Há
25 anos o Conselho Municipal do Patrimônio Histórico-Cultural – COMPAHC
conquistou o maior prêmio nacional na área da preservação da memória: o Prêmio
Rodrigo Melo Franco de Andrade. A premiação ocorreu no Rio de Janeiro, para onde se dirigiu a presidente do COMPAHC à época, Ione Maria Sanmartin Carlos.
Troféu Prêmio Rodrigo M. F. de Andrade - Acervo COMPAHC |
Diploma do Prêmio Rodrigo M. F. de Andrade - Acervo COMPAHC |
Ione no Rio de Janeiro recebendo a premiação em nome do COMPAHC - Acervo COMPAHC |
Rodrigo Melo Franco de Andrade foi uma das lideranças culturais do Brasil a partir do
movimento modernista, tornando-se um dos responsáveis pela legislação que rege
o patrimônio cultural desde a década de 1930. Rodrigo esteve à frente das ações
relacionadas ao patrimônio histórico-cultural por 30 anos, devendo o Brasil a
ele a proteção de bens em que se incluem alguns de interesse mundial. O dia de
seu nascimento, 17 de agosto (1898), foi escolhido para a comemoração do
patrimônio histórico nacional.
Rodrigo Melo Franco de Andrade - Wikipédia |
Criado
em 1981, o COMPAHC tinha em sua bagagem, no ano de 1994, o primeiro inventário
de bens culturais feito no interior do Rio Grande do Sul (1989), vários
tombamentos de bens patrimoniais de relevante valor histórico-cultural (1985 e
1986) e atividades de fomento à ideia da preservação. Com este conjunto de
ações se credenciou ao prêmio e o conquistou.
Relembrar
este feito é oportuno neste dia 17 de agosto de 2019, quando em comemoração ao
Dia Nacional do Patrimônio o governo do Estado do Rio Grande do Sul resolveu
também instituir a data como Dia Estadual do Patrimônio Histórico. Para marcar
a importância deste dia, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do
Estado – IPHAE promoveu o tombamento dos prédios que foram construídos para
agências do extinto Banco Pelotense, dentre eles o de Cachoeira, atualmente
ocupado pelo BANRISUL.
Banco Pelotense (1922) - Fototeca Museu Municipal |
Verdadeira
joia da paisagem urbana, o prédio do antigo Banco Pelotense foi inaugurado em
1922. O projeto do edifício era do arquiteto Manoel Itaqui, tendo sido
construído por Santiago Borba.
A
sua arquitetura, alterosa, tem como destaque a cúpula e um conjunto escultórico composto por três figuras representativas das
atividades comerciais e industriais. Além da riqueza arquitetônica, é
importante destacar a sua localização, tendo ele inaugurado a quadra que depois
seria conhecida como “dos bancos”.
Conjunto escultórico do frontão do BANRISUL - Foto Renato F. Thomsen |
Cachoeira
do Sul, rumo aos seus duzentos anos de instalação como município, tem motivos de
sobra para se orgulhar do patrimônio que tem conservado. Muito se perdeu, é
verdade, mas o que já cativou o coração dos cachoeirenses ganha, dia a dia, o
respeito e a estima de quem tem apreço pelas marcas da história. São 15 bens
tombados pelo município, através do premiado COMPAHC, e quatro pelo Estado,
através do IPHAE. Mas há muito ainda a ser descoberto pelos cachoeirenses. Mais
de 80 edificações, consideradas em sua importância histórica ou arquitetônica,
aguardam a oportunidade de também se tornarem de fato bens que habitam a estima
da cidade que teve capacidade de erguê-los ao longo de sua rica e diferenciada
trajetória histórica.
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