Há 100 anos, no dia 17 de janeiro de 1921, Augusto Wilhelm abria oficialmente as portas da sua casa comercial, uma das mais importantes do gênero na história da cidade. Concluída ainda em 1920, desde os primeiros dias de 1921 uma propaganda de sua abertura no jornal O Commercio, com rara utilização de fotografia, chamava atenção dos leitores para a breve inauguração:
Anúncio n'O Commercio antes da abertura 12/1/1921 |
Conforme o mesmo jornal anunciou em sua edição de 19 de janeiro:
"Anteontem, às quatro horas da tarde, com a presença de representantes das casas bancárias locais, do comércio, das indústrias e da imprensa local, foi solenemente inaugurada a casa de ferragens, louças e miudezas que o nosso amigo Augusto Wilhelm estabeleceu à Rua 7 de Setembro n.º 146, num dos pontos mais centrais da cidade. Localizada em espaçoso edifício próprio, especialmente construído para esse fim, a nova casa tem instalações as mais perfeitas para bem servir ao fim a que se destina. Aos presentes foram servidos líquidos generosos em abundância, sendo erguidos vários brindes à prosperidade da nova casa. Agradecidos pelo convite que nos foi dirigido para assistirmos ao ato inaugural, ao qual, por motivo de força maior não nos foi possível comparecer, fazemos votos para que a nova casa seja bafejada pela simpatia e pela proteção pública".
Notícia da inauguração - O Commercio - 19/1/1921 |
Quadra da Casa Augusto Wilhelm - Fototeca Museu Municipal |
Casa Augusto Wilhelm - 1922 - Benjamin Camozato |
O projeto da Casa Augusto Wilhelm traz a assinatura do engenheiro-arquiteto Frederico Gelbert, vindo de Porto Alegre. O mesmo profissional foi o responsável pela planta original do prédio Knorr & Eisner, no alto da Rua Sete, defronte à Estação Ferroviária. Como naquele, construído anteriormente, no da Casa Augusto Wilhelm também o projetista colocou no frontão um rosto humano, remetendo ao propósito do empreendimento, Na casa de Augusto Wilhelm, o rosto é de Mercúrio, deus associado ao comércio, sendo provavelmente a mesma figura a utilizada na Knorr & Eisner.
Antigo Knorr & Eisner - Coleção Claiton Nazar |
Mercúrio encimando a casa comercial de Augusto Wilhelm - foto Carla Nazar |
As marcantes e históricas instalações da extinta Casa Augusto Wilhelm chegam ao centenário remetendo a um passado de gloriosa atividade comercial, Em sua trajetória de funcionamento, um lema a tornou famosa, representando o espírito de seu fundador e sucessores que orientavam os vendedores a fazerem jus ao "Insista, periga ter!"
Excelente artigo, Mirian! Um centenário de louças, vidros, abajures e tudo o mais que perigava ter.
ResponderExcluirVerdade, poeta!
ExcluirExcelente resgate, Miriam!
ResponderExcluirMeus pais e meus tios foram clientes por muitos anos.
Uma colaboração: o lema, escrito entre as prateleiras, era "Favor insistir. Periga ter".
Obrigada pela colaboração, Leonardo! Abraço.
ExcluirLembro muito bem da loja, meus Pais eram clientes. Ficam lindas lembranças.
ResponderExcluirMirian, muito legal teu texto e teu carinho com nossa história. Quem lembra do Seu Mate, que tinha sempre uma bala para dar para as ciranças. Para pegar aquela bala era uma briga... parecia que íamos alcançar e a bala sumia entre os dedos... reaparecia em outro lado ... até que ele deixava a gente pegar... era uma delícia ir até lá... Ficar esperando ele passar até nos enxergar... fazendo um gesto como se lembrando... "ah!, tenho uma bala para essa mocinha.". Era mais que uma loja, era um encantamento. Mais tarde reconheci seu Mate em uma foto, agora não lembro se era no Coral ou em um conjunto de jazz. Isso tudo passa como um filme em minha cabeça. Obrigada, querida.
ResponderExcluirMarô, obrigada por trazer estas memórias para enriquecer a história da CAW! Beijo.
ExcluirTive a honra,e orgulho de ter trabalhado como balconista,cobrador,vitrinista,na Casa Augusto Wilhelm,com o maestro Arno Matte,oJorginho...o Derli.
ResponderExcluirPor favor, qual teu nome?
ExcluirQue legal parabéns pela matéria Miriam em primeiro lugar, uma pessoa lembro do Jorginho o seu Arno e o Derli muitos amigos e colegas do meu pai Sadi C.Netto das armas e balcão e tb o papai noel da loja e meu tb porque tinha menos de 10 anos isto no final dos anos 60 para 70, tenho orgulho e saudades boas destes tempos. Hj moro em Farroupilha e tenho saudades da terrinha
ExcluirAdoro ler sobre momentos da história! Conhecer sobre o passado me intriga muito! Parabéns pelo artigo!
ResponderExcluirObrigada, Luiza!
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ExcluirMuito bom o teu blog! Parabéns!
ResponderExcluirObrigada, Leila!
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