Espaços urbanos

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Ponte do Fandango - foto Robispierre Giuliani

domingo, 16 de agosto de 2015

115 anos do cinema em Cachoeira

O cinema vence todas as barreiras e segue firme em sua condição de sétima arte. As novas mídias não o ameaçam e as salas de exibição  atraem multidões.

Embora a “imortalidade” dessa arte, as grandes casas de cinema do passado não sobrevivem mais e aquelas que foram preservadas em suas estruturas hoje têm outra destinação. Foi assim com Cachoeira. Os nossos grandes cinemas, representados ainda pelos prédios do Cine Teatro Coliseu, na Rua Sete de Setembro, e pelo Cine Ópera Astral, na Rua Júlio de Castilhos, há muito deixaram de projetar filmes. O primeiro, quase em escombros, aguarda melhores dias... e, o segundo, trocou as luzes da ribalta pelo comércio de mercadorias...

Cine Teatro Coliseu (1938) - foto Renato Thomsen

Cine Ópera Astral (1953) - foto Renato Thomsen


Mas a história do cinema em Cachoeira começou muito tempo antes do Coliseu e do Astral, ocupando um grande prédio, cujos dias de glória não chegaram a 10 anos!

Este prédio era o Teatro Municipal, inaugurado no dia de Natal de 1900. A comunidade que se uniu para erguer o imponente prédio destinado a Dionísio sonhou para ele grandes espetáculos. E, já naqueles primeiros tempos, a arte que despontou por lá foi a do cinema... ou melhor, um antecessor do cinema, o cinematógrafo – ou bioscopo.

Teatro Municipal (1900) - fototeca Museu Municipal

O cinematógrafo era um equipamento que projetava imagens pela movimentação contínua de figuras. A primeira companhia que ocupou as instalações do Teatro foi o Cinematógrafo Sastre, de Sastre & Cia., que segundo o jornal O Commercio, teve muito sucesso de público.

Em 1905, o Cinematógrafo Lumiére Falante trouxe a novidade das figuras animadas que emitiam palavras em sintonia com os gestos e mímicas dos intérpretes do filme. A Revista Centenário, de Humberto Guidugli, publicou no número de 1957 que a plateia assistente desta exibição começou a ficar inquieta e desconfiada quando começou a ouvir a sonoridade das personagens, classificando o espetáculo “como obra do diabo!” No entanto, logo após o susto inicial, o ambiente do Teatro ficou sereno, prorrompendo a assistência em aplausos ao final da apresentação, para alegria do diretor da empresa, José Joaquim Pozzo.

Anúncio de cinematógrafo falante
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Dois anos depois, em 10 de outubro, estreou no Teatro Municipal o cinematógrafo da empresa Baterlô & Cia., que trouxe a novidade de cenas importadas de Paris, “cômicas, jocosas e humorísticas”, conforme descreveu O Commercio de 9 de outubro de 1907. O sucesso foi tanto que os espetáculos do cinematógrafo lotaram as dependências do Teatro, inclusive ficando parte da plateia em pé.

Com a desativação do Teatro em 1908, abriu-se espaço para a criação da primeira casa de cinema de Cachoeira, o Cinema Parque, da empresa Livi & Baptista, inaugurado em 1909.

Na próxima postagem, a história do Cinema Parque.

4 comentários:

  1. Já estamos aguardando ansiosos a próxima postagem, muito bom isso tudo.

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  2. Meus pais falavam muito das sessões de cinema do Coliseu. O pai era inclusive crítico cinematográfico o que lhe garantia entradas grátis no cinema. Bela postagem e belas lembranças.

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    1. Os incentivos de vocês me animam sempre. Obrigada, Juliana, Hugo e Elenara!

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