Espaços urbanos

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Ponte do Fandango - foto Robispierre Giuliani

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

A 27.ª Feira do Livro vem aí e trará muitas atrações e novidades!

   A 27.ª Feira do Livro de Cachoeira do Sul, promoção da Prefeitura Municipal através do Núcleo Municipal da Cultura, e realizada pela Biblioteca Pública Municipal "Dr. João Minssen", com o apoio da AMICUS - Associação Cachoeirense de Amigos da Cultura, acontecerá de 7 a 12 de outubro, na Praça José Bonifácio.

   Dentre as inúmeras atrações literárias, com a presença de autores consagrados, como o patrono Charles Kiefer, a Feira do Livro promete se tornar a grande atração cultural da cidade no mês de outubro.

   O Museu Municipal preparou para a programação da Feira do Livro uma atividade inédita na Praça José Bonifácio: uma mostra fotográfica virtual. A mostra projetará, em uma tela de 42 polegadas, imagens fotográficas da Cachoeira dos anos 1890 a 1910 contrapostas a imagens atuais dos mesmos espaços em trabalho fotográfico realizado por Claiton Nazar. Os visitantes da Feira do Livro poderão apreciar a mostra e refletir sobre as modificações que a cidade sofreu neste intervalo de 100 anos.




No lugar do Mercado, a Fonte das Águas Dançantes - foto Renate Aguiar

   Confira a programação da 27.ª Feira do Livro de Cachoeira do Sul no Facebook e Twitter no espaço Links.

sábado, 24 de setembro de 2011

Rádio Cachoeira - a Escola do Rádio completa 65 anos

       

        A Rádio Cachoeira foi inaugurada no dia 27 de setembro de 1946 por Arnaldo Balvée. O seu prefixo era ZYF – 4 e o endereço o mesmo de hoje: Rua Ramiro Barcelos, proximidades do Estádio Joaquim Vidal.
         De 1946 até o final dos anos 60, a emissora realizava programas ao vivo, utilizando-se dos auditórios dos cinemas locais, da União de Moços Católicos e do então Colégio Roque Gonçalves. Mais tarde, construiu o seu próprio auditório, com capacidade para cerca de 70 espectadores.
         A Rádio Cachoeira chegou a apresentar, no final dos anos 50, duas novelas por dia e uma peça teatral nos finais de semana. Nos anos 60, os seus programas de auditório faziam muito sucesso.
         Depois dos programas de auditório e das novelas, a emissora centralizou a programação na música, no esporte e no jornalismo.
         Para comemorar os 65 anos, uma programação variada e que retoma os maiores sucessos da Rádio Cachoeira foi planejada para o mês de setembro, como uma radionovela ambientada na Cachoeira do Sul dos anos 1960, programa de auditório, Luar do Sertão e Histórias que a Vovó contava.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Ecos dos 90 anos da 1.ª Hidráulica

          Transcorreu com momentos de rememoração o ato que marcou a passagem dos 90 anos da inauguração da 1ª Hidráulica, ocorrido às 10 horas do dia 21 de setembro.
         Prestigiado pelo Prefeito Municipal Sergio Ghignatti, por servidores dos departamentos do Núcleo Municipal da Cultura e membros da comunidade, dentre os quais Edilson Cunha, os arquitetos André Fernando Müller e Elizabeth Thomsen, Péricles Thiele e Maria Eloá dos Santos, o ato conduzido pelo Museu Municipal, através da diretora Márcia Patel e da servidora Nora Liége Lopes, relembrou a solenidade de inauguração da 1ª Hidráulica, ocorrida no dia 20 de setembro de 1921. Foi lida a ata daquele dia, momento em que os presentes puderam sentir a vibração com que o redator traçou a importância da obra para Cachoeira.
         O belo dia de sol tornou ainda mais alegre o momento, destacando a imponência da velha caixa d’água contra o céu azul.
A velha caixa d'água contra o céu azul - foto Mirian Ritzel

terça-feira, 20 de setembro de 2011

O que resta da antiga Hidráulica 90 anos depois

   A Hidráulica Municipal, que hoje completa 90 anos, mereceria de nós todos o respeito pelo muito de avanço que representou para Cachoeira no primeiro quarto do século XX.    Mas o que restou do complexo não é proporcional à importância que deveríamos dar ao local. Tratamos ainda muito mal o nosso patrimônio!

Fotos e montagem de Jomar Luís - publicado originalmente no Facebook

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Primeira Caixa d'Água de Cachoeira - 90 anos

           
         Há 90 anos, precisamente no dia 20 de setembro de 1921, o Intendente Aníbal Loureiro procedeu à inauguração das obras hidráulicas destinadas ao abastecimento de água da cidade.
Caixa d'Água da primeira hidráulica
- acervo COMPAHC

            A inauguração constou de dois atos: um, no recinto da própria hidráulica, às 15 horas, e outro, no interior do Mercado Público, antes de ter início a quermesse em benefício do Hospital de Caridade. Em ambos falou o Intendente que naquele dia comemorava também o primeiro ano de sua administração.
         O jornal O Comércio (1900-1966), em sua edição do dia 28 de setembro de 1921, publicou extensa matéria relatando a inauguração. Eis alguns trechos daquela edição:
Há muitos anos que não víamos a multidão se associar tão espontaneamente às festividades de caráter oficial e cívico como aconteceu no dia 20 de setembro, onde a população em peso acorreu à inauguração das importantes obras executadas e com calor sagrou a passagem do primeiro ano de administração do nosso ilustre, operoso e esforçado edil, Dr. Annibal Loureiro.
De fato havia razão, e razão de sobra, para o povo estar jubiloso, pois uma parte do brilho que à administração municipal vem imprimindo S. Excia., reflete-se diretamente sobre essa gleba de trabalho e progresso e é um exemplo poderoso para todas as municipalidades do Estado.
         (...)
O Comércio que há mais de quatro lustros vem se batendo pelos mais vitais melhoramentos da nossa urbs e do município, sente-se hoje feliz em poder descrever as relevantes obras inauguradas, motivo pelo qual congratula-se com a população cachoeirense.

A HIDRÁULICA

         As obras construídas constituem um harmonioso e belo grupo de construções, onde o arrojo se alia belamente para mais honra dar aos construtores.

Flagrante da  inauguração da Hidráulica - 20/9/1921
- fototeca Museu Municipal


De fato, à margem do rio Jacuí, a captação foi feita por meio de uma casa de máquinas que é quase um poço, com dimensões mínimas, o estritamente necessário para o acesso do pessoal, colocação de encanamentos, luz, ventilação e passagem das correias transmissoras.         
(...)
Assim, foi com curiosidade e prazer que visitamos esta parte e verificamos o esforço de adaptação necessário para o ajuste de tantas peças, canos e fios com simplicidade e sem constrangimento para o pessoal mecânico encarregado de fazer funcionar as máquinas.
O poço tem, no solo, a profundidade de 12,40 com 1,5 X 2,5 de seção, e acima do solo, eleva-se 3 metros para abrigo do motor elétrico aí colocado.
A bomba, a três pistons, (...), da marca Worthington, USA, dá 30.000 litros d’água com 42 revoluções por minuto. É acionada por um motor elétrico de 14 HP, marca Sucksen Werke, por intermédio de duas correias de transmissão. Este material foi fornecido pela firma Bromberg & Cia., importante casa com filial nesta cidade, dirigida pelo nosso operoso amigo Sr. Guilherme Iken.
Do assentamento das mesmas encarregou-se, mediante contrato, a referida firma, que para isto destacou o mecânico Ernesto Grübner e o hábil engenheiro Dr. Ricardo Klinger. A água desta bomba é recalcada numa extensão de 200 metros, vencendo a altura total de 50 metros até um elegante chafariz, imitação de granito, adquirido pela municipalidade em Porto Alegre, na casa J. Vicente Friedrichs, donde cai e passa cascateando em três tanques destinados a prefiltrá-la e é recolhida a um grande reservatório a nível de cento e cinquenta mil litros de capacidade. Daí é aspirada por uma bomba centrífuga, marca Sulzer, diretamente ligada a motor elétrico e recalcada para a torre de cimento armado, de 16,50 m de altura e 100 metros cúbicos de capacidade. Esta torre, com orgulho o dizemos, é um recorde e marca uma data, pois é a primeira deste vulto construída no Estado. Suas linhas delicadas e bem construídas receberam elegante ornamentação de muito bom gosto artístico, como todas as obras bem lançadas de cimento armado. Ao aspecto de completa solidez e segurança, alia o de fragilidade imensa, o que foi por todos verificado no dia da inauguração.
O recinto é fechado por muro de grades, oferecendo um aspecto de sóbria beleza e bem aproveitado capital. O terreno que será dentro em breve todo ajardinado, foi nivelado, sendo o muro da face oeste construído em forma de muro de arrimo.
O belo panorama que dali se descortina, através de várzeas e coxilhas com o Jacuí mansamente rolando suas tranquilas águas por coleante e caprichoso curso orlado de luxuriantes matas, foi cuidadosamente conservado, sendo o muro cortado e substituído numa extensão de 60 metros por uma linda balaustrada.

Os encanamentos

         A água atualmente é distribuída na cidade por cerca de 2.500 metros de encanamentos de aço Mannesmann, assentados nas ruas D. Luiza, 7 de Setembro, Ferminiano, 15 de Novembro, 7 de Abril e Moron.
   
O custo das obras

Estas obras montaram a cerca de 170:000$000 e já estão quase completamente pagas, faltando pagar uma quota de uns 12:000$000, por força dos contratos.

- X - X - X -
O Museu Municipal de Cachoeira do Sul - Patrono Edyr Lima estará promovendo, no próximo dia 21 de setembro, às 10 horas, junto à caixa d'água da primeira hidráulica, momento de homenagem aos 90 anos desta importante obra que colocou a cidade na condição das primeiras do Estado com capacidade de distribuir água encanada aos munícipes. Prestigie!

domingo, 11 de setembro de 2011

Semana da Pátria 2011




  
   O Núcleo Municipal da Cultura agradece a todos que fizeram do desfile cívico de 7 de Setembro uma grande homenagem à Biblioteca Pública Municipal "Dr. João Minssen", grande fomentadora da leitura há 65 anos.
Mirian R. M. Ritzel,
Diretora do Núcleo Municipal da Cultura.

sábado, 10 de setembro de 2011

Série Lojas do Passado: Casa Augusto Wilhelm

        Depois de residir 28 anos em Cachoeira, dos quais vinte dedicou à marcenaria e oito à cultura do arroz, Augusto Wilhelm decidiu investir no comércio de ferragens, vidraçaria e materiais de construção. Com esta intenção mandou construir um prédio na Rua Sete de Setembro projetado pelo engenheiro-arquiteto Frederico Gelbert, de Porto Alegre. É uma casa térrea com galerias, medindo 11 por 18 metros, tendo internamente mais de seis metros de altura.
 No dia 17 de janeiro de 1921, às 16h, com a presença de representantes das casas bancárias locais, do comércio, das indústrias e da imprensa, foi solenemente inaugurada a Casa Augusto Wilhelm, comércio de louças, ferragens e miudezas que se tornou uma das mais tradicionais lojas da cidade.
Com a morte de Augusto, em 1927, a casa foi entregue à administração de seu filho mais velho, Ervino Wilhelm.
A Casa Augusto Wilhelm tinha um conhecido bordão inscrito em uma placa bem à vista da clientela: “Insista, periga ter!” E por décadas foi o ponto das novidades em eletrodomésticos, bazar, louças, artigos finos e brinquedos, ferragens e toda sorte de mercadorias.

Carro alegórico da Casa Augusto Wilhelm
- Desfile da Festa do Arroz - 1941
O belo prédio construído por Augusto Wilhelm há 90 anos hoje integra a relação dos bens inventariados do patrimônio histórico-cultural de Cachoeira do Sul.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

8 de setembro de 1860 - atentado dentro da Igreja Matriz

ANTÔNIO VICENTE DA FONTOURA nasceu na vila de Rio Pardo em 8 de junho de 1807 e faleceu em Cachoeira no dia 20 de outubro de 1860. Era filho de Vicência Cândida da Fontoura e de Eusébio Manoel Antônio, relojoeiro português, natural de Lisboa. Seus pais, apesar de muito pobres, preocuparam-se desde cedo com a educação do filho, proporcionando-lhe aulas com uma professora particular, pois as aulas públicas só foram instaladas em Rio Pardo no ano de 1820.
       Aos quinze anos, Antônio Vicente começou a trabalhar como caixeiro em uma casa comercial de amigo de seu pai. Por volta de 1826, transferiu-se para Cachoeira, onde, em 1829, estabeleceu-se como comerciante. Nesse mesmo ano casou-se com Clarinda Porto da Fontoura, filha do tenente José Gomes Porto e de D. Luzia Francisca de Almeida. Tiveram 14 filhos: Antônio Eusébio, José Propício, Afonso, Francisco, Bento, João Propício, Tito Castilhos, Clarinda, Josefina, Gabriela, Maria Egípcia, Vicência Cândida, Antoninha e Luzia.
Com 22 anos, ingressou na vida pública, desempenhando ao longo de sua vida vários cargos e funções: vereador da Câmara de Cachoeira (1829 – 1836), capitão da Guarda Nacional (1832), juiz ordinário (1833), major de Legião de Guardas Nacionais da Comarca de Rio Pardo (1835), coletor geral das Coletorias de Vacaria, Cruz Alta, Santa Maria, São Gabriel, Cachoeira e Rio Pardo (1838), ministro da fazenda do Governo Republicano (1841), deputado à Assembleia Constituinte e Legislativa do Estado Farroupilha (1842), chefe do Partido Santa Luzia (liberal), embaixador da paz nas negociações e assinatura da Paz de Ponche Verde (1845), presidente da Câmara Municipal de Cachoeira (1853 a 1856).
Por ocasião das eleições para juiz de paz, no dia 8 de setembro de 1860, em dependências da Igreja Matriz, Antônio Vicente sofreu um atentado a punhal do liberto Manoel Pequeno. Crime político e encomendado.

Antiga Igreja Matriz
A medicina da época não dispunha dos recursos capazes de salvar a vida de Antônio Vicente. O ferimento provavelmente infeccionou todo o organismo do Comendador que morreu no dia 20 de outubro, pedindo aos filhos que não vingassem a sua morte.

                       
                                                                                    

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Serviço de Asseio Público - 1909

Imagine o leitor do século XXI, habituado ao recolhimento diário do lixo produzido em sua casa e ao serviço de água e esgoto que corta as cidades, como era este serviço na Cachoeira do início do século XX!
Banheiros como conhecemos hoje, com água encanada e todas as vantagens advindas disto, não eram nem imaginados pelos nossos antepassados. As famílias costumavam construir, no pátio de suas casas, as chamadas “casinhas”, latrinas que eram periodicamente, conforme o seu esgotamento, trocadas de lugar no terreno. Mas muitas casas não dispunham nem deste “conforto” e os dejetos fecais eram armazenados em cubos e colocados diante das casas para que a carroça do Asseio Público os recolhesse. Pobre carroceiro, transportador de material tão fétido, era protagonista fácil de piadas!
O serviço de remoção de materiais fecais em Cachoeira passou a funcionar regularmente no primeiro dia de setembro de 1909, iniciativa da administração do Intendente Isidoro Neves da Fontoura. Além dos equipamentos necessários ao serviço, a Intendência construiu um chalé para sediar o Asseio Público, na Rua Conde de Porto Alegre, que possuía uma área coberta de 135m2. A construção dividia-se em dois compartimentos gerais, um destinado para acomodação dos carros de asseio e da limpeza e carro fúnebre e outro para estrebaria dos animais utilizados para o seu transporte. O chalé, de belo aspecto, também possuía dependência para moradia do encarregado do serviço.


Ainda bem que conseguimos evoluir bastante neste quesito!