Um
casarão escondido no fim de uma rua guarda preciosas provas materiais da nossa
história. E mais do que provas materiais, guarda e difunde traços da nossa
identidade cultural, apresentando-se como vitrine de personagens e feitos
históricos.
Que
casarão é este? A sede do Museu Municipal de Cachoeira do Sul – Patrono Edyr
Lima, no coração do Parque Municipal da Cultura desde dezembro de 1986, onde
conjuga natureza e história com vários verbos, especialmente preservar,
registrar e expor.
Sede do Museu Municipal de Cachoeira do Sul - Parque Municipal da Cultura - fototeca Museu Municipal |
Da
história da casa há alguns registros que dão como seu construtor o alemão
Engelberth Gottwald, empreendedor, amante da fotografia e das flores,
especialmente dálias, que colecionava nos jardins da casa, fabricante de sabão,
bebidas e velas e que oferecia banhos públicos nos fundos da sua fábrica, na
Travessa 24 de Maio, hoje Rua Dr. Sílvio Scopel.
Engelberth Gottwald e seu amigo José Zell - fototeca Museu Municipal |
A fábrica
de sabão e de gasosa de Gottwald produzia gasosa, limonada, água mineral e uma bebida
sem álcool, chamada Diana. A fábrica de
sabão, fundada pelo seu sogro, Otto Büchler, em 1887, foi adquirida por
Gottwald em 1902, ano que também pode ter sido o da construção da casa. No
estabelecimento, Gottwald mantinha depósito de variados tipos de sabão. A
fábrica de sabão foi depois vendida para Frederico Richter, proprietário da
casa que existe até hoje, próxima ao Parque Municipal da Cultura.
Casa de Frederico Richter - acervo COMPAHC |
Para o
fabrico de velas, Gottwald recebeu uma máquina vinda da Europa, aumentando as
dependências de seu estabelecimento. O passeio de tijolos que dá acesso ao
vagão de trem que há na lateral do Museu seria parte do piso das instalações
fabris.
Por volta
de 1940, Engelberth Gottwald vendeu a propriedade do final da Travessa 24 de
Maio para Aracy Machado Alves. O novo proprietário fez algumas melhorias na
casa e passou a denominar o lugar, quase uma chácara, como Vila Maria. As iniciais
VM podem ser vistas até hoje no portão de ferro que dá acesso ao Parque Municipal
da Cultura.
Aracy Machado Alves - fototeca Museu Municipal |
Outra
testemunha da rica história desta casa e seus arredores é uma grande araucária
que cresce junto ao lado direito do portão de ingresso do Parque, e que foi
plantada pela família Alves depois que cumpriu a sua missão de pinheiro de Natal.
Como se
vê, a casa que guarda a nossa história tem as suas próprias e peculiares
histórias... E é um exemplar legítimo de casas que têm passado e presente...
Mas um futuro incerto! Sem a manutenção necessária e sujeita às intempéries, a
construção precisa de socorro urgente para que possa efetivamente ser um prédio
com passado, presente e futuro! E garantir a perpetuação das nossas glórias históricas.
Imagem: fototeca Museu Municipal |