Em
setembro, pouco antes da entrada da primavera, nosso calendário cultural dedica
o dia 21 como o Dia da Árvore. Na nossa infância, invariavelmente, o 21 de
setembro era dia de relembrar a importância destes vegetais para a nossa vida e
retratá-los em desenhos, pinturas e outras técnicas que nossos professores
desenvolviam em sala de aula.
Em 1916, o jornal O Commercio publicou o Decálogo Florestal, uma incitação à
conservação das árvores, adiantada postura ecológica em tempos que não cogitavam
estes assuntos, texto reproduzido pelo blog em maio de 2011.
Nas décadas de 1960 e 1970, Cachoeira
do Sul era tida como uma das mais arborizadas cidades do Rio Grande do Sul. O
que muito orgulhava os cachoeirenses. Ainda conservamos uma boa cobertura
vegetal, embora espécies interessantes, especialmente de nossas praças e vias
públicas, tenham se perdido. Neste final de inverno, muito têm chamado a
atenção a florada dos ipês, especialmente os roxos, de uma exuberância
acentuada em relação a anos anteriores.
Vista aérea e panorama da arborização - Facebook |
A importância que a cidade
historicamente dá às árvores reflete-se, por exemplo, na antiga denominação
popular da Praça José Bonifácio – a Praça das Paineiras – devido ao grande
número de árvores desta espécie plantadas nos lugares onde hoje estão as
tipuanas. Aliás, paineiras irmãs daquelas encontram-se até hoje no pátio da
Escola Estadual Rio Jacuí, tendo merecido tratamento especial do muro, cuja
base permite que suas raízes centenárias ocupem o espaço necessário.
Há também um bairro na cidade, o Vale
do Sol, em que as ruas são denominadas com nomes de espécies distintas de
árvores: Rua das Manduiranas, Ruas das Spatódeas, Rua das Canafístulas, Rua dos
Ipês e outras mais. Não podemos esquecer ainda do nosso encantador Jardim
Botânico, que divide espaço com o Jardim Zoológico e o Museu no Parque
Municipal da Cultura.
Jardim Botânico - foto Jorge Ritter |
Motivos para comemorar o Dia da Árvore,
além dos relacionados à conservação do meio-ambiente, há de sobra em Cachoeira,
embora a tristeza da queda de três tipuanas depois das últimas chuvas tenha atingido
aqueles que amam as árvores. Que outras sejam plantadas e vinguem, como as
octogenárias que lá ainda estão.
E
viva a sombra, porque o verão – há muito – tornou-se nossa preponderante
estação!
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