Participe da programação da 43.ª Semana de Cachoeira do Sul e comemore conosco os 153 anos de Cachoeira Cidade.
quinta-feira, 29 de novembro de 2012
quarta-feira, 28 de novembro de 2012
A Praça José Bonifácio em 1912
Voltemos no tempo. Para 100
atrás. Visitemos nossa principal praça – a José Bonifácio, já oficialmente
assim denominada, mas conhecida pelas pessoas como Praça das Paineiras, pois
eram estas as árvores que a guarneciam e davam sombra.
No
coração da praça, o imponente e movimentado Mercado Público. Bancas diversas e
pequenos prestadores de serviço davam vida ao espaço que ainda era moço: tinha
só trinta anos de funcionamento! Os moradores do interior do Município traziam
para o Mercado os seus produtos e aproveitavam para se abastecer dos gêneros
necessários na rica oferta de lojas e bazares que a Rua Sete de Setembro
oferecia, além do próprio Mercado, é claro!
Mercado Público e coreto (à esquerda) - fototeca do Museu Municipal |
Os
cavalos, tração do principal transporte da época, pois ainda raros eram os
automóveis na cidade, pastavam na vastidão do terreno que circundava a praça,
já arborizado e com algumas atrações, como o coreto, o posto meteorológico, o
cata-vento e o lindo Chalé Avenida, ponto de venda de doces, salgados e
bebidas. Um charme!
Chalé Avenida e seus frequentadores em mesas na calçada - fototeca do Museu Municipal |
sábado, 17 de novembro de 2012
Aconteceu há 100 anos
Há 100 anos, no dia em que completava seu 25.º aniversário, João Neves da Fontoura casou com Iracema Barcellos de Araújo. O jornal O Commercio (1900-1966), edição de 20 de
novembro de 1912, na página 2, noticiou o consórcio:
“Às 7 horas da manhã de sábado (16 de novembro de 1912) consorciaram-se,
nesta cidade, o Dr. João Neves da Fontoura e a senhorita D. Iracema Barcellos
de Araújo, filha do Sr. Antonio Antunes de Araújo, advogado deste foro. Foram
testemunhas no ato civil: do noivo o Dr. Balthazar de Bem e sua exma. esposa e
da noiva o Sr. Coronel Isidoro Neves da Fontoura e sua exma. consorte, sendo paraninfos
do noivo, no ato religioso, o Sr. Odon Cavalcanti e a senhorita D. Ondina Godoy
Gomes, e da noiva o 1.º Tenente Dr.
Graciliano Porto da Fontoura e sua exma. esposa.”
Iracema
Barcellos de Araújo era neta do Cel. David Soares de Barcellos, com
quem o pai de João Neves, Isidoro, havia tido diferenças políticas ao tempo em
que David era intendente. Mas João Neves, em suas Memórias, 1.º volume: Borges de Medeiros e seu Tempo, p. 164, assim se refere ao avô da
esposa: “David Barcellos era um homem de raras virtudes. Sua família
compunha-se de vinte e quatro filhos do mesmo casal! Gente honrada e da velha formação
provinciana.”
Iracema com a filha do casal, Clara Lísia - fototeca Museu Municipal |
sexta-feira, 16 de novembro de 2012
Viva a República!
Aconteceu,
no salão principal da Intendência, às 19h30 do dia 15 de dezembro de 1912, uma sessão
cívica em homenagem ao 23.º aniversário da República, ocasião em que foi
inaugurado um retrato a óleo do Coronel Isidoro Neves da Fontoura, homenagem de
seus amigos e correligionários.
“À hora referida, o Cel. Isidoro,
vindo de automóvel, passou entre alas de praças da Guarda Nacional, que lhe
prestou continências. Ao entrar no edifício, foi recebido por uma salva de
palmas. Em seguida, o Coronel Horácio Borges, chefe do Partido Republicano
local, descerrou o retrato do homenageado, o qual se achava coberto com a
bandeira da República.”, noticiou o jornal O
Commercio, de 20 de novembro de 1912, em sua página primeira.
Praça Dr. Balthazar de Bem, defronte à Intendência em dia comemorativo - fototeca do Museu Municipal |
Houve discurso do advogado José
Mariano Porto e, em seguida, o Dr. João Neves da Fontoura, filho do
homenageado, agradeceu em nome do coronel a “elevada homenagem tributada”,
alongando-se em outras considerações sobre a data comemorativa. Depois dos
discursos, houve passeata cívica que percorreu algumas ruas da cidade.
Na Praça José Bonifácio, o povo
entregou-se à diversão com confetes, serpentinas e lança-perfumes. Pelas 21
horas, começaram as pessoas a dirigirem-se ao Coliseu Cachoeirense para
exibição de fitas que inauguraram as remodelações daquele cinema.
domingo, 11 de novembro de 2012
Aonde foram parar as grades da Praça?
Em
novembro de 1921, quando a Praça Dr. Balthazar de Bem ainda se chamava Praça
Almirante Tamandaré, foram retirados pela Intendência os muros e as grades que
fechavam o lado Sul de seu recinto. O mesmo já havia sido feito no lado Norte.
Muro do lado Norte da Praça - fototeca do Museu Municipal |
A justificativa para a retirada dos
muros e grades era “porque não mais vagueiam animais pelas ruas da cidade”,
segundo noticiou o jornal O Comércio,
na sua edição do dia 8 de novembro de 1921.
As grades do lado Norte, retiradas
em primeiro lugar, foram reaproveitadas no muro que circundava a Hidráulica
Municipal, inaugurada em 20 de setembro de 1921. Parte destas grades encontra-se
lá até hoje.
Parte das grades que sobraram da antiga Hidráulica e que eram remanescentes da Praça Almirante Tamandaré, hoje Balthazar de Bem - foto COMPAHC |
Depois da retirada, foram feitos
trabalhos de limpeza, de canalização e de levantamento de novos canteiros nos
jardins da praça. Segundo informações noticiadas na época, a população apreciou
a medida, considerando que o aspecto geral da praça havia melhorado
sensivelmente, ressaltando que os transeuntes podiam ver, mesmo de longe, as
frentes das casas construídas nas ruas adjacentes.
sábado, 10 de novembro de 2012
90 anos da morte de Cândida Fortes Brandão
Há
90 anos Cachoeira despedia-se da professora Cândida Fortes Brandão.
Professora pública diplomada em
1885, Cândida iniciou sua vida profissional em Porto Alegre. Em seu retorno a terra natal, lecionou em uma aula pública mista. Foi
também a primeira diretora do Colégio Elementar Antônio Vicente da Fontoura.
Cândida Brandão, casada com o
promotor público Augusto César Brandão, sem filhos, faleceu no dia 4 de novembro
de 1922. Contava 60 anos de idade. Deixou o marido e os irmãos Francisco, Antônio, Emiliana, Francisca e Francisca Francelina. Seu corpo foi sepultado no Cemitério das Irmandades. Atualmente o túmulo da professora é conservado pela Escola Estadual de Ensino Fundamental Cândida Fortes Brandão.
Cândida Fortes Brandão - fototeca do Museu Municipal |
Agradecimentos a Lisara Pires Neves, sobrinha-bisneta de Cândida Fortes Brandão, que informou corretamente os nomes dos irmãos da professora.
domingo, 4 de novembro de 2012
João Moser - homem de caráter associativo
O
austríaco João Moser, nascido Johann, cujo falecimento se deu há exatos 100 anos,
no dia 4 de novembro de 1912, desenvolveu em Cachoeira o espírito associativo
que caracterizava os imigrantes em terras estranhas.
Alfaiate de profissão, João Moser aproveitou-se
de seu dom musical e a habilidade com instrumentos, notadamente o violino, para
fundar em 1904 o Grupo Frohsinn. Esse grupo ficou conhecido por incluir dentre
os seus componentes alguns músicos negros, integrando-os aos seus costumes e
admitindo-os inclusive em suas atividades em sociedade. Um destes admitidos era
o conhecido maestro Miguel Iponema, regente da famosa Banda Musical Estrela
Cachoeirense. Também João Moser era o dirigente da Orquestra de Amedeu Masson,
grupo responsável pela animação de muitos bailes da Cachoeira do início do
século XX.
Grupo Frohsinn. João Moser, sentado, ao centro, com violino, ladeado por Miguel Iponema - fototeca do Museu Municipal |
João Moser também se conta dentre os
fundadores da Schützen-Verein Eintracht, hoje Sociedade Rio Branco.
Natural da Boêmia, Áustria, João Moser
faleceu com 58 anos, sendo que desde os 41 residia em Cachoeira. Era casado com
Elizabeth Weide Moser e tinha os seguintes filhos: Guilhermina, casada com
Adolfo Brendler, Adolfina, casada com Augusto Wilhelm, Amanda, casada com
Valentim Beck, Bertoldo, Alcina, casada com Frederico Purper, e Itelvina
Elvira.
Societá Italiana Principe Umberto
A comunidade de origem italiana de
Cachoeira fundou uma sociedade no dia 4 de agosto de 1912. Foram fundadores:
Biagio Alaggio, Gaetano Alario, Carlo Barone, Pietro Battisti, Giacomo Bidone, Biagio
Calderaro, Giovannangelo
Calderaro, Luigi Gaiani, Giovanni Gastaldi, Pasquale Gazzaneo, Amailde
Lazzarini, Ferrucio Livi, Guido Livi, Vittorio Livi, Enrico Marzano, Giovani
Panosso, Francesco Pedrazzani, Pietro Pedreschi, Cherubino Poli, Angelo
Riccardi, Serafino Riccardi, Agostino Rossi, Nicola Salzano, Pietro Scotà,
Pietro Stringhini.
A festa inaugural da Sociedade
aconteceu no dia 6 de julho do ano seguinte, quando as portas da sede própria,
recém-construída, foram abertas aos sócios e comunidade, na Rua São João, atual
Pinheiro Machado, esquina com a Dr. Milan Kras. O terreno, que media 35 palmos
de frente por 300 de fundos, foi adquirido de Antonia Carolina Fialho em
outubro de 1912.
Antes da mudança para a sede própria, a
Societá Italiana funcionou em sede provisória na Rua Moron n.º 18.
A Societá Italiana Principe Umberto recebeu
este nome para homenagear “o forte rebento da árvore gloriosa da Itália e da
árvore terrível e santa do herói de Montenegro, minúsculo povo, mas pela
virtude maior do que muitas outras grandes nações!”, conforme fragmento do
discurso inaugural reproduzido pelo jornal O
Commercio (1900- 1966) em sua edição de 9 de julho de 1913.
Principe Umberto |
Em
abril de 1928 a sociedade mudou sua sede social para a
Rua Júlio de Castilhos, em prédio comprado de Henrique Richter. Nova
inauguração se deu em janeiro de 1929. Com as dificuldades sofridas pelas
sociedades fundadas por estrangeiros no Brasil durante a Segunda Guerra
Mundial, a Sociedade Italiana Príncipe Umberto foi dissolvida em 15 de maio de
1941, sendo incorporada pelo Grêmio Náutico Tamandaré.
Assinar:
Postagens (Atom)