Com
a necessária reforma da Ponte do Fandango, a cidade passou a reviver tempos em
que a travessia de veículos de uma margem a outra do rio Jacuí só podia ser
realizada com a ajuda de barcas.
Reforma na Ponte do Fandango - Imagem Jornal do Povo |
Questões
de toda ordem parecem dominar operação que deveria ser despida de complicadores,
afinal a relação de Cachoeira do Sul com o rio é intrínseca, as experiências
com este convívio são incontáveis e, na maioria das vezes, recorrentes...
Barca no porto da Moron - Jornal O Correio |
Antes
da construção da Ponte do Fandango a navegação era ampla no Jacuí. O velho
porto de embarque e desembarque, no baixo da Moron, atendia ao tráfego já com limitações quase um século depois da sua construção. Foi decidido então buscar um novo
atracadouro, em local que oferecesse menos obstáculos ao vai-e-vem de
embarcações.
O
jornal O Comércio, edição do dia 9 de
fevereiro de 1949, guardados fatores como tempo e
motivação, bem mostra que a História guarda lições que volta e meia deveriam
ser cantadas aos quatro ventos:
“Com
as obras finais que o DAER vem executando no trecho da estrada de acesso, pela
margem esquerda do rio, ao novo “Passo” situado logo após a “ponta da ilha”, é
de se prever para muito breve a inauguração deste importante melhoramento no
sistema de transporte entre a cidade e a zona Sul do município. Como na margem
esquerda, que já está praticamente pronta há algum tempo, na margem direita, o
acesso ao passo será feito sobre longo aterro com pontilhões, dada a existência
de alagadiços no local.
Apesar
desta mudança do nosso tradicional “Passo da Praia” vir afastá-lo da cidade,
pois o trajeto a ser feito não será mais pela Rua Moron – Descida da Praia – e
sim Rua Conde de Porto Alegre – Descida do Amorim -, entrando pela “Limpeza
Pública” até o rio, a sua inauguração há muito vem sendo aguardada por todos
aqueles que necessitam periodicamente usá-lo. Como é do conhecimento geral, a
mudança em apreço fora resolvida em atenção às exigências técnicas, pois o
local onde vem funcionando há dezenas de anos, dada a pouca profundidade das
águas, não se presta satisfatoriamente para tais finalidades, muito
principalmente quando o rio se acha com determinado volume de água. O novo
local escolhido conta com água, quer com o rio cheio ou como em tempo de seca,
perenemente profunda, o que possibilita franca manobra de barca automotora e de
maior calado. Esta vantagem predispõe o emprego de barcas com capacidade para
transportar elevado número de veículos em uma só viagem, o que virá solucionar
as bichas que então por vezes se formam em ambas as margens do rio,
principalmente por ocasião da safra do arroz." (O Comércio, 9/2/1949, p. 3).
Quase
setenta anos depois, a similaridade de situação poderia ser pautada pela
semelhança de atitude.
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