Espaços urbanos

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Ponte do Fandango - foto Robispierre Giuliani

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Dr. Milton da Cruz - uma voz patriótica


         “A história de um povo é sempre, no fundo, como afirmou o pensador inglês Thomaz Carlyle, a história dos seus grandes homens, que lhe defenderam a integridade do território e prepararam os elementos de cultura e progresso material. Conhecer a história desses beneméritos da nação é conhecer a própria história da Pátria”. Com estas palavras, o advogado Milton da Cruz apresenta a publicação Pequenos Discursos (Para comemorações cívicas), editado há 100 anos, pela Sul-Brazil. A obra é uma mostra do trabalho que motivava a vida deste cachoeirense, levando-o a palestrar por diversas cidades do Brasil e incitar os cidadãos ao patriotismo.
                No decurso de mais uma Semana da Pátria, momento em que pranteamos vultos e fatos da nossa história, é salutar rever a trajetória de um brasileiro que disseminava aonde ia o civismo e o amor à Pátria - este ente subjetivo representado na bandeira, no hino e mais popularmente celebrado nas nossas vitórias esportivas.
                Milton da Cruz nasceu em Cachoeira no dia 27 de fevereiro de 1880 e faleceu em Bagé, onde residia, no dia 21 de dezembro de 1929, com 49 anos. Era filho de Policarpo Álvares da Cruz e Ana Cezimbra da Cruz. Deixou uma única filha, Laura Beatriz, do casamento com Rosalina Itarregui Cruz.

Milton da Cruz, formando de Direito - 1906
- Fototeca do Museu Municipal

              Fez os estudos secundários em Porto Alegre e ingressou na Faculdade de Direito, concluída em São Paulo no ano de 1906. Em São Paulo, fundou a revista Lótus.
           Concluído o curso de Direito, veio para Cachoeira, sendo logo nomeado Juiz Distrital para São Borja, cargo que exerceu até 1910. Por esta época já tinha granjeado nome nas letras, pois publicava seguidamente na imprensa artigos e poemas. De 1911 a 1922 exerceu a advocacia em Rosário, cidade em que fundou o Instituto Rosariense, onde foi professor e diretor.
               No ano de 1912 publicou seu primeiro livro, intitulado Hinário. De cunho cívico e patriótico, em 1913 já atingia sua terceira edição. No ano seguinte, publicou outro livro chamado Brasil e os Estados, com ensinamentos e versos patrióticos. Finalmente, objeto das imagens que se seguem, publicou Pequenos Discursos, obra que mereceu elogios de Rui Barbosa e Visconde de Taunay.


Capa da obra Pequenos Discursos - 1913
- acervo do Arquivo Histórico

              Em 1918, lançou Gaúchos, livro de versos regionais. Mas sua maior obra, muito pouco divulgada, de pedagogia, recebeu o nome de Instrução Pública Brasileira, de 1919.
               A terra natal, que pouco conhece a obra de seu filho, deu a ele o nome de uma escola municipal.
               




domingo, 18 de agosto de 2013

Aconteceu há 100 anos

Em 18 de agosto de 1913, o prédio do Teatro Municipal foi entregue pela administração municipal ao governo do Estado, para nele funcionarem o Fórum e o Colégio Elementar, noticiava O Commercio, de 20 de agosto de 1913.

Prédio do Teatro Municipal - imagem da exposição
Praça Dr. Balthazar de Bem - marco de uma grande história - Arquivo Histórico

sábado, 17 de agosto de 2013

Por que SÃO JOÃO da Cachoeira?

No dia 5 de agosto de 1820 ocorreu a instalação do município, com a abertura dos livros de registros oficiais da Câmara, a eleição dos três primeiros vereadores, do procurador, tesoureiro e escrivão, além dos juízes, e o levantamento do pelourinho, símbolo da autonomia da Vila Nova de São João da Cachoeira. Mas por que São João?

Imagem: www.novageraçao.org.br

Esta pergunta até então não tinha uma resposta definitiva e os pesquisadores atribuíam tal denominação ao fato de ser D. João VI o príncipe regente do Reino, razão natural de dar seu nome ao novo município.
Pois um dos preciosos volumes de documentos encadernados do acervo do Arquivo Histórico (CM/S/SE/RE-001), do período que compreende justamente o da instalação do município, acaba de confirmar tal suposição.
A assessora técnica do Arquivo Histórico, Neiva Ester Corrêa Köhler, em busca de informações relativas ao período em que a Câmara Municipal alugava casas para seus trabalhos na Vila, deparou-se com cópia da carta remetida a D. João VI, em 26 de agosto de 1820, dando-lhe ciência de que o nome escolhido para o novo município era “o Grande Santo do Seu Imortal Nome”.
A carta, redigida pelo escrivão da Câmara Joaquim dos Santos Xavier Marmello, esclarece que o povo, agradecido e reconhecido pelo fato de D. João VI ter ouvido suas súplicas de separar a Freguesia da Cachoeira da Vila de Rio Pardo, havia decidido dar a ela o nome de Vila Nova de SÃO JOÃO da Cachoeira.

O nome do santo padroeiro do Príncipe Regente não vingou entre nós e acabou desaparecendo na poeira do tempo. A tradição portuguesa do culto à Nossa Senhora da Conceição teve mais força e tornou-a padroeira da cidade. E São João, que não virou padroeiro, foi apenas patrono por 39 anos.

domingo, 11 de agosto de 2013

Villa Minssen - 100 anos

A casa que serviu de residência para a família Minssen, localizada na Rua Comendador Fontoura, 212, Bairro Rio Branco, foi construída em 1913 por Augusto Wilhelm. É por isto uma das mais antigas ainda existentes no bairro que foi aberto em 1912.

Villa Adolfina - Bairro Rio Branco - fototeca Museu Municipal

Chamava atenção a inscrição que a casa trazia em seu frontão: “Villa Adolphina”. A denominação homenageava Adolfina Moser Wilhelm, esposa de Augusto Wilhelm.
A família Wilhelm morou na casa até 1924, ano em que se transferiu para a nova casa construída por Augusto, na esquina da Rua Presidente Vargas com Isidoro Neves da Fontoura, onde depois residiu por vários anos o filho mais novo de Augusto e Adolfina, Dr. Eurico Wilhelm.

2.ª residência de Augusto Wilhelm - acervo COMPAHC
Em 1926, João Minssen adquiriu a "Villa Adolfina" por 30 contos de réis e a inscrição do frontão foi modificada para “Villa Minssen”. Minssen teve prioridade para aquisição da casa por ser casado com Frida, sobrinha de Augusto Wilhelm.
As irmãs Anna, Sara e Otília Minssen, que habitaram a casa por décadas, contavam que Augusto Wilhelm, antes de dar início à sua construção, providenciou na abertura de um poço para abastecimento dos operários e da obra. O poço, todo cimentado, tinha 16 metros de profundidade. Em 1933, João Minssen resolveu fechá-lo, certamente por precaução, pois tinha vários filhos pequenos e já contava com água encanada em sua casa. Em 1992, as irmãs reabriram o poço e mandaram examinar a água, que mostrou-se potável apesar do tempo que esteve fechado!

A casa ao tempo em que as irmãs Anna, Sara e Otília Minssen lá residiam
- acervo COMPAHC

A sala de estar da casa possui pinturas murais feitas em 1941, além de conservar medalhões pintados junto ao teto que remontam ao ano da construção.
A “Villa Minssen” é inventariada pelo COMPAHC – Conselho Municipal do Patrimônio Histórico-Cultural.

domingo, 4 de agosto de 2013

193 anos de instalação do Município

     5 de agosto é a data magna da história de Cachoeira do Sul. Nesse mesmo dia, há 193 anos, no ano de 1820, o Ouvidor Geral, Corregedor e Provedor da Comarca de São Pedro e Santa Catarina, Joaquim Bernardino de Sena Ribeiro da Costa, promoveu a instalação do Município, oficializando o nome de Vila Nova de São João da Cachoeira.
A partir da abertura dos livros que registrariam os atos legais do novo município e da eleição dos primeiros vereadores, a Vila Nova de São João da Cachoeira rompeu os laços que a prendiam à Vila de Rio Pardo. Nascia naquele dia o quinto município do Rio Grande do Sul, o primeiro a se emancipar de outro já existente. Por tudo isto, esta data mereceu constar no brasão de Cachoeira do Sul, legitimando-se como marco da nossa história política e administrativa.
        Esta história está preservada no Arquivo Histórico do Município de Cachoeira do Sul e é motivo de exposição permanente no Museu Municipal.
          Muitas vezes os cachoeirenses confundem-se com outras datas que são marcadas em nosso calendário municipal. Vejamos: 
- 8 de dezembro. Este é o dia dedicado à padroeira do Município, Nossa Senhora da Conceição, e é feriado religioso. 
- 15 de dezembro. Nesta data comemoramos a elevação de Cachoeira à condição de cidade, o que se deu no ano de 1859. Apesar da significação do ato, que até modificou nosso nome de Vila Nova de São João da Cachoeira para Cidade da Cachoeira, a importância maior ainda recai sobre a emancipação política e administrativa e instalação do Município que foi solenizado em 5 de agosto de 1820.

Registro de criação da Vila Nova de São João da Cachoeira, assinado em 26 de abril de 1819
e concretizado em 5 de agosto de 1820 - acervo do Arquivo Histórico