Cachoeira do Sul é uma cidade musical. Sua história contém música desde os tempos em que os guaranis das Missões estabeleceram-se na Aldeia. Reza a história que os padres jesuítas iniciavam os índios nos misteres desta arte e não deve ter sido diferente com aqueles que vieram para cá.
Os outros grupos que acabaram por formar o mosaico étnico em que nos constituímos também associaram sua musicalidade aos traços culturais que nos caracterizam.
Bandas, conjuntos, grupos instrumentais e talentos individuais surgiram ao longo das décadas. Mas destaque especial merecem as bandas musicais que embalavam, ao som de dobrados e marchas, os acontecimentos da cidade, fossem eles de cunho social, político ou religioso.
Dentre essas bandas, uma se sobressaiu, seja pelo tempo de existência, seja pelo número de componentes e pela organização e repertório: a Banda Musical Estrela Cachoeirense, cujo auge da fama experimentou ao tempo em que esteve sob a regência do maestro Miguel Iponema.
Fundada em 14 de dezembro de 1870, a Banda teve como primeiro regente o maestro Roberto Francisco da Silva, que hoje é nome de rua em Cachoeira. Subvencionada pela Intendência Municipal, dava retretas aos domingos nas praças e durante festejos comunitários. Miguel Iponema deve ter assumido a regência da Banda por volta de 1912, quando veio de Santa Maria.
Negro de grande estatura, Iponema, que integrava o corpo da Brigada Militar, imprimiu características marcantes ao grupo de músicos que dirigia, aliás um grupo bem numeroso. Disciplina, organização e postura dos participantes eram exigências do regente. Todos deviam também estar elegantemente fardados, como atesta a foto registrada no Grande Álbum de Cachoeira, de Benjamin Camozato, editado em 1922.
No repertório da banda constavam, dentre outras músicas, a Princesa das Czardas e Viúva Alegre. Antes de assumir a regência da Banda Musical Estrela Cachoeirense, Miguel Iponema havia integrado o Grupo Frohsinn, regido por João Moser.
Outro músico que integrou a Estrela Cachoeirense foi o pintor de paredes José Cândido Rodrigues, que em 1925, através das páginas do jornal O Comércio (Cachoeira, 1900 - 1966), agradecia às pessoas que o ajudaram a integralizar a soma necessária para adquirir o contrabaixo com que tocava na Banda. José Cândido, elegantemente vestido, ilustra a foto que sua filha, Maria de Lourdes Rodrigues, doou ao Museu Municipal.
José Cândido Rodrigues - acervo Museu Municipal |
Olha as duas peças citadas tanto a Princesa das Czardas como Viuva da noite são operetas (Duração de mais de uma hora)...e para tanto inluem cantores...Será mesmo que ele tocavam esse repertório...Vale uma pesquisa pra ver como era a formação musical dessa performace.
ResponderExcluirPois é, Dilber. Cabe uma pesquisa!
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