O
segundo domingo do mês de maio, dedicado às mães, traz à memória uma ilustre
mulher cachoeirense que não foi mãe na acepção primeira da palavra, mas que
recebeu o título de “Mãe intelectual do povo cachoeirense”.
Esta
mulher, perdida na bruma do tempo, somente é lembrada pelo nome que dá a uma
importante escola. E foi responsável pela formação de centenas de crianças e jovens.
Seu nome: Cândida Fortes Brandão.
Cândida Fortes Brandão - fototeca Museu Municipal |
Diplomada
pela Escola Normal de Porto Alegre, Cândida Brandão era grande conhecedora da
pedagogia vigente e lecionava com segurança as matérias que constavam do
currículo ministrado na virada do século XIX para XX. Austera, como ditavam as
regras de seu tempo, ganhou grande popularidade e respeito pelas orientações e
conselhos que publicava com regularidade nas páginas dos jornais locais O Comércio e Rio Grande.
A
imprensa não era, no início dos anos 1900, um espaço para mulheres e, neste sentido, Cândida foi uma
precursora. E mais do que isto, ela costumava abordar assuntos delicados para
aqueles tempos e que exigiam dela coragem e muito discernimento na hora da
reação dos leitores. E havia também a Cândida poetisa, ficcionista e crítica de
literatura.
Este
conjunto de predicados incomuns às mulheres de seu tempo, bem como a grande
erudição que demonstrava fizeram que a escritora Júlia Lopes de Almeida qualificasse
Cândida Fortes Brandão como “Mãe intelectual do povo cachoeirense”.
Esta
mulher não foi mãe, mas foi a primeira de uma legião de outras que, movidas
pelo conhecimento e reconhecida capacidade, deixaram contribuição inequívoca
para a intelectualidade cachoeirense.
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