Espaços urbanos

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Ponte do Fandango - foto Robispierre Giuliani

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Fábio Alves Leitão - vítima do levante do Barro Vermelho

O levante do 3.º Batalhão de Engenharia teve seu desenlace trágico no Barro Vermelho. Além do Dr. Balthazar de Bem, faleceu também naquele episódio o jornalista Fábio Alves Leitão, diretor do jornal A Palavra, e ideologicamente opositor do médico, pois postou-se ao lado dos militares revoltosos. 

Fábio Leitão (1917) - acervo familiar
No fatídico dia 10, Fábio Leitão, que atirava de pé em cima do muro do cemitério, foi alvejado mortalmente no abdômen por vários tiros de metralhadora. Morreu 15 dias antes de completar 37 anos de idade. Seu corpo foi enterrado no campo, ao lado do cemitério, no próprio dia 10, até que um grupo de correligionários, liderados por Ismael José Pereira, atendendo a um desejo da família, decidiu buscá-lo para dar-lhe um enterro digno. Dias depois o próprio Ismael Pereira, autorizado legalmente, foi até o local do combate para fazer o traslado de Fábio Leitão, conduzindo o corpo em seu próprio automóvel. 

Fábio Alves Leitão, nascido em Cachoeira no dia 25 de novembro de 1887, era uma liderança de oposição e que havia sido membro da diretoria da Associação Comercial de Cachoeira. Seu jornal, A Palavra, fundado em 1920, foi diversas vezes alvo de atentados. Antes havia sido redator de outros dois jornais: O Federalista e Parlamentarista

A esposa de Fábio, Maria Estelita, e os filhos do casal, Nelly, Paulo, Virgínia e João, ficaram desassistidos, contando nos primeiros tempos que se sucederam à morte do jornalista com a ajuda de amigos, correligionários e lideranças locais, dentre elas os irmãos Ciro e Orlando Carlos, João Minssen, Theobaldo Burmeister e José Félix Garcia.

Maria Estelita Leitão - acervo familiar

No dia 10 de novembro de 1924, Cachoeira viveu um pesadelo. Seu povo, na dor das perdas, esqueceu, ainda que por breves momentos, as diferenças que marcavam duramente aqueles anos...

3 comentários:

  1. Que emocionante ler a história de meus avós, Fábio e Estelita, contada aqui. Acompanho sempre o blog e enquanto estava vivo, sempre lia para meu pai, Paulo de Oliveira Leitão, que me ensinou a admirar a bravura de seu pai. Obrigada

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  2. Um reparo apenas, o Vô Fábio nasceu em 1887 e não 77 como consta no texto.

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