Espaços urbanos

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Ponte do Fandango - foto Robispierre Giuliani

domingo, 25 de maio de 2014

Estatísticas do arroz

Com a realização da 18ª FENARROZ, o maior evento orizícola das Américas, cuja sede é Cachoeira do Sul não por acaso, vamos voltar no tempo e verificar as estatísticas do arroz na Cachoeira de 101 anos atrás, quando já havíamos inaugurado a irrigação mecanizada da lavoura e aumentado significativamente a produção.

Trabalho em uma lavoura de arroz - coleção Robispierre Giuliani

Os dados constam da edição de 20 de setembro de 1913 do jornal Rio Grande, editado em Cachoeira, que em síntese dizia:

A Seção de Estatística Municipal concluiu a apuração da colheita do arroz em 1913. Foram encontradas 92 grandes empresas que produziram 401.205 sacos. A produção da pequena lavoura atingiu a 86.000 sacos, o que deu um total de 487.205 sacos. A exportação em 1912 foi de 129.896 sacos, ou mais 51.000 do que em 1911, dando aos cofres municipais de imposto a quantia de 48:558$400 réis.

É fácil perceber que o título de Capital Nacional do Arroz foi uma conquista de muitos há muito tempo atrás. 

Locomóvel e trilhadeira na lavoura - fototeca Museu Municipal
Arroz sendo ensacado - fototeca Museu Municipal

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Viagem em automóvel a Caçapava

Em 1913 Cachoeira registrou uma experiência interessantíssima para a época: uma viagem de automóvel até Caçapava!

Retrocedendo um ano, há o registro de que os irmãos Pohlmann (que entraram para a história pela sua engenhosidade) adquiriram na Agência Bromberg & Cia. um automóvel da marca Humber destinado à condução de passageiros. Essa iniciativa inaugurou a possibilidade de utilização dos automóveis como carros de aluguel, os táxis de hoje.


Agência Bromberg & Cia. - Rua Saldanha Marinho - fototeca do Museu Municipal


Pois a viagem de automóvel até Caçapava, feita em 15 de janeiro de 1913, também empregou um automóvel da marca Humber e foi protagonizada pelo gerente da Agência Bromberg, Pedro Werlang, acompanhado por Bruno Heylmann, João Alves e João Kopf.

O “auto” partiu de Cachoeira às 5 horas da manhã, levando 40 minutos para chegar ao Passo de São Lourenço. Transportado na barca que fazia a travessia do passo, o Humber recomeçou sua viagem rumo a Caçapava às 7 horas. Apesar da grande distância percorrida, de 16 léguas*, e das estradas não estarem preparadas para o tráfego de tais veículos, o automóvel venceu todas as dificuldades do terreno e às 10h35 chegava a Caçapava sem nenhum incidente.

A viagem foi rápida. Descontados o tempo consumido para transposição da margem do Jacuí junto ao Passo de São Lourenço, o percurso foi vencido em 3h55.

A chegada em Caçapava foi com recepção oficial pelo intendente daquele município, Major Ovidio Damasceno Ferreira, e pelo chefe do Partido Republicano, Coronel Avelino Borges. A aventura causou excelente impressão ao povo caçapavano. Alguns empresários daquela cidade, impressionados com as possibilidades, pretendiam organizar uma empresa de automóvel para transporte de passageiros e cargas, resolvendo em parte os problemas de viação vividos naquele tempo.

O retorno dos viajantes se deu no dia seguinte, quando o “auto” desempenhou-se sem incômodo algum, nas melhores condições!



Automóvel Humber, modelos da época da viagem
http://www.svvs.org/links5/1912%20Humber.jpg


Fonte: Jornal Rio Grande, edição de 19 de janeiro de 1913, p. 2.

*Uma légua equivale a 6.600 metros.