O
patrimônio histórico-cultural de Cachoeira do Sul é assunto tão palpitante que,
vez ou outra, para não dizer, seguidamente, vem à discussão nas mais diversas rodas. Isto é bom, porque
populariza e democratiza o tema, levando-o para dentro das casas dos cidadãos.
E quanto mais as pessoas conhecerem da história e seu legado, mais chance há de
preservação.
O
assunto da vez é a casinha das Cinco Esquinas, ou casinha da família Scarparo. Até bem pouco tempo poucas
pessoas se davam conta da sua existência, o que não deixa de ser o indicativo
que está muito bem inserida na paisagem! De repente, a ideia de melhorias na mobilidade urbana e a desapropriação da casinha para as obras despertou na
família e na comunidade o olhar de que a edificação carecia há tanto.
Casinha das Cinco Esquinas - www.jornaldopovo.com.br |
As
perguntas sobre a casinha são de toda ordem. Tem valor histórico? Tem valor
arquitetônico? Por que tombá-la como patrimônio histórico se nem inventariada
está e ficou por tanto tempo esquecida?
O
que foi possível levantar da história da edificação que domina a quina mais
emblemática das Cinco Esquinas é que ela foi adquirida em 1924 por Olindo
Scarparo. Sua existência, desde data ainda incerta, deve remontar ao final do
século XIX, pois o próprio Olindo Scarparo, quando a adquiriu, se servia do
açougue que nela já estava instalado. Barbearia, revistaria e outras destinações comerciais teve a casinha.
No
entanto, o mais significativo da sua existência suplanta o valor histórico e o
arquitetônico e se firma na importância que ela tem para a definição do traçado
urbano que a toma por base e, ao mesmo tempo, define o seu contorno.
Há
priscas eras a casinha era o limite da cidade, o “fim da linha”. Depois dela
estradas de terra, pedras e lama que levavam à zona colonial. A sua existência limitava a cidade
e era pela cidade limitada em sua estrutura.
Merece
a casinha a perpetuidade? Merecem as Cinco Esquinas perderem um de seus
elementos?
A
casinha, mais do que a sua materialidade, representa a imaterialidade e a força
da denominação “Cinco Esquinas”. Está nas nossas mãos a decisão.
Minha colega do Magistério, Mirian Duque Estrada Scarparo morava ali.
ResponderExcluirEla dá um toque especial às cinco esquinas !
ResponderExcluirMantenham a casinha ; ela faz parte do contexto .