Espaços urbanos

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Ponte do Fandango - foto Robispierre Giuliani

domingo, 17 de julho de 2011

Série Lojas do Passado: Casa da Bandeira Branca

Em 24 de março de 1915, o sírio-libanês Haguel Botomé abriu a Casa da Bandeira Branca, na Rua 15 de Novembro, esquina com General Osório. Comercializava, por atacado e varejo, fazendas, roupas brancas, roupas feitas, armarinho, calçados, seção de alfaiataria com grande sortimento de casemiras inglesas e francesas, brins, calçados para homens, mulheres e crianças.  
Em 1917, Botomé adquiriu a loja A Liquidadora, de José Waldemar, situada na Rua Saldanha Marinho e que comercializava fazendas e miudezas. Um ano depois, abriu uma filial da Casa da Bandeira Branca na Rua 7 de Setembro com Conde de Porto Alegre.
No ano de 1925, mandou arrumar os passeios que ladeavam a loja, recobrindo-os com mosaicos executados pela fábrica de Fernando Rodrigues. Até hoje é possível ver na calçada da Rua 15, defronte ao local onde funcionou a loja, já bastante desgastado pelo tempo, o letreiro CASA DA BANDEIRA BRANCA. Foi o que restou da loja que fechou definitivamente na década de 1930, depois de concordata preventiva solicitada por Haguel Botomé em 1931.

Casa da Bandeira Branca - álbum de Benjamin Camozato - 1922
Haguel Botomé com a esposa Haifa e a filha Jofreta

        Naquele mesmo ano de 1925, houve uma grande liquidação do estoque. O jornal O Comércio, em sua edição de 11 de novembro, estampava, na página três, o seguinte anúncio:

Aproveitem a torração!

Se quereis ótimas compras,
 Fazer pechincha de arranca,
Visitai agora mesmo
A Casa da Bandeira Branca.

Nessa loja preferida
E barateira de fato,
Vende-se muito, por pouco,
Pois só se vende barato.

Para o gosto delicado
Do freguês mais exigente,
Tem artigos escolhidos
De qualidade excelente.

Perfumaria estrangeira
Magníficos bordados,
Fazendas de toda a espécie,
Cortinas e cortinados.

Para homens, só se vendo,
Sortimento que é um primor:
Chapéus, cuecas, camisas.
Gravatas de qualquer cor.

Para noivas, nem se fala,
O que há de fino e de chique,
Véus, grinaldas, confecções,
E meias de seda BIC.

Enfim, como todos sabem,
Essa loja da Bandeira,
É a preferida do povo
Por ser a mais barateira.

E agora, ainda por cima,
Pra provar que não me engano,
Só vai vender pelo custo
Todo o resto deste ano.

Vede, pois, ó freguesia,
Comprar barato é que é,
Pechinchas e mais pechinchas
Na loja do Botomé.


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