Auguste de Sain-Hilaire fez os seguintes registros sobre a região de Cachoeira em 1820:
"Região cortada por bosques e pastagens, a princípio, bastante acidentada, depois quase plana e menos arborizada. [...] A Vila de Cachoeira, que tem sido o termo da jornada, está agradavelmente situada; [...] sede de dois juízes ordinários e lugar de extensa paróquia, fica numa posição agradável, à encosta de uma colina que domina o Rio Jacuí. Esta vila, recém-criada, é ainda pequena; a praça pública está indicada por algumas casas esparsas.
Entre a vila e o rio, sobre o declive da colina, as miseráveis palhoças, separadas umas da outras, cuja reunião toma o nome de Aldeia. Estas choupanas são habitadas por índios, que vieram da aldeia de São Nicolau, vizinha de Rio Pardo, para lançar as fundações desta vila e que aqui permaneceram após concluída sua empreitada.
A Vila de Cachoeira teve seu nome dos recifes que, a pouca distância do lugar onde está construída, embaraçam o leito do rio e não deixam passar as canoas, senão ao tempo das enchentes. Até o momento, não se realizou obra alguma para faciliatar o descarregamento de mercadorias; apenas abriram uma picada no meio das árvores que margeiam o Jacuí e parece que não cuidaram do caminho que liga este rio à cidade. De qualquer forma, como São João da Cachoeira é o primeiro povoado que se encontra na rota das missões e do Paraguai, tornou-se uma espécie de entreposto, onde os mercadores e os estancieiros que não querem fazer longas viagens deixam os produtos de suas terras e adquirem de volta as mercadorias de que necessitam."
Livro:
Viagem ao Rio Grande do Sul - Auguste De Saint-Hilaire - 4ª Edição - Martins Livreiro Editor, Porto Alegre, 2002. (Pág 353-354)
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