Espaços urbanos

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Ponte do Fandango - foto Robispierre Giuliani

sexta-feira, 12 de abril de 2019

Uma casinha e nada mais?


O patrimônio histórico-cultural de Cachoeira do Sul é assunto tão palpitante que, vez ou outra, para não dizer, seguidamente, vem à discussão nas mais diversas rodas. Isto é bom, porque populariza e democratiza o tema, levando-o para dentro das casas dos cidadãos. E quanto mais as pessoas conhecerem da história e seu legado, mais chance há de preservação.

O assunto da vez é a casinha das Cinco Esquinas, ou casinha da família Scarparo. Até bem pouco tempo poucas pessoas se davam conta da sua existência, o que não deixa de ser o indicativo que está muito bem inserida na paisagem! De repente, a ideia de melhorias na mobilidade urbana e a desapropriação da casinha para as obras despertou na família e na comunidade o olhar de que a edificação carecia há tanto.

Casinha das Cinco Esquinas - www.jornaldopovo.com.br

As perguntas sobre a casinha são de toda ordem. Tem valor histórico? Tem valor arquitetônico? Por que tombá-la como patrimônio histórico se nem inventariada está e ficou por tanto tempo esquecida?

O que foi possível levantar da história da edificação que domina a quina mais emblemática das Cinco Esquinas é que ela foi adquirida em 1924 por Olindo Scarparo. Sua existência, desde data ainda incerta, deve remontar ao final do século XIX, pois o próprio Olindo Scarparo, quando a adquiriu, se servia do açougue que nela já estava instalado. Barbearia, revistaria e outras destinações comerciais teve a casinha.

No entanto, o mais significativo da sua existência suplanta o valor histórico e o arquitetônico e se firma na importância que ela tem para a definição do traçado urbano que a toma por base e, ao mesmo tempo, define o seu contorno.

Há priscas eras a casinha era o limite da cidade, o “fim da linha”. Depois dela estradas de terra, pedras e lama que levavam à zona colonial. A sua existência limitava a cidade e era pela cidade limitada em sua estrutura.

Merece a casinha a perpetuidade? Merecem as Cinco Esquinas perderem um de seus elementos?

A casinha, mais do que a sua materialidade, representa a imaterialidade e a força da denominação “Cinco Esquinas”. Está nas nossas mãos a decisão.

2 comentários:

  1. Minha colega do Magistério, Mirian Duque Estrada Scarparo morava ali.

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  2. Ela dá um toque especial às cinco esquinas !
    Mantenham a casinha ; ela faz parte do contexto .

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