Espaços urbanos

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Ponte do Fandango - foto Robispierre Giuliani

domingo, 10 de maio de 2015

Mãe Intelectual do Povo Cachoeirense


O segundo domingo do mês de maio, dedicado às mães, traz à memória uma ilustre mulher cachoeirense que não foi mãe na acepção primeira da palavra, mas que recebeu o título de “Mãe intelectual do povo cachoeirense”.

Esta mulher, perdida na bruma do tempo, somente é lembrada pelo nome que dá a uma importante escola. E foi responsável pela formação de centenas de crianças e jovens. Seu nome: Cândida Fortes Brandão.

Cândida Fortes Brandão - fototeca Museu Municipal

Diplomada pela Escola Normal de Porto Alegre, Cândida Brandão era grande conhecedora da pedagogia vigente e lecionava com segurança as matérias que constavam do currículo ministrado na virada do século XIX para XX. Austera, como ditavam as regras de seu tempo, ganhou grande popularidade e respeito pelas orientações e conselhos que publicava com regularidade nas páginas dos jornais locais O Comércio e Rio Grande.
 
A imprensa não era, no início dos anos 1900, um espaço para mulheres e, neste sentido, Cândida foi uma precursora. E mais do que isto, ela costumava abordar assuntos delicados para aqueles tempos e que exigiam dela coragem e muito discernimento na hora da reação dos leitores. E havia também a Cândida poetisa, ficcionista e crítica de literatura.

Este conjunto de predicados incomuns às mulheres de seu tempo, bem como a grande erudição que demonstrava fizeram que a escritora Júlia Lopes de Almeida qualificasse Cândida Fortes Brandão como “Mãe intelectual do povo cachoeirense”.

Esta mulher não foi mãe, mas foi a primeira de uma legião de outras que, movidas pelo conhecimento e reconhecida capacidade, deixaram contribuição inequívoca para a intelectualidade cachoeirense.

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