Espaços urbanos

Espaços urbanos
Ponte do Fandango - foto Robispierre Giuliani

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Maio na nossa história

Maio é um mês de muitos acontecimentos na nossa história. Alguns desses acontecimentos foram suficientemente significativos para a cidade, promovendo mudanças importantes na vida econômica, cultural, educacional, social e política:

- 1.º de maio de 1879: fundação do CACHOEIRENSE, primeiro jornal de que se tem notícia na história de Cachoeira, pelo tipógrafo Amaro José Lisboa. O diretor era Bento Porto da Fontoura, filho do Comendador Antônio Vicente da Fontoura.

- 5 de maio de 1919: instalação da agência do Banco do Brasil em Cachoeira, a 42.ª do Brasil, o que atesta a importância da cidade no cenário econômico do país. Localizava-se na Rua 24 de Maio, hoje Dr. Sílvio Scopel, e o primeiro gerente foi Gabriel do Amaral Alves.

- 7 de maio de 1850: entrega da primeira planta (mapa) e cadastro da Vila pelo engenheiro João Martinho Buff à Câmara Municipal.

Primeira planta da Vila - 1850 - autor João Martinho Buff
- acervo do Museu Municipal


- 8 de maio de 1865: na sessão ordinária da Câmara, nesse dia, foi lido ofício da presidência da Província autorizando os vereadores a colocarem a cadeia da recém-concluída Casa de Câmara, Júri e Cadeia à disposição do delegado de polícia.

Casa de Câmara, Júri e Cadeia (Paço Municipal)
- foto Claiton Nazar

- 15 de maio de 1968: inauguração da Fonte das Águas Dançantes Artibano Savi, na Praça José Bonifácio.

Fonte das Águas Dançantes - foto Jorge Ritter

- 18 de maio de 1911: inauguração da primeira agência bancária de Cachoeira, do Banco da Província, na Rua Sete de Setembro, esquina General Portinho. O primeiro gerente foi Mário de Lima Santos.

1.ª agência do Banco da Província - Rua Sete de Setembro
- fototeca do Museu Municipal

- 18 de maio de 1968: abertura da II FENARROZ, com inauguração do pavilhão de exposições.

- 20 de maio de 1972: inauguração do Ginásio de Esportes D. Pedro I, durante a realização da III FENARROZ.

- 22 de maio de 1929: fundação da Escola Complementar de Cachoeira, hoje Instituto Estadual de Educação Dr. João Neves da Fontoura, que funcionava junto à Escola Elementar Antônio Vicente da Fontoura.

- 22 de maio de 1965: instalação da 24.ª Delegacia Regional de Ensino, hoje 24.ª Coordenadoria Regional de Educação, sendo a professora Lucy Magoga Müller a primeira delegada.

- 26 de maio de 1930: início de funcionamento do Grupo Escolar Alto dos Loretos, hoje Escola Estadual de Ensino Fundamental Cândida Fortes Brandão.


domingo, 26 de maio de 2013

Benjamin Camozato - empreendedorismo e arte


           Com o título acima, apresentei em Porto Alegre, no Museu de Comunicação Hipólito José da Costa, uma resenha biográfica do genial Benjamin Celestino Camozato. Empreendedorismo e arte caracterizaram a vida deste porto-alegrense nascido em 19 de maio de 1885 e falecido no dia 4 de maio de 1964.

Benjamin Camozato - acervo da família

Camozato poderia entrar para a história como dentista altamente qualificado e atualizado para a sua época; poderia também ser lembrado pelos inúmeros empreendimentos comerciais muito bem divulgados por um cidadão que sabia servir-se da mídia de seu tempo, afeita quase que exclusivamente à imprensa. Mas uma de suas tantas e ousadas facetas foi a de ter produzido um filme que documenta uma das maiores contendas do Rio Grande do Sul: a revolução de 1923.
Durante quase um ano percorreu o Estado, sendo recebido igualmente pelos partidários de Borges de Medeiros, ou chimangos, e pelos defensores de Assis Brasil, ou maragatos, registrando cenas das movimentações dos envolvidos no conflito e das personalidades históricas que marcaram aquele período importante da vida política e administrativa gaúcha. Dentre eles os cachoeirenses João Neves da Fontoura, Felippe Nery Portinho e Honório Lemes, o “Leão do Caverá”. O primeiro, portando um livro nas mãos, indicativo da intelectualidade que o caracterizava; o segundo, altivo em sua experiência de outras revoluções, e o terceiro, entre os filhos, revolucionários como ele, ou com a cuia na mão, símbolo do autêntico caráter do tropeiro gaúcho que saiu do Barro Vermelho para fazer história para os lados da serra do Caverá.
O filme de Camozato inaugurou o gênero documentário no cinema gaúcho e legou para o futuro imagens do tempo em que as questões de poder eram resolvidas pelas armas.
Do dentista, filatelista, esperantista, fotógrafo amador e comerciante ficaram as propagandas no jornal O Comércio, de Cachoeira, cidade onde Benjamin Camozato viveu 15 anos, e também no Grande Álbum de Cachoeira, recheado de belas imagens de uma cidade em franco crescimento. Do ousado cinegrafista ficou o inédito e valioso registro visual de uma época conturbada da nossa história.
Bravo, Camozato!

(Mirian Ritzel, participante da mesa redonda “Revolução de 1923: uma visão sobre a ótica de guerra”, juntamente com a Dra. Alice Dubina Trusz e Dra. Elizabeth Rochadel Torresini).

domingo, 19 de maio de 2013

Revolução de 1923 - 90 anos


        Há 90 anos o Rio Grande do Sul vivia mais uma de suas históricas revoluções. Personagem central, Borges de Medeiros despertava em segmento importante da sociedade gaúcha a indignação pela permanência prolongada e quase absoluta no poder. No outro lado, o personagem principal era Joaquim Francisco de Assis Brasil, estancieiro e intelectual que pretendia interromper a trajetória de Borges de Medeiros à frente do governo do Estado.


            Durante todo o ano de 1923, ou quase todo, pois o movimento durou 11 meses, os partidários de Borges de Medeiros, os chimangos, e os partidários de Assis Brasil, os maragatos, pegaram em armas, convulsionando o Rio Grande do Sul e espalhando a insegurança e o medo.

Joaquim Francisco de Assis Brasil

            Três figuras ímpares daqueles tempos despontaram no movimento, cada um de uma forma, mas todos significativos à luz desses 90 anos: Honório Lemes, o Leão do Caverá, Benjamin Camozato, que registrou a revolução em filme, e Felippe Nery Portinho. O primeiro e o terceiro, filhos da terra, e o segundo, com raízes fincadas na cidade desde o início do século XX. Cada um deles merece um capítulo exclusivo nesta história.

Gal. Felippe N. Portinho
- imagem cedida por Coralio B. P. Cabeda


Honório Lemes
Dr. Benjamin Camozato




domingo, 12 de maio de 2013

O porto de Cachoeira


    Nestes dias, quando mais uma vez a utilização do porto de Cachoeira é levantada, lembramos do porto antigo que havia na descida da Moron e que por mais de um século foi decisivo para o escoamento da produção, para o recebimento de mercadorias vindas de outras cidades e para o transporte de passageiros.
      No distante ano de 1843, teve início a navegação entre Rio Pardo e Cachoeira, sendo os pioneiros nesse serviço Antonio Kussmann e Nicolau Faller, mas ainda não havia um porto organizado. Quatro anos após, o Presidente da Província de São Pedro do Rio Grande do Sul aprovou a obra de calçamento da rampa do porto, sendo encarregada da administração do serviço a Câmara Municipal da Cachoeira. A rampa foi concluída somente em 1856.

Porto no rio Jacuí, vendo-se as pedras da rampa
- fototeca do Museu Municipal

     Quem quiser fazer um passeio pela história ainda encontrará na margem do rio, descendo a Moron, as pedras da rampa do antigo porto, testemunhas da história de embarque e desembarque de pessoas e mercadorias, elementos de uma época em que não dependíamos exclusivamente do transporte rodoviário. Havia, isto sim, uma bem explorada malha ferroviária e hidroviária. Evolução ou involução?

Descida da Rua Moron - foto Claiton Nazar