Como
seria a Cachoeira de 1904? Quem eram as lideranças da comunidade, os
empresários, os comerciantes e que opções de entretenimento havia?
As
respostas a estas indagações foram encontradas em uma publicação do jornal O Commercio, edição do primeiro dia do
ano de 1904.
Darei
início a uma série de postagens até que se complete a totalidade das
informações trazidas pelo jornal de 1904, e incluirei comentários pertinentes
ao que se sucedeu em termos de iniciativas que estavam sendo tomadas naquela
época e atualizações, quando for o caso.
Cachoeira. Sua fundação.
Por ato de 10 de julho de 1779 foi criada a freguesia de Nossa Senhora da
Conceição da Cachoeira. Até então o seu território pertencia à comarca de Rio
Pardo. Em 26 de abril de 1819, por alvará do Rei D. João VI, foi desmembrado do
de Rio Pardo e elevado à vila com a denominação de Vila Nova de São João da
Cachoeira. Pela Lei Provincial nº 443 de 15 de dezembro de 1859 foi elevada à
categoria de cidade. Pela lei orgânica de 7 de setembro de 1892, e de acordo
com as bases estatuídas na Constituição do Estado de 14 de novembro de 1892,
foi feita a organização municipal.
O
município é dividido em sete distritos e sua população de 25.000 habitantes. Os
principais edifícios públicos são: Igreja, Intendência Municipal, Teatro,
Império, Mercado, Quartel Municipal, etc. Já foi colocada a pedra fundamental
para o hospital de caridade e trata-se da fundação de um hipódromo1.
Igreja Matriz e Império - fototeca Museu Municipal |
1Segundo
o jornal O Commercio publicou em 27
de abril de 1904, uma comissão estava chamando concorrentes para
a construção da cancha e pavilhão do Jockey Club Cachoeirense, atendendo às
condições de que o prado fosse construído em terrenos de propriedade de Antoninha
Fialho, paralelos à Estrada de Ferro de Porto Alegre a Uruguaiana e linha de
tiro de sociedade D. B. Schützen-Club. A execução da obra deveria obedecer ao
projeto confeccionado pelo agrimensor Cassiano de Freitas Santos. A inauguração
aconteceu em 27 de novembro daquele ano.
D. Antoninha Fialho - fototeca Museu Municipal |
D. B. Schützen-Club (Clube de Atiradores Alemão-Brasileiro) - fototeca Museu Municipal |
Ruas, travessas e praças – seus nomes primitivos e
atuais
Ruas
do
Loreto – 7 de Setembro
Santo
Antônio - Saldanha Marinho
da
Igreja – Moron
do
Paulista – 15 de Novembro
de
Santa Helena – 1º de Março2
do
Cardoso – Riachuelo
do
Amorim, do Passo de Jacuí, de São João e Júlio de Castilhos
Travessas
do
Matadouro – hoje Major Ouriques
do
Lavapés – 7 de Abril3
do
Ilha – 24 de Maio4
do
Ourives – Andrade Neves
da
Lagoa – General Portinho
dos
Pecados – Dr. Ramiro Barcelos
do
Soeiro – General Osório
da
Tapera – General Câmara
do
Ferminiano5
da
Igreja6
de
São José – Conde de Porto Alegre
de
São João – Félix da Cunha
da
Luiza – General Vitorino7
Praças
da
Igreja – Conceição8
do
Pelourinho – José Bonifácio
de
São João – Itororó
A
primeira é ajardinada e a segunda arborizada.
Vigário
da Paróquia: Padre Manoel Alves Soares.
2A Rua 1º de Março hoje se chama Rua
Liberato S. Vieira da Cunha.
3Hoje Rua Dr. Milan Kras.
4Hoje Rua Dr. Sílvio Scopel.
5Rua Gabriel Leon
6Travessa Monsenhor Armando Teixeira
atualmente.
7Rua Tuiuti.
8Praça Balthazar de Bem.
Administração municipal
Intendente,
Coronel David Soares de Barcellos
Vice-Intendente,
Major José Pinós Filho
Secretário
do município, Antonio Antunes de Araújo
Tesoureiro,
Manoel Carneiro Pinto
Sub-Intendente,
Capitão Julio dos Santos Rosa
Conselho
Municipal: José Friedrich, presidente; Henrique Gauss, Jorge Hugo Franke, João
Schmidt, Victorio Livi, Carlos Pötter, Manoel Marcondes de Almada, José Albino
Pohlmann.
Cel. David S. de Barcellos - fototeca Museu Municipal |
Segue
na próxima postagem!
O que seria o "Império" citado como um dos principais prédios?
ResponderExcluirImpério do Divino Espírito Santo, um grande salão em que aconteciam festas, quermesses e atividades religiosas.
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