Espaços urbanos

Espaços urbanos
Ponte do Fandango - foto Robispierre Giuliani

domingo, 15 de dezembro de 2013

Lya Wilhelm - uma mulher à frente de seu tempo

“Importante é que estejamos imbuídos da convicção de que o tempo que estamos vivendo é e deve ser social. Que o tempo é de desmistificação.” A presente frase, cheia de significado contemporâneo foi escrita há 21 anos pela museóloga Lya Wilhelm. Demonstra, no conteúdo e na forma, o quão prospectivo era o pensamento desta cachoeirense que poderia ter ganhado o mundo, tal a qualidade de sua formação, mas que preferiu investir na sua cidade o grande capital intelectual que possuía.

Lya Wilhelm e Mirian Ritzel nos 30 anos do Museu Municipal - 2008

No momento em que Cachoeira do Sul comemora os 35 anos de seu Museu Municipal, é imperioso que o nome de Lya Wilhelm seja reverenciado, pois coube a ela não apenas a sua organização e funcionamento; coube-lhe muito mais: a definição da linha museológica e museográfica, conceitos ainda novos para o Brasil do final da década de 1970, quiçá para uma cidade do interior do Rio Grande do Sul.
Dentro da concepção de Lya, formada em Filosofia pela Ufrgs, com especialização em Pedagogia Social, na Alemanha, e em Tecnologia Educacional pela PUCRS, “o museu deveria ser um laboratório que promovesse pesquisas, estudos práticos e teóricos de interesse da população cachoeirense, um conservatório para guardar, conservar e valorizar os bens culturais, uma escola capaz de formar homens críticos, que apreendam melhor os problemas de seu meio e da sua cultura, um catalisador de iniciativas e ações comunitárias e um campo de descentralização e emergência dos grupos minoritários”. Incrível clarividência!
E Lya Wilhelm ainda vai além: “a disseminação da consciência museológica deve afastar, cada vez mais, da ideia sacral de que o museu é uma vitrine de objetos representativos para uma elite do ter, do saber e do poder, onde não se encontra a vida cotidiana e os problemas reais das populações concernentes; que a história é a contada pelos vencedores.”
Seu pensamento avançado em termos museais, naturalmente o era também nas questões de preservação dos bens culturais. Foi ela pioneira na educação patrimonial, tornando-se ativista da preservação, fundadora e primeira presidente do Conselho Municipal do Patrimônio Histórico-Cultural – Compahc. Quando a nossa velha Estação Ferroviária teve noticiada a demolição, alçou sua voz, juntamente com Eluiza de Bem Vidal, na tentativa isolada de salvar aquele bem. Dez anos depois, liderou os processos de tombamento, cabendo à professora Eluiza a descrição dos primeiros bens tombados.
Muito pode ser dito a respeito de Lya Wilhelm: sua capacidade de gestão de bens e pessoas, sua firmeza de opinião, seu conhecimento especializado, sua dedicação às causas da cultura de sua terra. Mas hoje cabe ressaltar uma evidência: os seus passos arrojados e avançados dotaram Cachoeira do Sul de um museu que se tornou grande para a cidade, apesar de já pequeno em espaço. Sua grandeza foi forjada no pensamento de uma mulher que, à frente de seu tempo, voltava os olhos para o passado, pois entendia que “se a história familiar é fundamental na estruturação da personalidade de um homem, se a ausência de história familiar é trágica para a personalidade de um indivíduo, a história de uma comunidade, de um povo devem ser fundamentais na formação de uma geração. Não saber quem somos, não saber de onde viemos, não termos identidade cultural nos torna presa fácil de interesses alienígenas ou da total alienação.”
Saudades, D. Lya!

Mirian Ritzel, 15/12/2013 – 35.º aniversário do Museu Municipal.

sábado, 7 de dezembro de 2013

Retrato do Coronel Horácio Borges

Uma lei municipal, de n.º 76, assinada pelo Sub-Intendente João Luiz Pinheiro em 10 de dezembro de 1917, autorizava o Intendente a adquirir um retrato do falecido Cel. Horácio Gonçalves Borges para figurar no salão nobre da Intendência.
O artigo 1.º da lei justificava a aquisição do retrato e a sua colocação no salão nobre como homenagem à memória do abnegado cidadão pelos serviços prestados ao Município, cabendo ao Intendente determinar a época conveniente para a inauguração, revestindo o ato de toda a solenidade.

Cel. Horácio Gonçalves Borges - fototeca Museu Municipal

Horácio Gonçalves Borges nasceu em Cachoeira no dia 4 de abril de 1857, filho de Antônio Gonçalves Borges e Rufina de Lima Borges. Foi chefe político e líder do Partido Republicano Rio-Grandense, tendo assumido o cargo de Intendente municipal por um período curto: de outubro a dezembro de 1912.
Proprietário de grande extensão de terras em Restinga Seca, então distrito de Cachoeira, era chamado de coronel porque tinha este posto na Guarda Nacional, sendo comandante da Brigada 64.
Casou com Georgina Heredia, com quem teve os filhos Horácio, Horacinda e Rufina. Seus filhos naturais eram Álvaro, Afonso, Olímpia, Armando, Olmira e Aparício.
O Cel. Horácio Borges faleceu no dia 9 de outubro de 1917 e parte de sua propriedade, situada no atual município de Restinga Seca, segue com a família. Há no local um museu que pranteia a memória do proprietário ilustre.



domingo, 24 de novembro de 2013

Nero Moura - um cachoeirense pelos céus

O cachoeirense Nero Marques Moura fez história singrando os céus do Brasil e do mundo.
Nascido em Cachoeira no dia 30 de janeiro de 1910, Nero Moura ingressou no Colégio Militar em Porto Alegre, seguindo os estudos na Escola Militar do Realengo, no Rio de Janeiro, onde optou pela aviação, então uma das armas do Exército Brasileiro.
Sua carreira de aviador foi muito bem sucedida, com destaque para o comando de 32 pilotos nos céus da Itália durante a II Guerra Mundial.

Nero Moura à frente de um P47

Homenageado pela terra natal com busto junto ao Aeródromo Nero Moura, tem agora a companhia de um avião Xavante doado pela Força Aérea Brasileira, constituindo-se Cachoeira do Sul a única cidade brasileira a possuir uma aeronave deste tipo sem ter base aérea.

Xavante e busto de Nero Moura - foto David K. Minuzzo





sexta-feira, 15 de novembro de 2013

15 de Novembro em Cachoeira

      Já vai longe o tempo em que as escolas, os poderes constituídos e outras instituições da cidade comemoravam com festas, atividades cívicas e distinções no calendário a data dedicada à proclamação da República.
        Eram comuns as comemorações em torno do prédio do Paço Municipal, sede do governo do Município desde 1865. A Praça Dr. Balthazar de Bem, ou mesmo antes de assim ser denominada, enfeitava-se para celebrar a data. Desfiles temáticos eram levados a efeito em torno daquele logradouro e, a partir de 1915, com a presença do Colégio Elementar Antônio Vicente da Fontoura, os professores e alunos daquele educandário faziam suas sessões cívicas à República naquele local.

Flagrante de comemoração de data cívica na Praça Dr. Balthazar de Bem
- cartão-postal da fototeca do Museu Municipal


        Hoje, a exemplo de tantas outras datas esquecidas, a de 15 de Novembro, que aliás dá nome à rua que passa defronte ao Paço Municipal, sequer nos faz lembrar o ato do Marechal Deodoro da Fonseca, aquele que nutria, tal qual Silveira Martins, o amor pela mesma mulher. Mas esta já é outra história...

domingo, 10 de novembro de 2013

Dr. Balthazar de Bem e Fábio Leitão: 89.º aniversário de falecimento

               Os ânimos estavam acirrados em 1924 em todo o país. Revoltados com a política oligárquica do presidente Arthur Bernardes, os militares começaram um movimento na cidade de São Paulo, com forte influência sobre o Exército no Rio Grande do Sul.
          Em Cachoeira, alguns militares do 3.º Batalhão de Engenharia, comandados pelo capitão Fernando do Nascimento Fernandes Távora, protagonizaram o levante do Barro Vermelho, episódio ocorrido no dia 10 de novembro de 1924 e que entrou para a história por ter tirado a vida do Dr. Balthazar de Bem, um dos mais influentes políticos de Cachoeira no primeiro quartel do século XX, médico humanitário, empresário e empreendedor. Neste mesmo episódio, pereceu o jornalista Fábio Alves Leitão, simpatizante das ideias dos revoltosos.

Dr. Balthazar de Bem - fototeca Museu Municipal

              Balthazar de Bem, alvejado por um tiro, faleceu a caminho do socorro. Antes preveniu aos que o socorreram que não sobreviveria. Como médico, percebeu a gravidade do seu ferimento. O jornalista Fábio Leitão, que recebeu vários tiros no abdômen, só teve o corpo resgatado cinco dias depois.

Fábio Alves Leitão - acervo família Leitão


                

domingo, 3 de novembro de 2013

Série Lojas do Passado: Viúva José Müller & Cia.

Segundo a Revista Aquarela (Tipografia Guidugli 1959):
Como quase todo estrangeiro, José Müller saiu de sua terra natal, Radl, localidade da Áustria/Hungria, com parcos recursos, passando por situações difíceis. 


Cartões-postais de Radl, acervo família Ernesto Müller

Depois de várias experiências de trabalho em outros pontos do município, veio residir na cidade de Cachoeira, estabelecendo-se com importante casa comercial intitulada José Müller & Irmão. Muito cooperou em favor do desenvolvimento social, beneficente e recreativo de Cachoeira, tendo sido um dos fundadores da Schützen-Verein Eintrach, hoje Sociedade Rio Branco, em 1896. Era casado com Augusta Lange Müller, tendo os filhos Elza Müller Barz, casada com Emilio Barz, Luiza Müller Quambusch, casada com Walter Quambusch, Ida, Ana e Rodolfo Müller. Era irmão de Francisco, Carlos, Engelberto e Ernesto Müller, seu sócio. Depois de seu falecimento a firma passou a se chamar Viúva José Müller & Cia., sendo sócios Ernesto Müller, Emilio Barz, Walter Quambusch e Artur Mittelstaed.” 
Em 1925 a firma também tinha como sócios solidários Emilio Stracke e Benedicto Dicklhuber.
A firma Viúva José Müller & Cia. localizava-se na Rua Sete de Setembro, esquina com a atual Rua Dr. Milan Kras.

Viúva José Müller & Cia., ao fundo, no centro da foto - fototeca Museu Municipal





sábado, 26 de outubro de 2013

Clube Parlamentarista General Portinho

Havia na Cachoeira de antanho uma agremiação fundada por simpatizantes do parlamentarismo chamado Clube Parlamentarista General Portinho.

General José Gomes Portinho 

No dia 30 de outubro de 1905, por ocasião do primeiro aniversário do clube, houve uma sessão solene presidida pelo Capitão João Jorge Krieger. Após a solenidade de praxe, que incluiu a leitura da ata da sessão anterior pelo secretário Miguel Araújo, a palavra foi concedida ao Dr. Pedro Gonçalves Moacyr, que havia sido convidado para a celebração pelo Partido Federalista de Cachoeira. Seu discurso ressaltou a ressurreição do federalismo em todas as localidades do Estado. Findo o discurso, o Dr. Pedro Moacyr foi levado a uma pequena sala do clube, onde foi recepcionado com doces e champanhe.
Às 22h30 daquela noite comemorativa, teve começo o baile que se estendeu até as 3 horas da madrugada.
O jornal O Commercio, em sua edição do dia 1º de novembro de 1905 fala em “esplêndido baile em espaçoso edifício”, porém não cita o endereço.
Como se vê, os parlamentaristas, associados aos federalistas, movimentavam-se com desenvoltura na sociedade de então, quando a República dava seus primeiros passos. 


domingo, 13 de outubro de 2013

Charqueada do Paredão ao tempo do Dr. Balthazar de Bem

A Charqueada do Paredão, que passou pela mão dos ingleses com o nome de Brazilian Extract of Meat and Hyde Factory Ltd., em 1920 passou para o Dr. Balthazar de Bem, na forma de sociedade comanditária, da qual ele era diretor.
A publicação O Rio Grande do Sul, de Alfredo R. da Costa, lançada em 1922, no capítulo correspondente ao Município de Cachoeira, traz interessantes informações sobre a Charqueada do Paredão:

- acervo do Museu Municipal



O maior e mais importante estabelecimento industrial é o do “Paredão”, instalado há 40 anos por uma companhia inglesa e atualmente a uma sociedade em comandita por ações, com o capital de 500:000$000 (quinhentos contos de réis). Essa empresa, que gira sob a razão social de Balthazar de Bem & Cia., organizou-se em Cachoeira, adquirindo o antigo estabelecimento em 1920. Em 1921 e 1922, foram ali abatidas 19.424 reses para o preparo de charques e conservas de carne. O Estabelecimento Paredão está passando por importantes reformas para nele também ser preparado o “Alimento Fabini” (grânulos de carne integral hidrocarbonada), produto novo para o Brasil, e cuja exportação vai ser feita para a Europa e Estados Unidos. É presidente da sociedade e diretor do estabelecimento o Dr. Balthazar de Bem, conceituado médico e fazendeiro cachoeirense. 

Envelope timbrado do Alimento Fabini - Charqueada do Paredão
- acervo do Museu Municipal

domingo, 6 de outubro de 2013

Série Cachoeira em Jornal

O Museu Municipal lançou, no ano de 1982, um folheto intitulado Cachoeira em Jornal – A história da imprensa cachoeirense, trabalho que foi coordenado pela professora Maria Eunice Moreira, hoje Diretora de Pós-Graduação na Pró-Reitoria Acadêmica da PUCRS e, na época, a responsável pelo setor de pesquisa do Museu dirigido por Lya Wilhelm.

No editorial do folheto, Maria Eunice Moreira diz que o objetivo do trabalho é “reconstituir significativo aspecto de nossa história”. E este objetivo foi plenamente atingido, sendo o folheto até hoje referência.

A imprensa rio-grandense surgiu em 1827 com o Diário de Porto Alegre e, em Cachoeira, com o Independente, de 1864. Deste jornal, que era de caráter noticioso, quase não há informações tampouco exemplares.

A série Cachoeira em Jornal traz à luz o Clarim, jornal de caráter noticioso, fundado em 1886 por Baptista Xavier, também o redator, e extinto em 1890. Circulava duas vezes por semana, nas quintas e domingos. Em 1889, Baptista Xavier admitiu como sócio Afonso Porto da Fontoura, passando a ter o Clarim dois redatores.
Um documento encontrado no acervo do Arquivo Histórico mostra que esse jornal realizou serviços de impressão para a Câmara Municipal em 1889.

Documento do Arquivo Histórico

Há no acervo do Museu Municipal um exemplar do Clarim que ilustra, juntamente com outros jornais, a capa da publicação Cachoeira em Jornal.

Cachoeira em Jornal (1982)
- Museu Municipal -

João Baptista de Aquino da Fontoura Xavier, o proprietário-redator, filho do Major Gaspar Xavier da Silva e de Clarinda Amália da Fontoura, era neto de Antônio Vicente da Fontoura e de Clarinda Porto da Fontoura e irmão do poeta Antônio Vicente da Fontoura Xavier. Nasceu em Cachoeira no dia 13 de novembro de 1864, casualmente no ano que marca a fundação do primeiro jornal cachoeirense.

Baptista Xavier (1905)

Advogado, Baptista Xavier integra a relação dos fundadores do Clube Republicano local. Foi promotor público em Cachoeira (1889-1892) e exerceu o jornalismo também como redator do jornal O Estado do Espírito Santo (1890-1911) e como secretário do Jornal do Comércio, do Rio de Janeiro. Em 1898 fundou, em Porto Alegre, o Petit Journal.
Baptista Xavier faleceu no Rio de Janeiro em 12 de maio de 1919, no desempenho das funções de tesoureiro da Escola de Belas Artes. Seu nome denomina ruas em Cachoeira e em Porto Alegre.
        


sábado, 21 de setembro de 2013

Cachoeira das Árvores

       Cachoeira do Sul sempre foi reconhecida como uma das cidades mais arborizadas do Estado. Nossas ruas, praças e residências exibem exemplares das mais diferentes espécies.

Paineira - foto Mirian Ritzel

Flamboyant - foto Mirian Ritzel

      Neste Dia da Árvore, relembremos que nossa principal praça, a José Bonifácio, já se chamou Praça das Paineiras, devido a esta espécie de árvore que cobria todo o entorno daquele logradouro. Plantadas por volta de 1908, pelo Intendente Isidoro Neves da Fontoura, as paineiras foram substituídas em 1926 pelas atuais tipuanas. Mudas excedentes das plantadas na Praça José Bonifácio em 1908 foram utilizadas na sede do Clube Sete de Setembro, onde hoje se encontra a Escola Estadual Rio Jacuí. Que belos exemplares, agora enfeitados pelas painas, há 105 anos colorindo a Rua Pinheiro Machado!        

domingo, 15 de setembro de 2013

Série Lojas do Passado: Café Raio X

              O Café Raio X foi aberto em seis de maio de 1905, na Rua Sete de Setembro n.º 104. Os sócios proprietários do estabelecimento eram Guilherme Chapmann, Luiz Leão e Jacintho Dias. Em julho daquele ano, o jornal O Commercio noticiava que o café funcionava anexo ao salão de bilhares da firma Leão & Dias, estando dividido em duas seções. Na primeira, funcionavam os bilhares importados do Rio de Janeiro e mais jogos de recreio, com mesinhas para bebidas. Os responsáveis por esta seção eram Luiz Leão e Jacintho Dias. A segunda seção, dirigida por Guilherme Chapmann, ocupava outro espaçoso salão onde eram servidos café, bifes, sanduíches, frios e iguarias rápidas.

Propaganda no O Commercio, 1905 - acervo Arquivo Histórico

                No ano seguinte, o estabelecimento, então administrado por Luiz Leão, entrou em outra fase, contando com o serviço culinário de um hábil quituteiro português, Antônio Ramos dos Santos. Aos domingos, serviam mocotó.
                Em outubro de 1906, nova guinada no estilo do Café Raio X, então um café-concerto, onde se apresentava um quarteto de instrumentos de cordas vindo de Porto Alegre. No cardápio instrumental, peças musicais e trechos de óperas que agradavam sobremaneira ao público.
             Em 1907, tendo que retirar-se da cidade, Luiz Leão pôs à venda o Café Raio X. Em 1910, o proprietário era Victorio Livi e em 1912 os donos eram Radagzio Fernandes Lima e Fredolino Lucas. Passou o café, nessa última administração, por muitas reformas, reabrindo em fevereiro de 1913 sob a razão social de Lima & Cia., então com o formato de café e restaurante, atendendo pensionistas, enviando viandas a domicílio e preparando banquetes.

Nota: Procura-se fotografias do Café Raio X!

sábado, 7 de setembro de 2013

Hino da Independência


Já podeis, da Pátria filhos,
Ver contente a mãe gentil;
Já raiou a liberdade
No horizonte do Brasil.

Brava gente brasileira!
Longe vá... temor servil:
Ou ficar a pátria livre
Ou morrer pelo Brasil.

Os grilhões que nos forjava
Da perfídia astuto ardil...
Houve mão mais poderosa:
Zombou deles o Brasil.

Brava gente brasileira!
Longe vá... temor servil:
Ou ficar a pátria livre
Ou morrer pelo Brasil.

Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil;
Vossos peitos, vossos braços
São muralhas do Brasil.

Brava gente brasileira!
Longe vá... temor servil:
Ou ficar a pátria livre
Ou morrer pelo Brasil.

Parabéns, ó brasileiro,
Já, com garbo varonil,
Do universo entre as nações
Resplandece a do Brasil.

Brava gente brasileira!
Longe vá... temor servil:
Ou ficar a pátria livre
Ou morrer pelo Brasil.

Letra: Evaristo da Veiga
Música: D. Pedro I

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Dr. Milton da Cruz - uma voz patriótica


         “A história de um povo é sempre, no fundo, como afirmou o pensador inglês Thomaz Carlyle, a história dos seus grandes homens, que lhe defenderam a integridade do território e prepararam os elementos de cultura e progresso material. Conhecer a história desses beneméritos da nação é conhecer a própria história da Pátria”. Com estas palavras, o advogado Milton da Cruz apresenta a publicação Pequenos Discursos (Para comemorações cívicas), editado há 100 anos, pela Sul-Brazil. A obra é uma mostra do trabalho que motivava a vida deste cachoeirense, levando-o a palestrar por diversas cidades do Brasil e incitar os cidadãos ao patriotismo.
                No decurso de mais uma Semana da Pátria, momento em que pranteamos vultos e fatos da nossa história, é salutar rever a trajetória de um brasileiro que disseminava aonde ia o civismo e o amor à Pátria - este ente subjetivo representado na bandeira, no hino e mais popularmente celebrado nas nossas vitórias esportivas.
                Milton da Cruz nasceu em Cachoeira no dia 27 de fevereiro de 1880 e faleceu em Bagé, onde residia, no dia 21 de dezembro de 1929, com 49 anos. Era filho de Policarpo Álvares da Cruz e Ana Cezimbra da Cruz. Deixou uma única filha, Laura Beatriz, do casamento com Rosalina Itarregui Cruz.

Milton da Cruz, formando de Direito - 1906
- Fototeca do Museu Municipal

              Fez os estudos secundários em Porto Alegre e ingressou na Faculdade de Direito, concluída em São Paulo no ano de 1906. Em São Paulo, fundou a revista Lótus.
           Concluído o curso de Direito, veio para Cachoeira, sendo logo nomeado Juiz Distrital para São Borja, cargo que exerceu até 1910. Por esta época já tinha granjeado nome nas letras, pois publicava seguidamente na imprensa artigos e poemas. De 1911 a 1922 exerceu a advocacia em Rosário, cidade em que fundou o Instituto Rosariense, onde foi professor e diretor.
               No ano de 1912 publicou seu primeiro livro, intitulado Hinário. De cunho cívico e patriótico, em 1913 já atingia sua terceira edição. No ano seguinte, publicou outro livro chamado Brasil e os Estados, com ensinamentos e versos patrióticos. Finalmente, objeto das imagens que se seguem, publicou Pequenos Discursos, obra que mereceu elogios de Rui Barbosa e Visconde de Taunay.


Capa da obra Pequenos Discursos - 1913
- acervo do Arquivo Histórico

              Em 1918, lançou Gaúchos, livro de versos regionais. Mas sua maior obra, muito pouco divulgada, de pedagogia, recebeu o nome de Instrução Pública Brasileira, de 1919.
               A terra natal, que pouco conhece a obra de seu filho, deu a ele o nome de uma escola municipal.
               




domingo, 18 de agosto de 2013

Aconteceu há 100 anos

Em 18 de agosto de 1913, o prédio do Teatro Municipal foi entregue pela administração municipal ao governo do Estado, para nele funcionarem o Fórum e o Colégio Elementar, noticiava O Commercio, de 20 de agosto de 1913.

Prédio do Teatro Municipal - imagem da exposição
Praça Dr. Balthazar de Bem - marco de uma grande história - Arquivo Histórico

sábado, 17 de agosto de 2013

Por que SÃO JOÃO da Cachoeira?

No dia 5 de agosto de 1820 ocorreu a instalação do município, com a abertura dos livros de registros oficiais da Câmara, a eleição dos três primeiros vereadores, do procurador, tesoureiro e escrivão, além dos juízes, e o levantamento do pelourinho, símbolo da autonomia da Vila Nova de São João da Cachoeira. Mas por que São João?

Imagem: www.novageraçao.org.br

Esta pergunta até então não tinha uma resposta definitiva e os pesquisadores atribuíam tal denominação ao fato de ser D. João VI o príncipe regente do Reino, razão natural de dar seu nome ao novo município.
Pois um dos preciosos volumes de documentos encadernados do acervo do Arquivo Histórico (CM/S/SE/RE-001), do período que compreende justamente o da instalação do município, acaba de confirmar tal suposição.
A assessora técnica do Arquivo Histórico, Neiva Ester Corrêa Köhler, em busca de informações relativas ao período em que a Câmara Municipal alugava casas para seus trabalhos na Vila, deparou-se com cópia da carta remetida a D. João VI, em 26 de agosto de 1820, dando-lhe ciência de que o nome escolhido para o novo município era “o Grande Santo do Seu Imortal Nome”.
A carta, redigida pelo escrivão da Câmara Joaquim dos Santos Xavier Marmello, esclarece que o povo, agradecido e reconhecido pelo fato de D. João VI ter ouvido suas súplicas de separar a Freguesia da Cachoeira da Vila de Rio Pardo, havia decidido dar a ela o nome de Vila Nova de SÃO JOÃO da Cachoeira.

O nome do santo padroeiro do Príncipe Regente não vingou entre nós e acabou desaparecendo na poeira do tempo. A tradição portuguesa do culto à Nossa Senhora da Conceição teve mais força e tornou-a padroeira da cidade. E São João, que não virou padroeiro, foi apenas patrono por 39 anos.

domingo, 11 de agosto de 2013

Villa Minssen - 100 anos

A casa que serviu de residência para a família Minssen, localizada na Rua Comendador Fontoura, 212, Bairro Rio Branco, foi construída em 1913 por Augusto Wilhelm. É por isto uma das mais antigas ainda existentes no bairro que foi aberto em 1912.

Villa Adolfina - Bairro Rio Branco - fototeca Museu Municipal

Chamava atenção a inscrição que a casa trazia em seu frontão: “Villa Adolphina”. A denominação homenageava Adolfina Moser Wilhelm, esposa de Augusto Wilhelm.
A família Wilhelm morou na casa até 1924, ano em que se transferiu para a nova casa construída por Augusto, na esquina da Rua Presidente Vargas com Isidoro Neves da Fontoura, onde depois residiu por vários anos o filho mais novo de Augusto e Adolfina, Dr. Eurico Wilhelm.

2.ª residência de Augusto Wilhelm - acervo COMPAHC
Em 1926, João Minssen adquiriu a "Villa Adolfina" por 30 contos de réis e a inscrição do frontão foi modificada para “Villa Minssen”. Minssen teve prioridade para aquisição da casa por ser casado com Frida, sobrinha de Augusto Wilhelm.
As irmãs Anna, Sara e Otília Minssen, que habitaram a casa por décadas, contavam que Augusto Wilhelm, antes de dar início à sua construção, providenciou na abertura de um poço para abastecimento dos operários e da obra. O poço, todo cimentado, tinha 16 metros de profundidade. Em 1933, João Minssen resolveu fechá-lo, certamente por precaução, pois tinha vários filhos pequenos e já contava com água encanada em sua casa. Em 1992, as irmãs reabriram o poço e mandaram examinar a água, que mostrou-se potável apesar do tempo que esteve fechado!

A casa ao tempo em que as irmãs Anna, Sara e Otília Minssen lá residiam
- acervo COMPAHC

A sala de estar da casa possui pinturas murais feitas em 1941, além de conservar medalhões pintados junto ao teto que remontam ao ano da construção.
A “Villa Minssen” é inventariada pelo COMPAHC – Conselho Municipal do Patrimônio Histórico-Cultural.

domingo, 4 de agosto de 2013

193 anos de instalação do Município

     5 de agosto é a data magna da história de Cachoeira do Sul. Nesse mesmo dia, há 193 anos, no ano de 1820, o Ouvidor Geral, Corregedor e Provedor da Comarca de São Pedro e Santa Catarina, Joaquim Bernardino de Sena Ribeiro da Costa, promoveu a instalação do Município, oficializando o nome de Vila Nova de São João da Cachoeira.
A partir da abertura dos livros que registrariam os atos legais do novo município e da eleição dos primeiros vereadores, a Vila Nova de São João da Cachoeira rompeu os laços que a prendiam à Vila de Rio Pardo. Nascia naquele dia o quinto município do Rio Grande do Sul, o primeiro a se emancipar de outro já existente. Por tudo isto, esta data mereceu constar no brasão de Cachoeira do Sul, legitimando-se como marco da nossa história política e administrativa.
        Esta história está preservada no Arquivo Histórico do Município de Cachoeira do Sul e é motivo de exposição permanente no Museu Municipal.
          Muitas vezes os cachoeirenses confundem-se com outras datas que são marcadas em nosso calendário municipal. Vejamos: 
- 8 de dezembro. Este é o dia dedicado à padroeira do Município, Nossa Senhora da Conceição, e é feriado religioso. 
- 15 de dezembro. Nesta data comemoramos a elevação de Cachoeira à condição de cidade, o que se deu no ano de 1859. Apesar da significação do ato, que até modificou nosso nome de Vila Nova de São João da Cachoeira para Cidade da Cachoeira, a importância maior ainda recai sobre a emancipação política e administrativa e instalação do Município que foi solenizado em 5 de agosto de 1820.

Registro de criação da Vila Nova de São João da Cachoeira, assinado em 26 de abril de 1819
e concretizado em 5 de agosto de 1820 - acervo do Arquivo Histórico

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Santa Josefa

Nestes tempos de visita papal ao Brasil e da repercussão dos ideais do catolicismo somos remetidos às manifestações religiosas locais. Em Cachoeira, há muitíssimos anos e com marcante devoção, é cultuada a figura de Santa Josefa, misto de lenda e fé que talvez muitos de nossos jovens, alvo preferencial da Jornada Mundial da Juventude, desconheçam totalmente.

Antiga Capela de Santa Josefa

O jornal O Commercio (1900-1966), em sua edição de 23 de maio de 1906, publicou artigo assinado por "Pompeu", contando interessante diálogo envolvendo o culto à Santa Josefa:

SANTA JOSEFA

Não resta dúvida de que o título é sugestivo, para o nosso meio, ao menos. Certamente a santa de que vamos tratar tem o número dois na galeria da santidade católica romana.
O caso é simples: lá nos registros seculares do Vaticano deve existir, por força, o nome santificado de uma Josefa que foi canonizada. Provavelmente essa Josefa que por qualquer motivo fez jus à canonização por algum ato de benemerência que a levou à categoria de divindade celeste, não é a mesma que temos por aqui, essa que uma tradição histórica nos lembra naquela cruz branca e preta que se eleva à cabeceira de um quadrilátero, cercado de grade, que existe num dos arrabaldes da Cachoeira. Deve haver, por conseguinte, duas santas Josefas – uma romana e outra cachoeirense.
Alguém nos contou a história da nossa Santa Josefa. Foi uma preta escrava que sucumbiu ao martírio do látego escravocrata da era passada. Ali, onde existe a cruz e o quadrilátero aludidos, foi ela sepultada e, dizem, não apodreceu, isto é, não passou o seu corpo pela prova destruidora da decomposição física. Santificou-se por isto, e realmente o fato é bastante suficiente para demonstrar a sua passagem para a divinização que coroou o seu nome humilde quando mísera terrena.
Num dia destes, passávamos por lá, eu e um amigo. Junto ao quadrilátero santo estavam duas mulheres do povo, ajoelhadas, concentradas nas suas fervorosas orações de crentes. Olhei e calei, mas segredei aos meus botões: “A fé nos salva!”
O meu amigo olhou-as, virou-se para o meu lado e sentenciou:
-          Bestas!
-          Por quê?, interroguei.
-          Por quê? Pois o que é aquilo?
-          Tu, que és espírita, que pertences a uma religião nova, que só crês em Deus como autor de todas
as coisas, todo poderoso, onipotente, não me explicarás  o que exprime aquela palhaçada?
-   Para nós, cachoeirenses, é eloquente atestado de um barbarismo de última hora; uma idolatria selvagem que não casa com o nosso século! Vamos até lá e vais ver até onde chega a ignorância e a santa selvageria de certa gente.
-   Vês? Aqui, nada mais nem menos, há uma camada de sebo e cera que se pode medir por palmos, disse-me, mostrando-me o quadrilátero de grades. Vês essa traparia aqui pendurada a esta cruz? São vestidos, saias, toalhas, o diabo a quatro que aqui vêm depor os fiéis, como um sacrifício oferecido à santa. Olha! Aqui está uma toalha bordada, admira isto!
E o nosso amigo nos mostrava  um pano branco bordado à linha encarnada com os dizeres: “Santa Josefa”, acima de uma figura feita de pano e desenhada à tinta sardinha. Tinha os braços abertos...
-          No desenho não andou o lápis da arte, mas talvez o carvão de algum analfabeto!
-          E zombas disto?, perguntei.
-          E você, ainda me pergunta? Homem! Você é tolerante demais!
-   Não é tolerância: é saber respeitar a crença alheia. Calculo que nisto aqui não haverá hipocrisia, mentira religiosa. Sabe Deus, somente, da porção de fé e crença com que aqui pôs este pano bordado quem o depositou aos pés desta cruz, como testemunho da sua fé e respeito!
-          Qual nada, isto é pura estupidez; não admito outra coisa!
Nesta terra, como em toda a parte, não há instrução do povo pequeno; só se cuida da política, e o mais vai por água abaixo e o fruto é destas coisas! Igual a isto só nas costas da África!...
E continuamos o caminho e o meu amigo tinha uma pouca de razão!
A ignorância, que torna o indivíduo um selvagem doméstico, que cobre-lhe os horizontes da concepção, do discernimento, que inibe-o da análise, da comparação; que furta-lhe o privilégio de achar o equivalente aproximado do impenetrável ser da obra que admiramos, tememos e de que fazemos parte, sob o império onipotente de Deus, não pode frutificar aos olhos da luz dos séculos que correm, senão nesses pedaços de santo barbarismo que o salvam: a crença, a fé, a sinceridade real do voto.
Na treva, tudo é treva, por isto, se há condenação no caso, ela não recairá de certo – senão sobre os que esquecem da luz que têm a distribuir, por dever!

Pompeu

Aspecto atual da Capela de Santa Josefa - infelizmente descaracterizada

domingo, 14 de julho de 2013

Banco Nacional do Comércio

Banco Nacional do Comércio - imagem Santander Cultural
- gentileza Mico Vargas

       Na década de 1910 e início da seguinte, quando Cachoeira já se projetava no cenário estadual como uma das potências econômicas, os grandes bancos começaram a abrir agências na cidade. O primeiro foi o Banco da Província, em 1911, seguido pelo Banco Nacional do Comércio, em 1916, pelo Banco do Brasil, em 1919, e pelo Banco Pelotense, em 1922.

       O Banco Nacional do Comércio, instituição fundada em Porto Alegre no ano de 1895, assim como outros que depois se estabeleceram, começou a atuar com uma pequena representação em Cachoeira. Instalada na casa comercial de Cunha & Cia., na Rua Sete de Setembro, lá ocupava um salão especialmente destinado para esse fim, tendo aberto suas portas para o atendimento dos interessados em abril de 1916. Naquela época, o quadro de funcionários contava com Oswaldo Schilling, contador, Francisco Antunes da Cunha, gerente, e Leonel Friedrich, subgerente.

          Com o crescimento natural dos negócios, o estabelecimento de crédito instalou-se em edifício próprio à Rua Sete de Setembro nº 160. “Luz e ar em abundância existem nas dependências do novo edifício, reconstruído pela firma Plentz e Ermel, e que pelo seu belo frontispício concorre para o embelezamento da parte norte da Rua Sete de Setembro”, dizia o jornal O Commercio, edição de 16 de janeiro de 1918. Com o empreendimento, o Banco Nacional do Comércio foi o primeiro a instalar-se em sede própria na cidade.

À esquerda, vê-se a cabeça de Mercúrio sobressaindo no alto da fachada
do Banco Nacional do Comércio - fototeca Museu Municipal

Vista geral da agência do Banco Nacional do Comércio
- coleção Claiton Nazar

E segue o jornal O Commercio, naquela edição de janeiro de 1918: “Tivemos ocasião de percorrer, em companhia do contador, Sr. Aldomiro Franco, as diversas dependências, entre as quais, além do salão principal, notamos a sala reservada para a gerência e o compartimento da casa forte, destinado a guardar os livros e valores do estabelecimento.

O prédio que serviu de agência àquele estabelecimento ainda está na Rua Sete de Setembro, abrigando a loja Dois Irmãos. Do alto de sua fachada, Mercúrio, representando o comércio, ainda que mutilado, espreita o movimento de nossa mais importante via pública.

Mercúrio no alto da fachada - foto Nelda Scheidt

domingo, 7 de julho de 2013

"Queremos uma comunidade e uma escola"

        Os luteranos estabelecidos em Cachoeira no final do século XIX ansiavam por uma comunidade que os acolhesse em seus anseios religiosos e de associativismo. O Pastor Kurt Benno Eckert, em sua obra Quando florescem os arrozais... conta esta história em detalhes.
         Quando um pastor luterano visitava as famílias alemãs, o que era feito esporadicamente, os membros perguntavam: “Quando teremos uma Comunidade? Quando teremos um Pastor? Quando teremos uma Escola para ensinar os nossos filhos?”
        Uma reunião entre as famílias alemãs, realizada em 8 de junho de 1893, foi decisiva para a elaboração dos estatutos e posterior criação da Comunidade. Nessa reunião resolveram adquirir também um terreno para instalar uma escola, seguindo a máxima de que ao lado de cada igreja deve haver uma escola. Em 3 de julho daquele ano, finalmente, foi solenemente criada a Comunidade Evangélica de Confissão Luterana de Cachoeira. Com a leitura e aprovação dos estatutos, foi também aclamado Phillip Adam o primeiro presidente, em reconhecimento ao seu desvelo e empenho pela criação da Comunidade. Os demais membros da diretoria eram Johann Gerdau, Rudolfo Homrich, Otto Büchler e Augusto Trommer.
         Com a criação da Comunidade, partiram os 27 membros iniciais em busca de um professor que também fosse o pastor. Decidiram na assembleia de 8 de fevereiro do ano seguinte convidar o professor Heinrich Gauss, de Agudo, para assumir as funções de pastor e professor. Tinha início a trajetória que no corrente ano atinge 120 anos de trabalho em prol da educação empreendido pelo Colégio Sinodal Barão do Rio Branco.
         
Primeiro prédio da Escola - 1914 - acervo Colégio Sinodal Barão do Rio Branco