Espaços urbanos

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Ponte do Fandango - foto Robispierre Giuliani

domingo, 19 de fevereiro de 2023

Imagens de antigos carnavais

O carnaval cachoeirense também tem sua história, cujos registros chegaram até nós principalmente através das páginas do jornal O Commercio, semanário de propriedade de Henrique Möller Filho, fundado em 1900. Por ele sabemos da existência do grupo Pyrilampos, composto por homens fantasiados que saíram às ruas da bruxuleante Cachoeira de 1900 para festejar o reinado de Momo. Naqueles tempos, somente os homens podiam sair às ruas em festejos carnavalescos. O que não dá para garantir é que alguma corajosa mulher, sob a proteção de uma boa fantasia e providencial máscara, não tenha se inserido no bulício de tão animado bloco!

Naqueles tempos, os foliões eram conduzidos pelas bandas musicais ou cordões de Zé Pereiras, sendo o ponto de encontro a Avenida das Paineiras, nossa atual Rua Sete de Setembro.

Em 1904, o Clube Comercial, sucessor do Clube Cachoeirense, que foi fundado em 1899, passou a realizar bailes à fantasia. No ano seguinte, há o registro do Clube Diabo a 4, que surgiu para dar oportunidade de participarem das folias de Momo aquelas pessoas que não eram sócias de nenhum clube.

A partir de 1907, o Bazar Krahe, localizado na esquina da Rua Sete de Setembro com Travessa 24 de Maio, hoje Rua Dr. Sílvio Scopel, fazia propaganda de confetes, serpentinas, bisnagas, lança-perfumes, máscaras, narizes e barbas para quem quisesse participar do carnaval.

Livraria e Bazar Krahe - Fototeca Museu Municipal

Em 1913, fundado o Clube Renascença no prédio que até hoje é conhecido como "União de Moços Católicos", na Rua Sete de Setembro, começaram a ter grande destaque os bailes de máscaras, com maciça presença de famílias e foliões. Por essa época era muito comum os mascarados se concentrarem na casa de algum diretor do  Renascença, de onde partiam, em alegre desfile até o salão, quando fogos de artifício espocavam sobre o lugar.

Nesses primeiros tempos de registro do carnaval, sobram notícias sobre as movimentações de fantasiados nas ruas da cidade, desfilando a pé ou em carros, com grande animação e "jogo" de confetes, serpentinas e lança-perfume. Depois dos desfiles, reuniam-se os foliões nos salões de bailes para enfezarem até a madrugada.

Destes primeiros carnavais não ficaram registros fotográficos. A partir dos anos 1920, principalmente por iniciativa de Torquato Ferrari e depois de Joaquim Vidal, conhecidos criadores de fantasias e carros alegóricos, começaram a surgir fotografias de blocos e de alguns desfiles de rua.

Para não deixar passar em branco mais um carnaval e relembrar as festas de Momo do passado, seguem algumas imagens dos foliões cachoeirenses. Infelizmente a maioria delas não tem data ou identificação das pessoas. Mas são registros preciosos de antigos e embalados carnavais de Cachoeira.


Carros alegóricos do carnaval de 1922 - Bloco Alvi-Rubro
- obras de Torquato Ferrari - Acervo familiar


Bloco Bem Unidos - Sociedade Atirados Concórdia
- Carnaval de 1930 - Fototeca Museu Municipal


Bloco carnavalesco Fica firme - Clube Comercial
- Acervo João Carlos Alves Mór


Bloco de casais defronte ao Clube Comercial 
- Acervo João Carlos Alves Mór


- Acervo Célia Decker


Bloco de Marinheiros - Clube Comercial
- Acervo Nilton Fernando


Bloco de casais - Clube Comercial
- Acervo João Carlos Alves Mór

As memórias do carnaval de Cachoeira do Sul, de diferentes épocas, certamente poderão ser localizadas nos arquivos familiares. Que estes arquivos não se percam para que os retratos da folia possam fazer reviver as glórias de antigos e festejados carnavais.

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