Espaços urbanos

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Ponte do Fandango - foto Robispierre Giuliani

segunda-feira, 18 de maio de 2020

Série: Cachoeira Bicentenária - Primeiro banco

No começo do século XX, o progresso de Cachoeira se fazia notar, especialmente pelo fabuloso impulso que as lavouras de arroz tiveram com o emprego da irrigação artificial. Tal impulso se estendeu para outros setores e, naturalmente, atraindo para a cidade empreendimentos da área financeira.  

O primeiro banco a se instalar na cidade foi o Banco da Província, instituição financeira fundada em Porto Alegre no dia 1.º de julho de 1858. A inauguração da caixa filial em Cachoeira, na Rua Sete de Setembro, esquina General Portinho, se deu na manhã de 18 de maio de 1911. 

O ato inaugural da filial, iniciado às 10 horas, foi conduzido por Emilio Guilayn, diretor do Banco da Província, que chegou a cidade na companhia de Antônio Vasconcelos, Mário Santos e João Gomes Filho, em trem especial, na manhã do dia anterior. Como de praxe, os visitantes foram recebidos na estação ferroviária com espocar de dinamites e banda musical, conforme noticiou a imprensa da época. À noite, foram recepcionados festivamente na Intendência Municipal.

Emilio Guilayn - www.geni.com

Na inauguração, o diretor anunciou ao grande número de pessoas que compareceram ao ato que o capital inicial da agência era de 300 contos de réis, apresentando os funcionários que estariam à frente dos negócios: Mário Lima Santos, gerente, Pedro A. Araújo Viana, contador, Paulino S. Breton, tesoureiro, e Oscar R. Vasconcelos, escriturário.

Flagrante da inauguração do Banco da Província - 18/5/1911
- Museu Municipal

Com o desenvolvimento dos negócios, o banco planejou a construção de um prédio próprio e que atendesse à crescente clientela que conquistara. Dois anos depois, na vitrine da casa J. Lima & Cia. estava exposta a planta do edifício de dois andares que seria erguido na Rua Sete de Setembro, esquina com Andrade Neves. O local era ocupado por sapataria de Carlos Wolff, que depois servira de sede da tipografia do jornal Rio Grande. A planta arquitetônica da agência do Banco da Província tinha sido confeccionada por Domingo F. Rocco, de Montevidéu, conforme noticiou o jornal O Comércio, de 15 de outubro de 1913. 

Sede da Tipografia do Rio Grande (esquerda)
- local em que seria erguido o Banco da Província
- Museu Municipal

Mas a obra demorou a ser iniciada. Em 1919, a Praça do Comércio (atual CACISC) e a Intendência fizeram um apelo à direção do Banco da Província para que desse início à construção, pois o terreno que havia sido comprado há anos estava ocupado por um casebre em ruínas, pouco recomendando lugar tão central da cidade. 

Finalmente, em 1927, a firma Azevedo Moura & Gertum, de Porto Alegre, levou a obra a efeito. O palacete é hoje ocupado pela Câmara de Vereadores e recebeu o nome de Palácio Legislativo João Neves da Fontoura. Tombado como patrimônio histórico, o prédio do extinto Banco da Província é uma das edificações referenciais da cidade.

Banco da Província em construção - Museu Municipal

Palácio Legislativo - antigo Banco da Província
- Câmara de Vereadores

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