Em 24 de março de 1915, o sírio-libanês Haguel Botomé abriu a Casa da Bandeira Branca, na Rua 15 de Novembro, esquina com General Osório. Comercializava, por atacado e varejo, fazendas, roupas brancas, roupas feitas, armarinho, calçados, seção de alfaiataria com grande sortimento de casemiras inglesas e francesas, brins, calçados para homens, mulheres e crianças.
Em 1917, Botomé adquiriu a loja A Liquidadora, de José Waldemar, situada na Rua Saldanha Marinho e que comercializava fazendas e miudezas. Um ano depois, abriu uma filial da Casa da Bandeira Branca na Rua 7 de Setembro com Conde de Porto Alegre.
No ano de 1925, mandou arrumar os passeios que ladeavam a loja, recobrindo-os com mosaicos executados pela fábrica de Fernando Rodrigues. Até hoje é possível ver na calçada da Rua 15, defronte ao local onde funcionou a loja, já bastante desgastado pelo tempo, o letreiro CASA DA BANDEIRA BRANCA. Foi o que restou da loja que fechou definitivamente na década de 1930, depois de concordata preventiva solicitada por Haguel Botomé em 1931.
Casa da Bandeira Branca - álbum de Benjamin Camozato - 1922 |
Haguel Botomé com a esposa Haifa e a filha Jofreta |
Naquele mesmo ano de 1925, houve uma grande liquidação do estoque. O jornal O Comércio, em sua edição de 11 de novembro, estampava, na página três, o seguinte anúncio:
Aproveitem a torração!
Se quereis ótimas compras,
Fazer pechincha de arranca,
Visitai agora mesmo
A Casa da Bandeira Branca.
Nessa loja preferida
E barateira de fato,
Vende-se muito, por pouco,
Pois só se vende barato.
Para o gosto delicado
Do freguês mais exigente,
Tem artigos escolhidos
De qualidade excelente.
Perfumaria estrangeira
Magníficos bordados,
Fazendas de toda a espécie,
Cortinas e cortinados.
Para homens, só se vendo,
Sortimento que é um primor:
Chapéus, cuecas, camisas.
Gravatas de qualquer cor.
Para noivas, nem se fala,
O que há de fino e de chique,
Véus, grinaldas, confecções,
E meias de seda BIC.
Enfim, como todos sabem,
Essa loja da Bandeira,
É a preferida do povo
Por ser a mais barateira.
E agora, ainda por cima,
Pra provar que não me engano,
Só vai vender pelo custo
Todo o resto deste ano.
Vede, pois, ó freguesia,
Comprar barato é que é,
Pechinchas e mais pechinchas
Na loja do Botomé.
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