A surpresa que
causou a muita gente a denominação da Rua Major OURIQUE, sem o “s” final, e que
inclusive consta grafada com erro nas placas, nos remete a outros casos semelhantes
que há na nomenclatura urbana, como por exemplo a Rua Henrique Möller, que
alguns insistem em chamar erroneamente de Henrique Müller. Mas talvez o caso
mais sério de troca seja o do Bairro Augusta, em que o gênero do homenageado
não corresponde à pessoa que determinou a denominação.
Longe de ser uma
mulher, o patrono daquele bairro é Augusto Ristow, natural de Candelária, filho
de Carlos Ristow e Margarida Heinrich Ristow, nascido no dia 13 de maio de
1872.
Augusto com os pais e irmãos - acervo da famíia |
Augusto casou
com Matilde Zillmer e o casal teve os filhos Alfredo, nascido em Rio Pardo no
dia 12 de julho de 1896, e Helma, natural de Candelária e nascida em 26 de
agosto de 1898.
Augusto e Matilde Ristow - acervo da família |
Em 1913, Augusto
adquiriu um corte de chácara localizado no 1.º distrito de Cachoeira, lugar
denominado Alto do Amorim, de mil setecentos e sessenta metros quadrados. Agricultor de profissão, dedicou-se a
cultivar flores, verduras e à produção leiteira na área que foi depois se
expandindo.
Em novembro de
1942, quando contava 72 anos, Augusto Ristow cometeu suicídio. Seu genro,
Guilherme João Afonso Stratmann, montou um armazém no local e abastecia as
famílias da redondeza. Depois que S. Afonso, como era conhecido, faleceu, a
filha Zilda organizou uma vila, loteando e vendendo terrenos. Nascia a Vila
Augusto.
Mas como a VILA
AUGUSTO virou Vila AUGUSTA e hoje é conhecida como BAIRRO AUGUSTA? A explicação
talvez esteja em um erro de grafia no documento que licenciava a vila, emitido
em março de 1957 pela Prefeitura Municipal, a despeito de outros documentos de
venda de terrenos registrarem corretamente a Vila Augusto.
Alvará de licença para localização - 1957 - acervo da família |
O fato é que a
homenagem que a família Ristow queria prestar ao patriarca Augusto acabou sendo
desvirtuada por um erro de grafia que pode ter sido reforçado pela facilidade
de concordância de gênero com a palavra vila. Mais tarde, com legislação
municipal que determinou a substituição do termo vila por bairro, o provável desconhecimento
do nome do homenageado não promoveu a correção.
Que fique aqui o
registro: ainda que o uso tenha consagrado o bairro com o nome de Augusta, a justiça
impõe que se diga – Bairro Augusto!
Nota: esta
postagem é dedicada à professora Maria Inês Vanti Marques, bisneta de Augusto
Ristow, que me permitiu conhecer e contar esta história.
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