Espaços urbanos

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Centro Histórico - foto Catiele Fortes

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Casa da Bandeira Branca - desaparece o último resquício

A Casa da Bandeira Branca, importante loja aberta em Cachoeira pelo sírio-libanês Haguel Botomé, em março de 1915, acabou de desaparecer em vestígios materiais!

Casa da Bandeira Branca - esquina da Rua 15 de Novembro com General Osório
- foto do Grande Álbum de Cachoeira - 1922 - Benjamin Camozato

Restava dela apenas o letreiro em mosaicos sobre a calçada de seu antigo endereço na Rua 15 de Novembro. Em letras vermelhas, já muito gastas pelo tempo e cruzar dos transeuntes, lia-se em fundo branco: CASA DA BANDEIRA BRANCA.

O letreiro foi assentado na calçada no ano de 1925, quando o proprietário realizou obras de melhoria em seu estabelecimento. Os mosaicos com as letras foram fabricados em Cachoeira por Fernando Rodrigues.

Uma obra no local condenou ao desaparecimento este último resquício da grande casa comercial que oferecia variada gama de produtos e, além disto, da marcante presença árabe na Rua 15 de Novembro.

O mosaico com letreiro ficava onde está a betoneira
- foto Elizabeth Thomsen - 19/6/2014

O blog História de Cachoeira do Sul lamenta não ter feito registro fotográfico dos mosaicos daquela velha calçada.

2 comentários:

  1. Mais um... ou melhor, menos um.
    Ainda que conviva e entenda um pouco dos conflitos envolvidos, não consigo não achar uma pena. Além dos motivos que compartilhamos, vejo que em 99% das vezes a nova "arquitetura" é pior que a que existia.
    Não sei o que aconteceu, não sei quais os motivos, não sei o que vão construir e não quero criticar pessoalmente ninguém com minha colocação, mas não deixa de dar pena, vendo e vivendo diariamente aqui em Barcelona e pelos lugares onde tenho estado, o potencial educativo e experiencial de prédios antigos.
    Um abraço! (e não desistam porque sem resistência não evoluiríamos).

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  2. Obrigada, João Paulo, pelo incentivo permanente! Temos que persistir na valorização da memória e do rico patrimônio que ainda temos. E não iremos desistir, pois tenho fé que exemplos como o de Barcelona, apenas para citar o que usaste, já que há tantos outros por este mundo, um dia poderão ser reproduzidos por aqui.
    Aquele letreiro gritava alto, mas fomos tardios em ouvi-lo. Mais do que sua aparência desgastada, ele revelava a genialidade "marqueteira" do sírio-libanês Haguel Botomé... na década de 1920!
    Abraço.
    Mirian Ritzel

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