Espaços urbanos

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Ponte do Fandango - foto Robispierre Giuliani

sábado, 17 de agosto de 2019

Patrimônio cachoeirense em pauta


Há 25 anos o Conselho Municipal do Patrimônio Histórico-Cultural – COMPAHC conquistou o maior prêmio nacional na área da preservação da memória: o Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade. A premiação ocorreu no Rio de Janeiro, para onde se dirigiu a presidente do COMPAHC à época, Ione Maria Sanmartin Carlos.

Troféu Prêmio Rodrigo M. F. de Andrade - Acervo COMPAHC

Diploma do Prêmio Rodrigo M. F. de Andrade - Acervo COMPAHC

Ione no Rio de Janeiro recebendo a premiação em nome do COMPAHC
- Acervo COMPAHC

Rodrigo Melo Franco de Andrade foi uma das lideranças culturais do Brasil a partir do movimento modernista, tornando-se um dos responsáveis pela legislação que rege o patrimônio cultural desde a década de 1930. Rodrigo esteve à frente das ações relacionadas ao patrimônio histórico-cultural por 30 anos, devendo o Brasil a ele a proteção de bens em que se incluem alguns de interesse mundial. O dia de seu nascimento, 17 de agosto (1898), foi escolhido para a comemoração do patrimônio histórico nacional.

Rodrigo Melo Franco de Andrade - Wikipédia

Criado em 1981, o COMPAHC tinha em sua bagagem, no ano de 1994, o primeiro inventário de bens culturais feito no interior do Rio Grande do Sul (1989), vários tombamentos de bens patrimoniais de relevante valor histórico-cultural (1985 e 1986) e atividades de fomento à ideia da preservação. Com este conjunto de ações se credenciou ao prêmio e o conquistou.

Relembrar este feito é oportuno neste dia 17 de agosto de 2019, quando em comemoração ao Dia Nacional do Patrimônio o governo do Estado do Rio Grande do Sul resolveu também instituir a data como Dia Estadual do Patrimônio Histórico. Para marcar a importância deste dia, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado – IPHAE promoveu o tombamento dos prédios que foram construídos para agências do extinto Banco Pelotense, dentre eles o de Cachoeira, atualmente ocupado pelo BANRISUL.

Banco Pelotense (1922) - Fototeca Museu Municipal

Verdadeira joia da paisagem urbana, o prédio do antigo Banco Pelotense foi inaugurado em 1922. O projeto do edifício era do arquiteto Manoel Itaqui, tendo sido construído por Santiago Borba.

A sua arquitetura, alterosa, tem como destaque a cúpula e um conjunto escultórico composto por três figuras representativas das atividades comerciais e industriais. Além da riqueza arquitetônica, é importante destacar a sua localização, tendo ele inaugurado a quadra que depois seria conhecida como “dos bancos”.

Conjunto escultórico do frontão do BANRISUL - Foto Renato F. Thomsen

Cachoeira do Sul, rumo aos seus duzentos anos de instalação como município, tem motivos de sobra para se orgulhar do patrimônio que tem conservado. Muito se perdeu, é verdade, mas o que já cativou o coração dos cachoeirenses ganha, dia a dia, o respeito e a estima de quem tem apreço pelas marcas da história. São 15 bens tombados pelo município, através do premiado COMPAHC, e quatro pelo Estado, através do IPHAE. Mas há muito ainda a ser descoberto pelos cachoeirenses. Mais de 80 edificações, consideradas em sua importância histórica ou arquitetônica, aguardam a oportunidade de também se tornarem de fato bens que habitam a estima da cidade que teve capacidade de erguê-los ao longo de sua rica e diferenciada trajetória histórica.

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