Os chapéus
já foram acessórios imprescindíveis na indumentária de homens e mulheres. Itens
de elegância, eles compunham obrigatoriamente os trajes em diferentes épocas.
Na Cachoeira
dos anos 1920, quando o uso do chapéu era imperativo, uma viúva – Bertha Keil Fuentefria – fez deste
acessório o seu negócio e fundou uma casa que até hoje é lembrada por muitos
cachoeirenses: Casa das Sombrinhas.
Bertha Keil Fuentefria - acervo familiar |
Bertha, que
se casou em Cachoeira com o espanhol José Fuentefria, morava em Bagé. Ao ficar
viúva, em abril de 1919, voltou para Cachoeira com os filhos Henrique,
Esperança, Severino e Carlos. Para prover o sustento da família, instalou uma pequena
casa de comércio onde consertava e comercializava sombrinhas, miudezas e também
fabricava chapéus de sol.
Em anúncio
publicado no jornal O Comércio do dia
7 de dezembro de 1921, intitulado Fábrica
de Chapéus de Sol, Bertha K. Fuentefria avisava a freguesia que tinha
recebido sortimento de formas de chapéus para senhoras, senhoritas e meninas, para todos os preços e gostos. Aceitava chapéus para reformar e tingir. O
endereço anunciado ficava na Rua Júlio de Castilhos número 66.
Bertha
casou-se novamente, com Pascoal Castelló. Em 1929, Castelló ampliou os negócios
da Casa das Sombrinhas, comercializando artigos de malha, lã, algodão, sombrinhas
e chapéus. Lá por 1932, o filho Severino assumiu a loja e aumentou as instalações, passando a fabricar camisas com a marca Licorne.
Na década de
1943, Severino Fuentefria & Cia. anexou à seção masculina da Casa das Sombrinhas uma alfaiataria e passou a
ser distribuidor exclusivo das casimiras Adriáticas. Por esta época, contratou
o profissional Leopoldo Hübner para contramestre e dirigente da alfaiataria. Em 1959, Severino admitiu na loja um menino de 13 anos que depois se tornou reconhecido no ramo da moda: Roberto Raifone.
Com a mudança de Severino Fuentefria
para Porto Alegre, no ano de 1969, a Casa das Sombrinhas deixou de existir.