitio da porta principal do edifício
- Laureano Araujo - caiação da parte de dentro do edifício
- O Commercio - 1.000 envelopes e 1.000 circulares
- Julio Peixoto - escritura da compra do terreno para o Hospital
- Carlos Barros - obriga-se pelo valor de uma rês bem gorda
- André Bello de Castro - a importância de um documento a receber
- Galvão Alvares de Abreu - colchões e cobertores precisos
- Claudiano Moura - colchas e lençóis necessários
Em outra
oportunidade, será publicada a relação dos primeiros contribuintes em dinheiro.
Como sempre uma fonte de consulta obrigatória, obrigado por mais essa oportunidade.
ResponderExcluirDivulgar, divulgar, divulgar. Só assim as pessoas irão se apropriar de sua própria história, primo Hugo!
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