Espaços urbanos

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Ponte do Fandango - foto Robispierre Giuliani

domingo, 22 de julho de 2018

E por falar em barcas e atracadouros...


Com a necessária reforma da Ponte do Fandango, a cidade passou a reviver tempos em que a travessia de veículos de uma margem a outra do rio Jacuí só podia ser realizada com a ajuda de barcas.

Reforma na Ponte do Fandango - Imagem Jornal do Povo

Questões de toda ordem parecem dominar operação que deveria ser despida de complicadores, afinal a relação de Cachoeira do Sul com o rio é intrínseca, as experiências com este convívio são incontáveis e, na maioria das vezes, recorrentes...

Barca no porto da Moron - Jornal O Correio

Antes da construção da Ponte do Fandango a navegação era ampla no Jacuí. O velho porto de embarque e desembarque, no baixo da Moron, atendia ao tráfego já com limitações quase um século depois da sua construção. Foi decidido então buscar um novo atracadouro, em local que oferecesse menos obstáculos ao vai-e-vem de embarcações.

O jornal O Comércio, edição do dia 9 de fevereiro de 1949, guardados fatores como tempo e motivação, bem mostra que a História guarda lições que volta e meia deveriam ser cantadas aos quatro ventos:

“Com as obras finais que o DAER vem executando no trecho da estrada de acesso, pela margem esquerda do rio, ao novo “Passo” situado logo após a “ponta da ilha”, é de se prever para muito breve a inauguração deste importante melhoramento no sistema de transporte entre a cidade e a zona Sul do município. Como na margem esquerda, que já está praticamente pronta há algum tempo, na margem direita, o acesso ao passo será feito sobre longo aterro com pontilhões, dada a existência de alagadiços no local.

Apesar desta mudança do nosso tradicional “Passo da Praia” vir afastá-lo da cidade, pois o trajeto a ser feito não será mais pela Rua Moron – Descida da Praia – e sim Rua Conde de Porto Alegre – Descida do Amorim -, entrando pela “Limpeza Pública” até o rio, a sua inauguração há muito vem sendo aguardada por todos aqueles que necessitam periodicamente usá-lo. Como é do conhecimento geral, a mudança em apreço fora resolvida em atenção às exigências técnicas, pois o local onde vem funcionando há dezenas de anos, dada a pouca profundidade das águas, não se presta satisfatoriamente para tais finalidades, muito principalmente quando o rio se acha com determinado volume de água. O novo local escolhido conta com água, quer com o rio cheio ou como em tempo de seca, perenemente profunda, o que possibilita franca manobra de barca automotora e de maior calado. Esta vantagem predispõe o emprego de barcas com capacidade para transportar elevado número de veículos em uma só viagem, o que virá solucionar as bichas que então por vezes se formam em ambas as margens do rio, principalmente por ocasião da safra do arroz." (O Comércio, 9/2/1949, p. 3).

Quase setenta anos depois, a similaridade de situação poderia ser pautada pela semelhança de atitude.

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