A
Pharmacia Central, localizada na Rua
Sete de Setembro, esquina com a Rua General Osório, propriedade do farmacêutico
Leopoldo Rangel, era um tradicional estabelecimento do gênero na Cachoeira do
início do século XX, tempos em que as farmácias eram mais do que locais de manipulação e comercialização de medicamentos, sendo muitas
vezes endereços de consultórios médicos e de laboratórios bastante eficientes.
Cartão-postal da Rua Sete de Setembro, vendo-se a Pharmacia Central à esquerda (provavelmente da série de Benjamin Camozato - década de 1910) - Fototeca Museu Municipal |
Em
1913 a Pharmacia Central trouxe uma
inovação para Cachoeira. Adquiriu modernos aparelhos de esterilização:
uma autoclave da marca Sorel,
fabricada na casa Adnet & Cia.,
de Paris, aparelho destinado à esterilização rigorosa de ataduras, algodões,
líquidos, fios de seda e do instrumental cirúrgico, sob pressão de uma a duas
atmosferas*. Esse aparelho também servia para a esterilização das soluções das famosas
injeções 606 e 914 muito usadas à época para o controle da sífilis. O aparelho,
por meio de uma bomba para vácuo, esterilizava todos os pensos**, deixando-os
completamente secos.
Anúncio de injeções para sífilis Jornal Rio Grande (Cachoeira), 4/12/1913 - Acervo de Imprensa do Arquivo Histórico |
Outra
novidade trazida por Leopoldo Rangel foi o aparelho Erey, destinado a encher assepticamente ampolas com soluções de
medicamentos que não podiam sofrer a esterilização quente.
Leopoldo
Rangel, que era o pai do Dr. Lauro Rangel (médico que clinicou por muitos anos
em Cachoeira) pensava em instituir na cidade um serviço de preparação de ampolas
para injeções rigorosamente dosadas e esterilizadas. E também anunciava,
segundo publicou o jornal Rio Grande, na edição de 19 de outubro de 1913, que receberia
aparelhos de esterilização da água e do leite pelo sistema do professor
Nogier, de Paris.
Ler notícias das novidades que o mundo experimentava há mais de 100 anos leva à percepção do quanto a humanidade evoluiu. Mas para perceber isto é preciso que haja conhecimento de quais eram as rotinas do passado. No caso das novidades apresentadas pela Pharmacia Central, é importante ressaltar que as injeções, por exemplo, eram feitas com aparelhos de vidro usados indefinidamente ou até que quebrassem... Para esterilizá-los, o método utilizado era o de ferver, o que normalmente era feito no próprio estojo de metal que acondicionava as seringas e agulhas. Algo hoje impensado, pois seringas e agulhas são descartáveis, ou seja, usadas uma única vez e depois jogadas fora.
Quanto às doenças, de 1913 para cá muita coisa assustadora surgiu, oferecendo medo, mas também fazendo a ciência evoluir na busca de lenitivos e cura.
Ler notícias das novidades que o mundo experimentava há mais de 100 anos leva à percepção do quanto a humanidade evoluiu. Mas para perceber isto é preciso que haja conhecimento de quais eram as rotinas do passado. No caso das novidades apresentadas pela Pharmacia Central, é importante ressaltar que as injeções, por exemplo, eram feitas com aparelhos de vidro usados indefinidamente ou até que quebrassem... Para esterilizá-los, o método utilizado era o de ferver, o que normalmente era feito no próprio estojo de metal que acondicionava as seringas e agulhas. Algo hoje impensado, pois seringas e agulhas são descartáveis, ou seja, usadas uma única vez e depois jogadas fora.
Quanto às doenças, de 1913 para cá muita coisa assustadora surgiu, oferecendo medo, mas também fazendo a ciência evoluir na busca de lenitivos e cura.
Estojo de seringas e agulhas para injeção - www.pinterest.com |
*Atmosfera:
unidade de pressão. Símbolo: atm
** Pensos: curativos
** Pensos: curativos
Valeu. Parabéns pela publicação.
ResponderExcluirValeu. Parabéns pela publicação.
ResponderExcluirObrigada, Alberto BesckoW!
ResponderExcluirA gente fica esperando pelo teu blog, muito bom.
ResponderExcluirQuando a Pharmácia Central passou a pertencer aos irmãos José e Emílio Vicco?
ResponderExcluirLisara, eu não tenho esta informação. Mas procurarei saber!
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