Há exatos 129 anos a cidade de Cachoeira ouviu pela primeira vez o apito da locomotiva que chegou à Estação Ferroviária, inaugurando o trajeto Porto Alegre – Uruguaiana.
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A gare da Estação em dia de grande movimento |
O serviço de transporte ferroviário no local durou pouco mais de 90 anos e foi responsável, dentre outras coisas, pela divisão da cidade em zona baixa e zona alta, tendo como marco os trilhos da Estação.
A existência da Estação Ferroviária e as chegadas e saídas rotineiras de trens de carga e de passageiros incentivaram a grande concentração de engenhos de arroz e outras empresas no entorno pela facilidade de escoamento da produção.
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Engenhos de arroz e o Banco do Brasil junto à Estação |
Também não é à toa que a primeira quadra da Rua 7 de Setembro, na descida/subida dos bancos, teve seu calçamento decorado. Os paralelepípedos artisticamente dispostos tinham a dupla função de estabilizar o terreno e de parecer um tapete para dar as boas-vindas aos visitantes.
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Calçamento da Rua 7 - foto Jorge Ritter |
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Detalhe do calçamento da Rua 7 - foto Regina G. Buss |
A imagem do prédio gracioso da Estação que ficou salvo na memória de muitos que ainda presenciaram o seu movimento até meados dos anos 1970 e em fotos dispersas pelos lares e zelosamente preservadas no Museu Municipal são provas de um tempo que ficou para trás. O paradoxo é que, mesmo pertencendo ao passado, a Estação e as facilidades do transporte ferroviário habitam os anseios de nosso futuro, provando que a modernização não necessariamente agrega qualidade a nossas vidas.
Mirian Ritzel
Imagens: fototeca do Museu Municipal
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