Espaços urbanos

Espaços urbanos
Ponte do Fandango - foto Robispierre Giuliani

domingo, 23 de junho de 2013

Sérgio Lezama - poeta excepcional

Sérgio Gaspary Lezama foi certamente um dos maiores expoentes da literatura cachoeirense. No entanto, sua vida breve e obra esparsa, nunca publicada no conjunto, trazem seu nome à lembrança de poucos.

Sérgio Lezama em 1945
Acervo pessoal Edgar F. Becker

Nascido em Cachoeira no dia 2 de outubro de 1930, viveu até 14 de novembro de 1966. Apenas 36 anos! Mas apesar da vida breve e de ter a alma aprisionada em corpo doente, foi capaz de produzir poemas atemporais. Divinos.

Onde findam todos os limites
alucinado princípio.
Sou como um rio
a que barco nenhum resiste.

Onde a noite funde-se com a alvorada
ali faço meu horizonte
e ocaso. Sou como a fonte
que a si mesma se bebe insaciada!

Onde Deus começa eu termino
e vice-versa como um rei
que é também bobo da corte.

Em mim coexistem o velho e o menino
por isso nada sei e tudo sei
aquém da vida e além da morte.


Lezama, o 4.º da esquerda para direita, no alto
Acervo pessoal Amoretty Rodrigues




6 comentários:

  1. Lezana é "avis rara" em meio a um mar de "mesmismos"! Que se consiga reunir o máximo possível de obras para agraciar sua terra natal com uma coletânea da "sua obra esparsa" que visivelmente está sendo reagrupada. Parabéns, Mirian e equipe do Arquivo Histórico!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Renate, como cachoeirenses e, principalmente, como apreciadores da boa literatura, temos obrigação de ressaltar o trabalho do nosso genial e quase desconhecido Sérgio Lezama.
      Abraço.
      Mirian Ritzel

      Excluir
  2. Renate, a bendita Mirian está dedicando-se a pesquisar Lezama e sua obra. Clio está levando-a pela mão e os "achados" se multiplicam.Temos pelo menos um poema por dia para ouvir.

    ResponderExcluir
  3. Saudações, Miriam, Renate e Ionne. Que bom encontrar vocês quando fui procurar pelo Lezama. Eu tinha um arquivo com dois poemas dele, que a Célia Maciel me passou. Não encontro o arquivo. Um dos poemas é este, mas o outro não estou conseguindo localizar e tem um verso que diz algo com "vozes maquinam" ou "datilogravam em meu peito"... não lembro com exatidão mas as palavras tem esse som de ferro. Alguma de vocês sabem onde se pode encontrar?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Os poemas do Lezama estão espalhados em edições do Jornal do Povo. Seria preciso fazer um levantamento do que foi publicado para localizar este que referes.

      Excluir