Espaços urbanos

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Centro Histórico - foto Catiele Fortes

quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Prosit!


Os tempos que correm têm apresentado uma tendência: a da fabricação artesanal de cerveja. Apreciadores da bebida testam combinações, fazem harmonizações e provocam a criatividade de muitos cervejeiros.

Em Cachoeira também há os “paneleiros”, termo popularmente usado para os que se aventuram na fabricação artesanal da bebida. Mas os paneleiros provavelmente desconhecem uma tradição cervejeira que a cidade tem desde o século XIX, quando os primeiros fabricantes se atiraram à produção da bebida, trazendo ao mercado local diferentes tipos e marcas.

O primeiro deles, Rudolph Homrich, era dono da Deutsche Bier Breuerei, estabelecida na Rua Sete de Setembro, logo abaixo da Estação Ferroviária.

O jornal 15 de Novembro (Cachoeira), edição de 28 de maio de 1890, à página 3, traz a seguinte notícia:

“A Cervejaria. De Rudolf Homrich. Rua 7 de Setembro, próximo à estação da estrada de ferro. O proprietário desta fábrica, uma das mais acreditadas desta cidade, previne ao público e à rapaziada diletante da refrigerante cerveja Homrich, a mais própria para a estação, que teve a original ideia de fazer um poético bosque, sob o qual é agradabilíssimo tomar-se um espumante copo dessa bebida sem rival. Custa apenas a garrafa de cerveja preta ou branca, simples, 240; dúzia 1$920, garrafa de cerveja dupla, 350; dúzia, 2$880. Ao bosque, pois! Ao bosque do Homrich diletantes do bom gosto!”

Em 1912 a cervejaria foi modernizada, sendo acrescidas novas máquinas e ampliados os compartimentos. A maior novidade foi a instalação de uma fábrica de gelo. sendo o processo fabril da cerveja feito a partir de matérias primas importadas da Europa. As marcas produzidas então eram a Crystal, clara, Homrich, obscura, e Dragão, preta, especial para o inverno. Tais marcas, segundo o fabricante, não receavam confronto!

Instalações da cervejaria na Rua 7 de Setembro - Fototeca Museu Municipal


A cervejaria de Rudolph Homrich, surgida no século XIX, atravessou o primeiro quartel do século XX e, através da imprensa, em 1925, avisava aos consumidores de seus produtos que devido ao alto valor da matéria prima teria que elevar “na razão de 100 réis o preço por garrafa de todas as suas marcas de cerveja.”

O complexo cervejeiro da Rua 7 na década de 1920 - Fototeca Museu Municipal


Rótulo da cerveja Bock da Cervejaria Homrich, já associada
a Pedro Port - Gentileza Mico Vargas


Da próxima vez que mirarmos um copo de cerveja, olhemos para o líquido fazendo a reverência à história dos pioneiros da sua preparação por aqui. Prosit!


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