Este haicai e trabalho fotográfico são de autoria de nosso conterrâneo Paulo Otto Kämpf, morador de Campinas, São Paulo.
quinta-feira, 31 de maio de 2012
Haicai
Este haicai e trabalho fotográfico são de autoria de nosso conterrâneo Paulo Otto Kämpf, morador de Campinas, São Paulo.
quarta-feira, 30 de maio de 2012
Estância do Lajeado - refúgio do tempo
Desde 1830 um casarão domina a paisagem da Estância do Lajeado, berço de gerações das famílias Carvalho e Figueiró. Dentre suas grossas paredes, construídas com tijolos crus e rejuntadas com barro, quantas histórias se desenrolaram, quantas pessoas circularam no correr dos dias. Até episódio da Revolução Farroupilha aconteceu por lá, quando houve no local um estacionamento de tropas.
Em 1985, por ocasião das comemorações do sesquicentenário da Revolução Farroupilha, houve a colocação de um marco defronte a casa. Assim, juntamente com outros quatro sítios históricos farroupilhas, a Estância do Lajeado é refúgio de um tempo que não volta mais. Resta a sua preservação, almejada pela família liderada por Irajá Pedroso Figueiró.
No dia 26 de maio de 2012 um grupo de conselheiros do COMPAHC, acrescido por amantes do patrimônio, fizeram uma visita ao local, sendo recepcionados com atenção pela família Figueiró.
A memória de Cachoeira do Sul e de seus feitos históricos espera que a Estância do Lajeado possa ser recuperada para, junto com o revigoramento das instalações de sua sede, trazer à luz da contemporaneidade, em sua plenitude, as riquezas do passado.
(Mirian Ritzel)
Imagens: Renato Thomsen
sexta-feira, 25 de maio de 2012
Palacete do Pelotense
Em 1922, o Banco Pelotense concluiu o palacete que mandou construir para sua agência na esquina das ruas Sete de Setembro e Venâncio Aires (hoje Presidente Vargas). Antes de instalar-se no prédio próprio, ocupava instalações na Rua Sete de Setembro, junto à casa de Francisco Cunha. Ali esteve de 1916 a 1922.
O palacete, que orgulha os cachoeirenses pela imponência e beleza, foi construído sob a supervisão de Theobaldo Carlos Burmeister, funcionário do Banco Pelotense, entre os anos de 1920 e 1922. O projeto arquitetônico era do arquiteto Manoel Itaqui e a construção foi empreitada por Santiago Borba.
Agência do BANRISUL - foto Jorge Ritter |
O jornal O Commercio (Cachoeira, 1900-1966), em sua edição de 15 de junho de 1921, noticiou o seguinte:
“Sábado último, ao meio-dia, foi festivamente comemorada a colocação da cumieira no vasto edifício que o Banco Pelotense está mandando construir à Rua 7 de Setembro, esquina da Rua Venâncio Aires. Já começou a colocação das telhas no belo edifício, construído sob a direção do Dr. Santiago Borba que pretende entregá-lo ainda antes do fim do ano.”
Em agosto do mesmo ano, registrou: “Até o fim do ano corrente deverão estar concluídos os trabalhos de edificação do belo e vasto sobrado que o Banco Pelotense está mandando construir à Rua 7 de Setembro, esquina da Rua Venâncio Aires, para nele ser instalada a sua filial desta cidade.”
A partir de 1931, com a extinção do Banco Pelotense, o prédio passou a sediar a agência do Banco do Estado do Rio Grande do Sul - BANRISUL, que até hoje ocupa o belo palacete, constituindo-se no mais antigo endereço desta instituição bancária no Rio Grande do Sul.
O prédio do BANRISUL é inventariado pelo COMPAHC.
domingo, 20 de maio de 2012
20 de maio de 2012 - 40 anos do Ginásio de Esportes D. Pedro I
No dia 20 de maio de 1972, data da abertura da III FENARROZ, foi inaugurado o Ginásio de Esportes D. Pedro I, ato que foi abrilhantado pela presença do Presidente da República Emílio Garrastazu Médici. Também o mascote da FENARROZ, o Arrozito, nasceu na terceira edição da Feira e está completando 40 anos.
O Ginásio de Esportes era inovador para a época, com estrutura redonda. O espaço tem sido utilizado há 40 anos como palco para diversas atividades, com destaque para os jogos estudantis da década de 1970, os shows com artistas de renome nacional e para várias edições da Vigília do Canto Gaúcho.
O aniversário de 40 anos do Ginásio de Esportes D. Pedro I e do Arrozito antecede em dois dias a abertura da 17ª FENARROZ, que acontecerá de 22 a 27 de maio de 2012.
Visite a Exposição: Estação Ferroviária - marco de transformação urbana!
A Casa de Cultura Paulo Salzano Vieira da Cunha está com uma interessante exposição sobre a Estação Ferroviária de Cachoeira, inaugurada em 7 de março de 1883 e demolida em 1975. A Estação Ferroviária foi um marco de transformação urbana. Sua existência dividia a cidade em zona baixa e zona alta e movimentava a economia a ponto de determinar o estabelecimento de várias casas industriais e comerciais em suas imediações, especialmente os grandes engenhos de beneficiamento de arroz.
Estação Ferroviária - acervo Eduardo Minssen |
As chegadas e partidas dos trens na Estação também traziam visitantes ilustres, companhias de teatro e atrações musicais para apresentações na cidade.
Pena que fomos incapazes de preservar o prédio, a gare e as vantagens do transporte ferroviário. Restam as lembranças e belas imagens que poderão ser conferidas na exposição, ficando o desafio de salvarmos a Estação Ferreira, à mercê do vandalismo e da falta de memória que ainda caracteriza nossa cultura.
Visite a Exposição: Estação Ferroviária – marco de transformação urbana até o dia 31 de maio e prestigie este belo trabalho do Núcleo Municipal da Cultura, Museu Municipal de Cachoeira do Sul – Patrono Edyr Lima, com o apoio de Claiton Nazar, Renate Schmidt Aguiar, AMICUS e Grupo Pró-Recuperação da Estação Ferreira.
(Mirian Ritzel)
sábado, 12 de maio de 2012
Isabel - a Redentora esquecida
A Princesa Isabel, que pela assinatura da Lei Áurea, no dia 13 de maio de 1888, passou a ser cognominada A Redentora, hoje está praticamente esquecida pelos movimentos negros. No entanto, a história não deixa de incluí-la dentre as grandes personalidades do Brasil do Segundo Império, ocasião em que, nos impedimentos do pai, imperador Pedro II, assumia a regência do país.
Princesa Isabel - a Redentora |
Isabel protagonizou no Brasil do século XIX uma situação que ainda continua sendo nova no século XXI: a de uma mulher conduzindo os rumos do país. O seu ato de assinar a Lei Áurea, contestado ou não, permitiu a mudança de uma situação insustentável para um país que precisava adentrar na modernidade de seu tempo, eliminando a ultrajante escravatura e inquestionavelmente obrigando a sociedade brasileira a se reestruturar e a reconhecer os direitos dos negros como cidadãos.
Lei Áurea, assinada em 13 de maio de 1888 |
domingo, 6 de maio de 2012
Primeiro mapa de Cachoeira
No dia 4 de maio de 1850 o engenheiro João Martinho Buff remeteu à Câmara Municipal o primeiro mapa de Cachoeira, então uma Vila em que havia 422 terrenos, sendo destes apenas 173 edificados. Todos estes terrenos, edificados ou não, estavam estampados no mapa preparado por Buff. Os dados tiveram como base a relação de proprietários e terrenos registrados a partir de 1830. O mapa estava acompanhado por um livro cadastro, exemplar que integra o acervo do Arquivo Histórico.
A solicitação de um mapa era antiga. Desde 1829 os vereadores reclamavam a confecção de uma planta (mapa) por engenheiro competente ao Presidente da Província.
A ata da Câmara que registra o recebimento do mapa dizia o seguinte:
“Foi presente a esta Câmara a Planta e Cadastro desta Vila, remetida pelo Engenheiro da Comarca João Martinho Buff, e exige a quantia de 4$500 réis, importância da despesa feita com os utensílios para a mesma Planta. A Câmara ficou inteirada e resolveu que dita Planta fosse arquivada assim como o Cadastro dela e que se ordenasse ao procurador da Câmara que pague ditas despesas e que se leve ao conhecimento de S. Excia. o Presidente da Província o recebimento da dita Planta e Cadastro...”
No mapa estão listadas as seguintes ruas, com a denominação original e sua correspondente atual:
Rua de Santo Antônio – Rua Saldanha Marinho
Rua do Loreto – Rua 7 de Setembro
Rua da Igreja – Rua Moron
Rua do Paulista – Rua 15 de Novembro
Rua de Santa Helena – Rua Liberato S. V. da Cunha
Rua do Cardoso – Rua Riachuelo
Rua do Amorim – Rua Gabriel Leon
Rua do Passo de Jacuí – Rua Moron
Rua de São João – Rua Pinheiro Machado
Travessa do Matadouro – Rua Major Ouriques
Travessa do Lava-pé – Rua Milan Kras
Travessa do Ilha – Rua Sílvio Scopel
Travessa do Ourives – Rua Andrade Neves
Travessa da Lagoa – Rua Gal. Portinho
Travessa dos Pecados – Rua Ramiro Barcelos
Travessa do Soeiro – Rua Gal. Osório
Travessa da Tapera – Rua Gal. Câmara
Travessa da Igreja – Rua Monsenhor Armando Teixeira
Travessa de São José – Rua Conde de Porto Alegre
Travessa de São João – Rua Félix da Cunha
Travessa de São Jerônimo – Rua Tiradentes
Travessa da Luiza – Rua Tuiuti
Nota: a planta de 1850, confeccionada por J. Martinho Buff, está em processo de restauro em Porto Alegre. A área cultural de Cachoeira do Sul necessita recursos para a integralização das despesas.
Parabéns a você!
O Blog da História de Cachoeira do Sul está de aniversário. Há um ano postamos aqui notícias, informações, fotografias, documentos e achados da nossa história.
A motivação da nossa existência é proporcionar a você uma viagem no tempo e, através desta viagem, fazê-lo reconhecer a importância da preservação da memória - patrimônio de todos nós.
A motivação da nossa existência é proporcionar a você uma viagem no tempo e, através desta viagem, fazê-lo reconhecer a importância da preservação da memória - patrimônio de todos nós.
Interaja conosco. Envie suas colaborações e sugestões! E obrigado pela sua companhia.
terça-feira, 1 de maio de 2012
O 1.º de Maio em Cachoeira
O historiador Ícaro Bittencourt em sua dissertação de Mestrado intitulada Patrões e Mutualismo Operário em Cachoeira na Passagem entre os Séculos XIX e XX: o Caso das Sociedades Beneficentes Liga Operária Internacional Cachoeirense e União Operária 1º de Maio*, nos conta como aconteceram as primeiras comemorações de 1º de Maio em Cachoeira.
Historiador Ícaro Bittencourt |
No Rio Grande do Sul, o 1º de Maio começou a ser comemorado a partir de 1892, em Porto Alegre, passando logo também a ser festejado em todas as cidades onde o movimento operário já se manifestava.
Diz o autor em sua dissertação: “Ao longo da Primeira República, as manifestações de 1º de Maio no Rio Grande do Sul foram, em sua maioria, organizadas pelas inúmeras associações operárias fundadas em diversos municípios do estado. O associativismo operário teve origem na segunda metade do século XIX e expressou-se de diversas maneiras, desde sociedades beneficentes (ou de socorro-mútuo) até sociedades de inspiração socialista e anarquista. Foram essas associações que, representando os operários alijados da política oligárquica então vigente e, também, da relativa prosperidade econômica das atividades rurais e urbanas, construíram os parâmetros identitários para parcelas da classe operária e as representaram politicamente. (...) Na cidade de Cachoeira não foi diferente. As duas associações criadas durante a Primeira República, a SOCIEDADE BENEFICENTE LIGA OPERÁRIA INTERNACIONAL CACHOEIRENSE e a SOCIEDADE BENEFICENTE UNIÃO OPERÁRIA 1º DE MAIO promoveram diversas atividades em alusão ao 1º de Maio. A primeira referência da comemoração da data na cidade é de 1899, ano em que a Liga Operária, em seu livro de atas, instituiu a comemoração do referido dia, já entendida como ‘festividade’ e, provavelmente comemorada com brindes, já que foi explicitado no documento que a copa deveria ser paga pelos sócios.”
Em sua pesquisa, Ícaro Bittencourt levantou comemorações em sucessivos 1ºs. de Maio, “envolvendo música, foguetes, passeata cívica, etc., etc.” E conclui: “Ambas as sociedades operárias, de caráter beneficente, possuíam como membros não só operários, mas também profissionais liberais, como advogados e médicos, militares, pequenos proprietários e até mesmo empresários industriais da cidade. Essa heterogeneidade na composição das associações, cujos sócios também integravam outras sociedades, (...) imprimiam nelas um caráter de ‘harmonia social’.
Em sua pesquisa, Ícaro Bittencourt levantou comemorações em sucessivos 1ºs. de Maio, “envolvendo música, foguetes, passeata cívica, etc., etc.” E conclui: “Ambas as sociedades operárias, de caráter beneficente, possuíam como membros não só operários, mas também profissionais liberais, como advogados e médicos, militares, pequenos proprietários e até mesmo empresários industriais da cidade. Essa heterogeneidade na composição das associações, cujos sócios também integravam outras sociedades, (...) imprimiam nelas um caráter de ‘harmonia social’.
*Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em História, UFRGS, 2011.
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