Espaços urbanos

Espaços urbanos
Ponte do Fandango - foto Robispierre Giuliani

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Como é rica a nossa história!

Estamos acostumados a celebrar duas datas significativas na história de Cachoeira: o 5 de agosto de 1820 e o 15 de dezembro de 1859. 

Muito já se disse a respeito das duas datas. A primeira, sabidamente a mais importante do ponto de vista histórico, marca a instalação da Vila Nova de São João da Cachoeira, o que hoje entendemos como emancipação político-administrativa. De submissos a Rio Pardo, tornamo-nos independentes, com existência política própria, sendo naturalmente exigido o provimento dos cargos públicos mínimos para que o quinto município da Província de São Pedro do Rio Grande do Sul realmente se estabelecesse.

Porém, o que poucos sabem é que a ordem para criação da Vila já havia sido assinada em 26 de abril de 1819, por D. João VI, tendo o seu cumprimento em 5 de agosto de 1820, um ano e quatro meses depois. Nesse dia o Dr. Joaquim Bernardino de Senna Ribeiro da Costa, Ouvidor Geral, Corregedor e Provedor da Comarca de São Pedro e Santa Catarina, chegou a Cachoeira para oficializar o ato.

Assim, o que comemoramos com júbilo em 5 de agosto, na verdade teve origem em 26 de abril de 1819.

E o 15 de dezembro de 1859? Simples: de Vila passamos a Cidade.

Como é rica a nossa história!

domingo, 13 de abril de 2014

Fiat Lux! Melhoramentos na Usina Municipal

Em setembro de 1913 a imprensa divulgava que a Usina Municipal estava com suas obras de ampliação dos serviços concluídas.

Vista da cidade, vendo-se ao centro a chaminé da Usina Municipal
- fototeca Museu Municipal

Novos equipamentos haviam sido instalados, permitindo que a energia elétrica atingisse maior número de usuários.
Um novo motor compound com capacidade de 90 cavalos e um dínamo General Electric de 60 quilovates compunham com uma caldeira de 600 quilos de vapor por hora o bom funcionamento da Usina. A rede tanto pública como particular teve os seus condutores principais aumentados para poder fazer face à ampliação e ao constante desenvolvimento do consumo de eletricidade entre os cachoeirenses da época.
Os serviços de ampliação e instalação dos novos mecanismos foram assumidos pela empresa Lima & Martins, sob a fiscalização do engenheiro Dr. Fernando Martins.
Interessante verificar que a imprensa começou a publicar com regularidade propagandas de produtos elétricos, como é o caso do anúncio de lâmpadas que se vê a seguir. Lâmpadas de 101 anos atrás! 

Anúncio publicado no jornal Rio Grande, de Cachoeira, datado de 15/11/1913

A partir dos melhoramentos na Usina, a municipalidade iniciaria o serviço de distribuição de força durante o dia, permitindo assim não só o uso de energia elétrica para estabelecimentos fabris, mas também para os domicílios que poderiam empregá-la para o uso de ventiladores, estufas, ferros de engomar, etc. 
Que avanço tal passo representou para as famílias cachoeirenses!




sexta-feira, 11 de abril de 2014

Limpeza das ruas da cidade

Em 1913 começou a ser feito diariamente em Cachoeira o serviço de limpeza urbana. Pequenas carroças, apropriadas para tal fim, circulavam pelas ruas centrais recolhendo o lixo. Nos dias em que havia muita poeira, depois da carroça passar, as ruas eram borrifadas com água, diminuindo sensivelmente as nuvens de pó que o vento levantava. Para que o serviço fosse feito a contento, a Intendência mandou fabricar três carroças para a limpeza.


Trecho da Rua Sete ao tempo em que não havia calçamento
- fototeca do Museu Municipal
Teatro e Intendência Municipal com o terreno empoeirado
da futura Praça Dr. Balthazar de Bem
- fototeca do Museu Municipal

O Código de Posturas vigente na época determinava que os habitantes não podiam atirar ou depositar lixo na via pública, senão em latas a fim de que fosse recolhido pelas carroças de limpeza. E o Código de Posturas previa também multas para quem infringisse as normas.
Hoje, decorridos 101 anos, a imprensa desafia os vereadores da cidade a editarem lei parecida, a exemplo da recentemente instituída em Porto Alegre.
A modernidade não significa avanço nas regras de civilidade, tendo nossos antepassados provado que nem sempre evoluímos com o passar do tempo: em 1913 eles já estavam legalmente aparelhados para inibir/punir os relaxados com a limpeza urbana!

(Fonte principal: jornal Rio Grande, 13 de abril de 1913, p. 2)