Não costumo escrever postagens em primeira pessoa. Mas hoje
tenho um motivo especial. Há muito sonhava em incluir nesta série de Prédios
com Passado, Presente e Futuro o Cine-Teatro Coliseu!
Fachada do Cine-Teatro Coliseu - Foto Renato F. Thomsen |
E eis que a aquisição do que restou desta importante casa
de espetáculos, prestes a completar 81 anos (17 de fevereiro de 1938), pelo
advogado e empreendedor Gilson Lisboa, lança sobre ela a luz do futuro.
A velha fachada, tombada como patrimônio histórico-cultural
do município, dona de um passado glorioso e de um presente desastroso e até
então incerto, ruma para o futuro com nova utilização, mas sem perder a sua
essência expressa em arquitetura e significado.
Foto Mirian Ritzel |
O que poucos sabem é que o Cine-Teatro Coliseu foi o
sucessor do antigo Cinema Coliseu Cachoeirense. Do velho galpão na esquina da
Praça José Bonifácio, a casa de espetáculos conservou a denominação, a
tradição e um dos proprietários.
Cinema Coliseu Cachoeirense - Praça José Bonifácio - Fototeca Museu Municipal |
O velho Coliseu Cachoeirense encerrou seus dias na
propriedade de Henrique Comassetto que fez sociedade com Algemiro Carvalho.
Ambos ergueram o prédio da Rua Sete de Setembro, endereço nobre da cidade, e inauguraram o que havia de mais moderno em seu tempo em termos de casas de cinema. De estilo art-déco, o prédio portava um inédito letreiro vertical, com iluminação que marcava sua presença dos mais diferentes ângulos e distâncias.
Henrique Comassetto - Acervo Família Carvalho Bernardes |
Ambos ergueram o prédio da Rua Sete de Setembro, endereço nobre da cidade, e inauguraram o que havia de mais moderno em seu tempo em termos de casas de cinema. De estilo art-déco, o prédio portava um inédito letreiro vertical, com iluminação que marcava sua presença dos mais diferentes ângulos e distâncias.
Inauguração do Cine-Teatro Coliseu - 17/2/1938 - Reprodução Robispierre Giuliani |
Letreiro - Foto Renato F. Thomsen |
Henrique Comassetto e Algemiro Carvalho inovaram em termos
de cinema e ousaram outros voos, como a instalação, em terreno fronteiro ao
Coliseu, do primeiro cinema ao ar livre da cidade – o Cine Marrocos. De curta
duração, mesmo assim deixou marcada sua existência no cenário de arte e
entretenimento da década de 1950.
Placa do Cine Marrocos (invertida para permitir a leitura) - Foto Mirian Ritzel |
O passado guarda grandes lembranças do Cine-Teatro Coliseu na memória de gerações de cachoeirenses. Palco de inúmeras apresentações também de teatro, de conferências e outras
atividades, acolheu ilustres personalidades como Erico Verissimo, Procópio Ferreira e Maria Della Costa.
Interior do Cine-Teatro Coliseu - junho de 1960 - Acervo Família Carvalho Bernardes |
O presente de incertezas e descaso chega ao fim. Agora é possível
afirmar, com a convicção de que nossas joias passam, finalmente, a ter o
reconhecimento que merecem – o Coliseu voltará a ser um prédio com passado,
presente e futuro!
Esta postagem é uma homenagem a Gilson Lisboa, Osni
Schroeder, que orientará o restauro da sua fachada, e Elizabeth Thomsen, uma
das vozes que sempre se elevou em defesa do que restou do Cine-Teatro Coliseu.